Wikinativa/Caxarari: diferenças entre revisões

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== História ==
=== Resistência a madereirosação predatória da Mendes Junior na área das Pedreiras ===
Entre 1988 e 1989, foi iniciado um processo de grande devastação das matas e subsolos das pedreiras, uma área situada no limite oeste do território Kaxarari, com cerca de 900 hectares, que havia sido excluída, segundo os próprios índios, intencionalmente da demarcação realizada pela Asserplan/Funai, em 1987, para beneficiar a empreiteira Mendes Junior. Esta, dispondo de equipamentos e tecnologias apropriadas (tratores, caminhões, grandes britadeiras, dinamites etc.) e ainda de vultosos recursos do próprio governo federal/BID, desenvolveu uma produção em larga escala de pedras e britas para a pavimentação da BR-364 e para a construção civil em Rio Branco.
Em 1990, alarmados com o represamento das águas das cabeceiras do rio Azul, que banhava, em seu curso médio, as antigas aldeias/colocações da Barrinha e do Azul; assustados com as explosões provocadas pelas dinamites; preocupados com o afastamento das caças, os desmatamentos realizados na área e com o aumento de doenças provocadas pelo uso da água poluída, os Kaxarari, conduzidos por suas lideranças e apoiados pela Funai e outras organizações indigenistas, ocuparam o acampamento da empreiteira Mendes Junior e paralisaram as atividades de produção de brita que há mais de dois anos vinham sendo realizadas na área das pedreiras.
O ‘embate’ realizado pelos Kaxarari no acampamento chamou atenção da opinião pública e das autoridades federais e estaduais. Ocupando pacificamente o acampamento, apreendendo equipamentos pesados e grande quantidade de pedras britadas, os índios conseguiram uma importante vitória política que garantiu a partir de 1991 a demarcação da área da Pedreira, anexando, portanto, cerca de 900 hectares à área demarcada em 1987.
Essa importante conquista se consolidou quando a Mendes Junior foi obrigada a negociar com os índios o pagamento de uma indenização pela devastação realizada no território kaxarari. Só assim puderam retirar seus equipamentos e pedras britadas apreendidas pelos índios. Uma parte do dinheiro pago pela empreiteira foi distribuída proporcionalmente entre os distintos grupos domésticos e cantineiros das comunidades kaxarari.
Além da depredação de importantes recursos naturais de sua área indígena, as atividades desenvolvidas pela Mendes Junior criaram, por outro lado, uma grande expectativa entre os índios no sentido de que eles poderiam agora administrar a exploração de pedras britadas em benefício da comunidade. Chegaram a solicitar à Funai a exploração comercial de pedras britadas de algumas de suas 14 pedreiras, mas não obtiveram resposta.
(Funai, 1997)
== Língua ==
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== Situação territorial ==
 
Hoje a os Kaxararis já conseguiram demarcar um território que foi regulamentado e legalizado. A Terra Indígena dos Kaxararis possue uma área oficial de 145.889 ha. Situado na faixa de fronteira (entre os estados de Rondônia e Amazonas),e sua Jurisdição Legal sendo classificada como Amazônia Legal.
 
=== Luta pela demarcação da terra ===
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(Aquino, 1984)
=== Ação predatória da Mendes Junior na área das Pedreiras ===
Entre 1988 e 1989, foi iniciado um processo de grande devastação das matas e subsolos das pedreiras, uma área situada no limite oeste do território Kaxarari, com cerca de 900 hectares, que havia sido excluída, segundo os próprios índios, intencionalmente da demarcação realizada pela Asserplan/Funai, em 1987, para beneficiar a empreiteira Mendes Junior. Esta, dispondo de equipamentos e tecnologias apropriadas (tratores, caminhões, grandes britadeiras, dinamites etc.) e ainda de vultosos recursos do próprio governo federal/BID, desenvolveu uma produção em larga escala de pedras e britas para a pavimentação da BR-364 e para a construção civil em Rio Branco.
Em 1990, alarmados com o represamento das águas das cabeceiras do rio Azul, que banhava, em seu curso médio, as antigas aldeias/colocações da Barrinha e do Azul; assustados com as explosões provocadas pelas dinamites; preocupados com o afastamento das caças, os desmatamentos realizados na área e com o aumento de doenças provocadas pelo uso da água poluída, os Kaxarari, conduzidos por suas lideranças e apoiados pela Funai e outras organizações indigenistas, ocuparam o acampamento da empreiteira Mendes Junior e paralisaram as atividades de produção de brita que há mais de dois anos vinham sendo realizadas na área das pedreiras.
O ‘embate’ realizado pelos Kaxarari no acampamento chamou atenção da opinião pública e das autoridades federais e estaduais. Ocupando pacificamente o acampamento, apreendendo equipamentos pesados e grande quantidade de pedras britadas, os índios conseguiram uma importante vitória política que garantiu a partir de 1991 a demarcação da área da Pedreira, anexando, portanto, cerca de 900 hectares à área demarcada em 1987.
Essa importante conquista se consolidou quando a Mendes Junior foi obrigada a negociar com os índios o pagamento de uma indenização pela devastação realizada no território kaxarari. Só assim puderam retirar seus equipamentos e pedras britadas apreendidas pelos índios. Uma parte do dinheiro pago pela empreiteira foi distribuída proporcionalmente entre os distintos grupos domésticos e cantineiros das comunidades kaxarari.
Além da depredação de importantes recursos naturais de sua área indígena, as atividades desenvolvidas pela Mendes Junior criaram, por outro lado, uma grande expectativa entre os índios no sentido de que eles poderiam agora administrar a exploração de pedras britadas em benefício da comunidade. Chegaram a solicitar à Funai a exploração comercial de pedras britadas de algumas de suas 14 pedreiras, mas não obtiveram resposta.
(Funai, 1997)
== Fontes ==