Ambientes Virtuais de Aprendizagem/Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento
Introdução
A prática em EaD online, que privilegia a avaliação baseada em
atividades individuais, torna-se insuficiente quando a abordagem do curso é a aprendizagem
colaborativa. Isso mostra a necessidade de criar estratégias avaliativas que valorizem uma
proposta de avaliação colaborativa entre os pares no AVA, em que os alunos participem com
comentários sobre as produções dos colegas e, inclusive, auxiliando no processo de avaliação.
Ainda, compete destacar que a avaliação deve estar mais integrada com o processo de ensino,
de forma que ela cause impacto significativo na aprendizagem dos estudantes. A abordagem
da avaliação colaborativa no contexto da EaD tem sido discutida por alguns autores, como os
já citados Palloff e Pratt (2002), além de Li (2011) e Trahasch (2004). Porém, pouco tem sido
discutido sobre a avaliação colaborativa da participação em fórum de discussão. Até o
momento, há uma certa deficiência de material que aborde esse tema.
Avaliação Colaborativa em Educação a Distância As avaliações utilizadas no processo ensino-aprendizagem podem ser classificadas em dois tipos: avaliação somativa, cujo propósito maior é a pontuação de um produto já pronto e a avaliação formativa, que consiste em estabelecer um retorno para o aluno, permitindo a ele compreender sua própria aprendizagem, as regras usadas para avaliar, entre outros. É importante ressaltar que os princípios da avaliação somativa e formativa não mudam no ambiente online (Vonderwell et al., 2007). Inclusive, vários autores, como Lee (2008), Vonderwell et al. (2007), Trahasch (2004), afirmam que o ambiente virtual pode ser explorado para promover avaliação como um processo que está intimamente relacionado com a própria aprendizagem dos estudantes. Assim, no ambiente virtual, existem condições que permitem uma avaliação com potencial de contribuir com a aprendizagem, por meio do apoio à aprendizagem colaborativa, bem como pela interação entre professor e aprendizes. Como apontado em Palloff e Pratt (2002), a avaliação em um curso online deve ser de responsabilidade compartilhada pelo professor e pelo aprendiz. Quando o aluno avalia os trabalhos desenvolvidos por seus colegas, ele, indiretamente, está aprendendo a se autoavaliar e a ajustar o desempenho de seu trabalho de acordo com os requisitos estabelecidos pelo professor. Trahasch (2004, p.16) define avaliação por pares “como um cenário em que estudantes revisam artefatos, como resultados de aprendizagem de outros, baseados em um conjunto de critérios”. Em linhas gerais, na perspectiva da aprendizagem colaborativa, o aprendiz torna-se responsável pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem de outros membros do grupo. As discussões em grupo incitam as reflexões, tornando os próprios aprendizes a base de construção do conhecimento. A troca ativa de informações instiga o interesse e o pensamento crítico, possibilitando aos aprendizes alcançarem melhores resultados do que quando estudam sozinhos. Nessa abordagem, valorizam a participação do aprendiz e suas competências em resolver problemas. Complementando essa perspectiva, Trahasch (2004, p.16) afirma que “Se nas tarefas colaborativas são incluídas a avaliação por pares, ela se torna uma atividade compartilhada mais do que uma realizada sozinha e pode produzir uma comunidade de aprendizagem”. Ele destaca ainda que os estudantes precisam assumir diferentes papéis: “como assessorados eles são revisados pelos colegas e, como assessores, eles estabelecem retorno aos colegas”. Todo esse processo resulta em aprendizes que pensam mais profundamente sobre o assunto em estudo, além de terem a possibilidade de acompanhar a maneira como os seus colegas resolvem problemas. Consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem, com o uso de avaliação colaborativa, pode conduzir a uma maior motivação e a uma aprendizagem mais significativa que as que não fazem uso dessa abordagem. Para que seja viabilizada de forma efetiva a avaliação colaborativa em cursos a distância, são necessários ambientes virtuais de aprendizagem que suportem essa prática. Apesar de existirem ambientes que permitem atividades colaborativas, esse suporte ainda tem diversos aspectos a serem explorados, como, por exemplo, permitir a avaliação por pares em atividades. À medida que houver ambiente virtual com bom suporte para atividades a serem desenvolvidas colaborativamente e que permitam avaliação por pares, os professores podem se sentir motivados a colocar em prática essa forma avaliativa. O Moodle 5, por exemplo, é um dos AVAs mais utilizados atualmente. Além do fórum de discussão, ele possui apenas uma ferramenta, denominada Laboratório de Avaliação (Workshop), que permite a avaliação por pares, de forma insuficiente. De acordo com trabalhos desenvolvido por Ugulino et al. (2009), por exemplo, há dificuldade para os aprendizes perceberem o processo da atividade; há ausência de recurso que permita fazer comentários em todo o processo avaliativo por pares; além disso, esse recurso não distingue a auto-avaliação de avaliação por pares. É importante ressaltar que, em partes por causa das deficiências de ambientes virtuais que permitam a aprendizagem e avaliação colaborativa, existem alguns esforços para o desenvolvimento de aplicativos independentes de um AVA que supra essa necessidade.
Referencia
http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo20/artigos/1b-katia.pdf