Discussão:Etnomatemática e Educação

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Este é um curso especial. Ele se refere a uma etnopedagogia da matemática, mas não se reduz a uma ciência das grandezas matemáticas ou do estudo das quantidades, nem dos números. A 'mathema' entra aqui como um meio de compreender o mundo, de ensinar e aprender de forma qualitativa, em todos os sentidos.
A preocupação com o sentido e a finalidade do conhecimento matemático é antiga. Já no II Colóquio Brasileiro de Matemática (Poços de Caldas - MG, 05 a 18 de julho de 1959) se discutia a questão do seu ensino. Três conferências versaram sobre isto.

• "O ensino da matemática nas faculdades de ciências e nas escolas de engenharia do Brasil", pelos profs. Élon L. Lima (do IMPA - RJ) e L. Nachbin (do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - RJ).
• "Introdução aos Debates sobre o ensino da matemática" pelo prof. O. Catunda (da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras, Universidade de São Paulo) e
• "Sobre a formação do professor do ensino secundário e do pesquisador" pelo prof. Alexandre A. M. Rodrigues (da Escola Politécnica, Universidade de São Paulo).

Nossas circunstâncias, disposições e transcendências

Parece meio deslocado em um curso sobre etnomatemática ter um, e somente 01, livro sobre educação inclusiva. Ao tratar de matemáticas alternativas estamos tratando de multiplicidades e diferenças, portanto é preciso entender que as pessoas portadoras de necessidades educativas especiais, também tem sua forma toda especial e diversa de olhar e matematizar o mundo. Ela coloca em check, em confronto, o ideal ou modelo de aprendiz, as abstrações que quase todas as teorias pedagógicas tentam personificar como o aluno médio. Este é o desafio a seguir. Ensinar matemática é defrontar-se com "...a discussão das desigualdades e desprivilegiamentos de grupos humanos, a partir dos marcadores sociais de raça ou etnia e a relação destes com a dinâmica de classe social" e "...a matemática na grande maioria das escolas, ainda é concebida como um conjunto de técnicas, um conhecimento pronto e acabado, que é transmitido aos alunos de forma mecânica e acrítica." (HALMENSCHLAGER,2001, P.11 e 14).