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== Cosmologia e Religiosidade ==
 
As atividades econômicas tradicionais são intrinsecamente ligadas a atividades rituais, tais como as festas do período da seca e as do período das chuvas, com duração de aproximadamente um mês cada.
 
Os mais velhos lembram que quando viviam em seu território tradicional, além das roças familiares, havia roças especiais acompanhadas de ritos de iniciação dos meninos, associados às flautas sagradas (as masculinas são chamadas de Yetá e as femininas de Nadipu) de uso exclusivo dos homens. Ainda hoje, de dia eles as tocam na casa das flautas - que fica fora da aldeia e é escondida pela vegetação - e de noite no pátio das aldeias. É proibido às mulheres e crianças vê-las, evitando-se até mesmo fazer menção à sua existência. Dizem que quando esta interdição é quebrada, a mulher acaba sendo morta pelo poder das flautas. As crenças e os ritos associados a estas flautas constituem o cerne de sua religião e de sua visão de mundo.
 
Quando iniciados nos ritos das flautas, os meninos de 12 a 14 anos eram apartados dos outros moradores da aldeia, passando semanas na casa das flautas aprendendo os segredos dos homens e os ensinamentos para a vida adulta. Deviam ser sérios, não brincar, serem respeitosos e jejuarem. Na época da derrubada (na estação seca), ofereciam uma roça a alguma mulher, dizendo a ela que eram as flautas que faziam a roça. E todos os homens auxiliavam os iniciandos na derrubada e plantio, tocando as flautas à noite. Quando a roça estava pronta ofereciam-na à mulher escolhida, que passava a cuidar dela. Os meninos voltavam então para a aldeia enfeitados e pintados, já homens. Quando a roça passava a produzir, a mulher chamava as outras para que os alimentos fossem distribuídos entre todas as famílias. A última festa de iniciação na TI Manoki foi realizada por volta de 1995, segundo informação dos índios.
 
== Aspectos Culturais ==
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== Situação territorial ==
Desde sua criação pelo decreto presidencial de 1968, quando foi homologada com 46.790 ha, os limites da Terra Indígena Irantxe foram questionados. Em 1971, quando repercutiram as notícias sobre a existência de um grupo isolado (ver "O caso dos Myky"), os Irantxe-Manoki passaram a reivindicar novos limites para suas terras na direção desses "arredios". Contando com apoio dos jesuítas, a ampliação foi parcialmente feita em 1977. Mas esses limites só foram homologados em 1990 para, logo em seguida, serem novamente contestados pelos índios. Em 1991, por fim, procuram em Cuiabá o antropólogo Darci Luiz Pivetta solicitando ajuda para reaver seu território histórico. Foi verificado que o local da atual TI Irantxe corresponde a uma área de cerrado tradicionalmente ocupada pelos Paresí, que destoa ecologicamente do seu habitat original, constituído pelas áreas florestadas à direita do Rio Cravari e à esquerda do Rio do Sangue.
Em 1968, os Manoki receberam do governo federal uma terra fora de sua área de ocupação histórica, cujas características ambientais inviabilizaram o uso tradicional dos recursos. Destino um pouco diverso teve os Myky, grupo manoki que se manteve isolado da sociedade nacional até 1971. Desde então, passaram a sofrer igualmente as conseqüências do cerco da especulação imobiliária em seu território. Atualmente ambos grupos estão reivindicando a ampliação de suas terras.
 
== Fontes ==
Fonte: Instituto Socioambiental | Povos Indígenas no Brasil , <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/fulni-ojavae>, Acessado em: 2902/0406/2013.
 
* [http://pt.wikipedia.org/wiki/Fulni%C3%B4s wikipedia. Página da wikipedia ]
 
{{referências}}
Fonte: GASPAR, Lúcia. Índios Fulni-ô. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 29 abril. 2013.
 
Fonte: Instituto Socioambiental | Povos Indígenas no Brasil , <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/fulni-o>, Acessado em: 29/04/2013.
 
== Referências externas ==
 
[http://www.each.usp.br Aldeia Eachwawá]
 
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