5. Controlo de Preços

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De novo nesta capítulo vamos analisar algumas variantes ao modelo de procura-oferta. Desta vez vamos impor preços no mercado e ver as reacções dos diferentes agentes. Será a imposição de preços algo positivo ou negativo a nível de eficiência económica? E a nível da redestribuição?


TEORIA

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Neste capítulo vamos analisar a definição de um preço máximo e mínimo. Existem ainda outras formas de controlar o mercado através de impostos (capítulo 6), tarifas e quotas (capítulo 7).


Price Ceiling

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O price ceiling é um conceito muito simples que consiste na definição de um tecto de preços: um preço máximo. Organismos como o Estado que tem poder de regular a actividade económica e os diferentes mercados, pode impor Price Ceiling em determinados mercados. Exemplos claros são o controlo de rendas (definição de limites máximos para as rendas), controlo de preços na gasolina ou a definição de preços máximos em inúmeros produtos em época de guerra.

De um modo geral o price ceiling permite disponibilizar o bem a preços mais reduzidos do que seria se o mercado funcionasse normalmente. Este tecto de preços deve ser menor que o preço de equilíbrio. Se o preço máximo for igual ou maior que o de equilíbrio será completamente indiferente pois o mercado por si só encontrará o equilíbrio em Pe. Desta forma o preço máximo deverá ser inferior ao de equilíbrio, o que vai originar (como vimos no capítulo 3) quantidades procuradas e oferecidas diferentes.

 

O gráfico de cima representa um mercado sujeito a controlo de preços. Se funcionasse normalmente o equilíbrio seria atingido no ponto E onde seriam transacionadas Qe unidades ao preço de Pe.

Vamos estudar o que acontece quando definimos um preço máximo inferior ao preço de equilíbrio (P):

  • A um preço mais baixo os consumidores vão querer consumir mais (Qd).
  • A um preço mais baixo os produtores vão disponibilizar menos quantidade no mercado (Qs).

Ou seja, ainda que se consiga fornecer o bem a um preço mais baixo, fornece-se menos quantidade! Teremos por isso uma procura superior à oferta: muitos consumidores para a quantidade oferecida. Teremos também um gasto de recursos e uma ineficiente alocação dos bens. Ao mesmo tempo o bem terá a longo prazo uma redução da qualidade (devido à redução do excedente do consumidor). Todos estes factres conjugados levam à existência de uma deadweight loss (ineficiência económica no mercado) correspondente à àrea verde do gráfico.


Como calcular a DWL?

 

O gráfico anterior ajuda-nos a calcular a dwl associada à definição de um price ceiling. Para determinar a DWL vamos fazer uma análise de bem-estar do mercado, ou seja comparar os excedentes dos agentes envolvidos antes e depois do price ceiling.

ANTES (preço=Pe):

  • Excedente dos Consumidores: A + D
  • Excedente dos Produtores: C + B + E
  • Excedente Social: A + B + C + D + E


DEPOIS (preço=P):

  • Excedente dos Consumidores: A + B
  • Excedente dos Produtores: C
  • Excedente Social: A + B + C
  • Ineficiência (DWL): D + E


A análise de bem estar permite-nos verificar que ocorre uma transferência de excedente dos produtores para os consumidores (B) devido à redução do preço. Contudo os triângulos D + E não vão para nenhum dos agentes do mercado! Simplesmente desaparecem! Isto porque a definição de um preço máximo gera procura superior à oferta, ou seja existem transações que não se vão realizar porque não há oferta suficiente! Por esta razão temos uma ineficiência económica!

Price Floor

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A par do price ceiling, o price floor é também um conceito muito simples. Consiste na definição de um preço mínimo. O Estado pode impor Price Floor em determinados mercados. Exemplos claros são os salários mínimos ou a política agrícola comum.

De um modo geral o price floor permite disponibilizar o bem a preços mais elevados do que seria se o mercado funcionasse normalmente. Este mínimos (chão) de preços deve ser maior que o preço de equilíbrio. Se o preço mínimo for igual ou menor que o de equilíbrio será completamente indiferente pois o mercado por si só encontrará o equilíbrio em Pe. Desta forma o preço mínimo deverá ser superior ao de equilíbrio, o que vai originar quantidades procuradas e oferecidas diferentes. É o mecanismo exactamente oposto do price ceiling.


 


O gráfico de cima representa um mercado sujeito a controlo de preços. Se funcionasse normalmente o equilíbrio seria atingido no ponto E onde seriam transacionadas Qe unidades ao preço de Pe.

Vamos estudar o que acontece quando definimos um preço mínimo superior ao preço de equilíbrio (P):

  • A um preço mais alto os consumidores vão querer consumir menos(Qd).
  • A um preço mais alto os produtores vão disponibilizar mais quantidade no mercado (Qs).

Ou seja, ainda que exista muita quantidade, apenas Qd é transacionada. Teremos por isso uma procura inferior à oferta: poucos consumidores para a quantidade oferecida. Teremos também um gasto de recursos e uma ineficiente alocação dos bens. Estes factres conjugados levam à existência de uma deadweight loss (ineficiência económica no mercado) correspondente à àrea D + E do gráfico.

O price floor existe por questões redistributivas e para proteger a produção nacional (Exemplo: PAC). A inexistência destes mecanismos conduziria à falência de alguns sectores da economia. Ainda que seja negativo em termos de eficiência é política e socialmente necessários.


Como calcular a DWL?

Vamos fazer de novo uma análise de bem estar como fizemos para o price ceiling:


ANTES (preço=Pe):

  • Excedente dos Consumidores: A + B + D
  • Excedente dos Produtores: C + E
  • Excedente Social: A + B + C + D + E


DEPOIS (preço=P):

  • Excedente dos Consumidores: A
  • Excedente dos Produtores: B + C
  • Excedente Social: A + B + C
  • Ineficiência (DWL): D + E


Ao contrário do price-ceiling verifica-se uma transferência de excedente dos consumidores para os produtores (B): devido ao aumento do preço à menos consumidores a quererem comprar e mais produtores a quererem vender. Contudo os triângulos D + E não vão para nenhum dos agentes do mercado! Isto porque a definição de um preço mínimo gera oferta superior à procura. Por esta razão temos de novo uma ineficiência económica!

CONCLUSÕES

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Quando falamos por isso a nível da eficiência económica a utilização destes mecanismos é prejudicial! Contudo esquemas como estes continuam a ser largamente utilizados. Porquê? Porque apesar de ser mau a nível de eficiência económica é positivo a nível da redistribuição (a função do estado). A questão da redistribuição é alvo de análise noutras disciplinas. Importante reter que no price ceiling os consumidores são beneficiados e no price floor são os produtores. Ambos os esquemas de controlo de preços favorecem a existência de um mercado paralelo ilegal (mercado negro) para dar vazão ou à elevada procura (no caso do price ceiling: aluga-se clandestinamente um apartamento a preços muito altos) ou à elevada oferta (vende-se o excesso de produtos a um preço baixo).

É uma questão de fazer um trade-off (pós e contras) entre eficiência económica e redistribuição.

EXERCÍCIOS

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Em breve serão disponibilizados mais exercícios.


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