Wikinativa/Macuna: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 86:
Os mortos são enterrados com algumas coisas deles embaixo da casa, na posição fetal, para representar a reencarnação da alma e, depois, o pajé queima cera de abelha na casa para limpá-la. Entretanto, eles creem que os mortos vagam como espíritos pelo céu ou no mundo subterrâneo para depois terminar em Manaitara, a “casa de acordar”. O corpo desce para um rio subterrâneo e é perdido. Se o cadáver é tratado bem, depois um tempo na casa dos mortos, o espírito se reencarna em uma pessoa, animal ou planta. Se a família não cuida do cadáver, o espírito vai para o mundo subterrâneo e pode assombrar a família, causando desastres e a morte dos familiares. Manaitara é considerado o portão entre os dois mundos, o dos vivos e o dos espíritos, que esperam reencarnar em um corpo novo. Esses mundos correspondem às fratrias, Povo d’água (Ide masa) e o Povo da terra (Yiba Masa) e os casamentos unem pessoas reencarnadas de espírito e corpo.
Os Pajés (cumu ou yai) ensinam que as doenças têm diversas causas, como por exemplo, comer alimento sem a bênção, ou comer algo sujeito a um tabu, sofrer um feitiço ou ataque de um espírito durante um rito entre outros. Se o pajé não tratar a pessoa doente, ela vai morrer. O cantador (yuam) canta os mitos da criação na festas. Os pajés curandeiros (yaia = onças) fazem curas recitando silenciosamente canções e soprando fumaça de tabaco sobre o doente. São mediadores para manter a reciprocidade entre a natureza e o consumo do povo. No mundo invisível, os animais têm sociedades organizadas semelhantes aos homens.
 
<br />