Análise da tempestade em Piracicaba em 21 de julho de 2013
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A tempestade que atingiu Piracicaba em 21 de julho de 2013 foi um fenômeno notório para a cidade. Ela veio acompanhada de um macroburst (macroexplosão), que é um tipo de rajada descendente (downburst) que atinge uma área maior do que 4 km e pode durar mais do que 10 minutos, ao contrário dos microbursts/microexplosões, que atingem uma área menor do que 4 km e duram entre 5 a 15 minutos, na média. Um downburst é uma corrente descendente de ar que se espalha horizontalmente ao atingir o solo, causando ventos fortes e danos materiais. Este texto analisará as causas, as características e as consequências do macroburst de 21 de julho de 2013 em Piracicaba.
As características da tempestade em Piracicaba foram impressionantes. Os ventos atingiram a velocidade máxima de 128 quilômetros por hora, o que equivale a um furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson. A chuva foi acompanhada de granizo, que se acumulou nas ruas e nos telhados das casas. A tempestade durou menos de 10 minutos, mas foi suficiente para causar estragos em praticamente toda a cidade. Esse foi o pior vendaval registrado em Piracicaba desde o tornado de 2006. Após o macroburst de 21 de julho de 2013, nunca mais houve registro de algo de tamanha proporção no município.
Estatísticas
editar- Horário de ocorrência: 16h de 21 de julho de 2013.
- Tipo: Tempestade com chuva volumosa, rajada descendente convectiva e granizo.
- Principais áreas atingidas: Cidade de Piracicaba e distrito do Ártemis.
- Duração aproximada: 5-8 minutos.
- Velocidade máx. dos ventos: 128 km/h.
- Precipitação: Não informada.
- Tamanho do granizo: Algumas pedras de gelo chegaram a medir 4 cm de diâmetro, mas acredita-se que o valor tenha sido maior.
- Causa: Chegada de frente fria, que se encontrou com uma massa de ar quente predominante na região.
- Fatalidades: 0
- Feridos: 4
- Desabrigados ou desalojados: 0
Consequências
editarAs consequências da macroexplosão em Piracicaba em 21 de julho de 2013 foram graves. A ventania resultou na queda de árvores, galhos, muros, postes, placas e fios elétricos nas ruas, além de destelhamentos de residências, quebra de vidraças, interrupção na rede elétrica, danificação em veículos, entre outros. A CPFL Paulista informou que 52,4 mil moradias ficaram sem eletricidade.
Bairro Alto
editarNo bairro Alto, quase todas as ruas tiveram estragos, desde queda de árvores até quebra de vidraças. Ele foi o mais atingido, talvez o epicentro do macroburst, embora não haja confirmação.
Centro
editarO Centro de Piracicaba também foi intensamente atingido, embora os danos tenham sido um pouco menores em comparação com os registrados no bairro Alto. Na Praça José Bonifácio, uma árvore de 20 metros foi arrancada pela raiz. Um internauta contou que a sua antena chegou a ser levada pela ventania.
Jardim Europa
editarNo Jardim Europa, que pertence oficialmente ao bairro da Cidade Jardim, uma árvore caiu sob um veículo, ferindo uma mulher de 46 anos.
Vila Rezende
editarPróximo ao centro, na Vila Rezende, uma árvore caiu sob um automóvel e atingiu a rede elétrica, além de semáforos que pararam de funcionar devido à falta de eletricidade.
Vila Monteiro
editarNa Avenida Independência, entre o bairro Alto e a Vila Monteiro, parte do muro do Cemitério da Saudade não suportou o temporal e caiu, além de uma banca de jornal próxima à entrada do cemitério que desabou e feriu duas pessoas.
Piracicamirim
editarNo Piracicamirim, uma moradora filmou a tempestade desde a precipitação. No mesmo bairro, houve quedas de árvores atrás do terminal de ônibus da região e do Tiro de Guerra do Exército. Uma residente do local relatou que a casa do seu vizinho foi destelhada com a força do vento.
Cecap
editarLocalizado a mais ou menos 7 km ao sudeste do Bairro Central de Piracicaba, um morador do Cecap relatou que algumas casas de madeira chegaram a voar.
Bairros e distritos afastados
editarO macroburst também chegou a alcançar o Vale do Sol e o distrito do Ártemis. No Vale do Sol, um bairro localizado no extremo noroeste da cidade, um internauta filmou as pedras de gelo caindo em um parque local. No Ártemis, também houve registro de chuva de granizo e estragos.
Causas
editarA macroexplosão em Piracicaba em 21 de julho de 2013 foi provocada por uma nuvem cumulonimbus, ou Cb, na forma abreviada. A Cb estava muito carregada e densa, isso fez com que uma corrente descendente de ar frio se soltasse da nuvem, resultando em uma ventania que atingiu a velocidade máxima de 128 km/h.
A ocorrência de temporais como esse durante o período foi influenciada principalmente por causa do encontro entre uma frente fria de uma forte onda de frio e uma massa de ar quente predominante na região na segunda metade do mês de julho de 2013. O encontro resultou em uma instabilidade térmica e atmosférica, o que favoreceu a formação de tempestades. Vale mencionar que essa combinação é a principal responsável pela formação de supercélulas e tornados.