Guerra do Paraguai


GUERRA DO PARAGUAI

(1864-1870)

Bandeira do Paraguai atual


Professor Adelson Green Rodrigues – História/Sociologia. EE. Pedro Brandão dos Reis.


ANTECEDENTES DA GUERRA DO PARAGUAI

Existiam rivalidades fronteiriças entre Brasil e Paraguai, principalmente na Região do Mato Grosso do Sul, ainda existiam discórdias em relação a livre navegação no Rio Paraguai.

Solano López era aliado de Urquiza, líder dos federalistas, que foi derrotado pelos unitaristas, liderados por Mitre. Esta aliança desagradava Bartolomé Mitre que estava no poder da Argentina. Sentindo isolado, López procurou aliança com os blancos. Esta aliança possibilitava ao Paraguai uma saída para o mar, utilizando o porto de Montevidéu, pois Buenos Aires estava sobre o domínio dos unitaristas de Mitre.

Vejamos, Solano apoiava os federalistas na argentina, que faziam oposição a Mitre, e os blancos que estavam no poder no Uruguai. Por outro lado, o Brasil Imperial era aliado de Mitre que governava a Argentina e dos colorados que estavam na oposição no Uruguai. Assim a aliança de Solano López com os blancos não tinham boas relações  com o governo imperial, nem pelo governo de Mitre.

Berro do Partido Blanco era o presidente do Uruguai e Venâncio Flores (colorado) organizou um movimento para depor Berro, iniciando uma guerra civil, Berro renunciou, assim o Presidente do Senado Aguirre (blanco) assumiu o poder. López posicionou contra a intervenção brasileira, mas um terço da população do Uruguai era de origem brasileira, também existiam fortes divergências entre os fazendeiros uruguaios (blancos) e os fazendeiros gaúchos, em relação a concorrência do charque.

Os interesses de Solano López estavam em jogo no Uruguai, assim o Paraguai enviou um recado ao império, para que o Brasil não se envolvesse na guerra civil uruguaia. Ainda em setembro de 1864 tropas brasileiras invadiram o Uruguai e destituíram os blancos e os colorados assumiram o controle. Em represália Solano Lópes aprisionou o navio “Marquês de Olinda”, que levava o governador do Mato Grosso. O ato paraguaio foi considerado pelo governo imperial como uma agressão.


As diferentes correntes historiográficas.

Visão tradicional – a ideia da loucura de Solano Lopez, único causador da guerra.

Visão marxista – década de 70,80 e início 90 as causas da guerra seria o imperialismo britânico.

Visão revisionista – A realização de projetos políticos de nações, que procuravam se viabilizaram como nações independentes. A visão de como a guerra viabilizaria os ideais da construção dos estados nacionais.

Pensamento do Paraguai – entre dois vizinhos poderosos ele procurava manter a sua independência, assim mantinha a aproximação com os blancos para garantir uma saída para o mar. A intenção de Solano López integrar-se ao capitalismo internacional e desejava usar o porto de Montevidéu para exportar primários e importar manufaturados, ideia que contraria o pensamento de uma guerra de Solano contra o imperialismo britânico.


A imagem de Solano López no Paraguai atual.

A direita, esquerda e centro reivindicam a memória de Solano para si, ou seja, López seria o presidente que levou o seu país a luta para a defesa dos interesses paraguaio, hoje existem ruas, shopping center, pontes, prédios com o nome de Solano López. Hoje é um herói nacional.

Solano Lopez 1867
Solano Lopez – Francisco Solano Lopez Carillo.

Nasceu em 24/07/1827 e foi morto em 01/03/1870.

Governou o Paraguai de de 1862 a 1 de março de 1870.

A Guerra do Paraguai

O Paraguai tinha um exército treinado com 50.000 tropas, mantinha espiões no Brasil e na Argentina, portanto, estavam bem informado.

Existia um acordo (um pacto militar) entre os blancos e López, quando o Brasil invade o Uruguai,  em 12 de novembro de 1864 Solano López manda aprisionar o Navio Marquês de Olinda, que levava o governador da Província do Mato Grosso, ainda Janeiro de 1865 Solano López invade o Mato Grosso (Corumbá, Dourados e Miranda), depois um exército atravessa o território de Corrientes, teve a sua permissão não concedida pelos argentinos, depois alcança o território brasileiro, mas um comandante de López contrariando as ordens Estigarribia, invade Uruguaiana, que foi saqueada, ocorre um abuso da violência, mas as ordens de López era para dirigir-se para Montevidéu.

No momento que Solano invade Corrientes para chegar ao Rio Grande do Sul, o Paraguai torna-se um inimigo comum do Brasil e da Argentina, fato que possibilitou a formação da Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai.

Paraguai tinha pop. de 400.000 hab. e exército de 64.000 homens.

Brasil tinha pop. de 9.100.000 hab. E exército de 18.320 homens

Argentina tinha pop. 1700.000 hab. E exército de 6.000 homens.

Uruguai tinha pop. 250.000 hab. E exército de 3.000 homens.

A Batalha de Uruguaiana, os brasileiros tiveram a participação de Davi Canabarro, do comandante Osório e conseguem a rendição de Estigarribia.


Criação dos Voluntários da Pátria, que levou o recrutamento em massa de escravos para lutarem na guerra, uma vez que um proprietário de escravos podia substituir o seu recrutamento, ou do recrutamento do seu filho, pelo recrutamento de um escravo.

Brasil, Argentina e Uruguai assinam o Tratado da Tríplice Aliança (01/05/1865), em junho de 1865 os paraguaios, liderados por Estigarribia, invadem o Rio Grande do Sul e ocupando Uruguaiana, São Borja e Itaqui, os paraguaios abusam da violência, ocorrendo saques, pilhagens e mortes, mas são derrotados na Batalha de Jatai por Canabarro e depois na Batalha de Uruguaiana, quando reuniram Flores, Mitre e D. Pedro II, além dos seus dois genros, Conde D’Eu e o Duque de Saxe, Estigarribia assinou a rendição das forças paraguaias, em 18/08/1865.

Batalha do Riachuelo (11/06/1865), uma frota brasileira formada por nove navios que bloqueavam a passagem no Rio da Plata, dentro do território Argentino, Solano López tenta uma liberar a saída para o mar, mas é derrotado pelo almirante Barroso, assim o Paraguai fica isolado, sem o acesso a recursos de estrangeiros.

Os exércitos da Tríplice Aliança entram no Paraguai e direcionavam-se para Humaitá, uma fortaleza ironicamente construída pelos brasileiros.

Batalha de Tuiuti. Solano resolve barrar os aliados e ataca o exército aliado, em 24/05/1866, na Batalha de Tuiuti. Solano fez um ataque tentando surpreender os inimigos, procurando cercar por três lados os aliados. A batalha foi sangrenta com mais de dez mil mortos e milhares de feridos, mas o General Osório teve uma participação brilhante e conseguiu derrotar o exército paraguaio. Alguns meses depois Solano López procurou Mitre tentando colocar fim à guerra, mas não ocorreu um acordo e matança continuou.

A Batalha de Curupaiti (22/09/1866). As forças da Tríplice Aliança compostas por 20.000 homens e 20 navios da marinha imperial, comandadas pelo Almirante Tamandaré, cercaram a fortaleza de Curupaiti, controlada pelos paraguaios, que dispunham de 5.000 homens. No final do dia os paraguaios tinham 250 baixas (54 mortos e 196 feridos), enquanto os aliados tiveram cerca de 3.500 baixas, dos quais cerca de 1.000 mortos. Esta foi a principal derrota das forças aliadas. Esta batalha coloca a Argentina e o Uruguai fora de combate, a partir deste momento Brasil assume a guerra sozinho contra Solano López.

06/11/1866 – Através de um Decreto nº 3.725-A, D. Pedro II autoriza a libertação dos cativos que lutassem nas forças brasileiras o contra o Paraguai.

O episódio conhecido como a Retirada de Laguna, ocorreu entre abril e maio de 1867, as tropas brasileiras invadem o Paraguai em direção a fazenda Laguna, onde acreditavam encontrarem suprimentos para se estabelecerem formando uma cabeça de ponte, no entanto, foram atacados pelos paraguaios e acabaram sendo obrigados a saírem do Paraguai.

Caxias foi assume o comando das forças brasileiras e procura organizar as forças brasileiras, neste momento, ocorre uma fase de suspensão das hostilidades, que voltariam em agosto de 1867, quando tenta tomar a fortaleza de Humaitá, mas só conseguira êxito no final de agosto de 1868.

A dezembrada corresponde a uma série de vitórias do exército brasileiro no mês de dezembro de 1868, comandados por Caxias e Osório, derrotaram os paraguaios nas batalhas de Itororó, Avaí e de Lomas Valentinas, esta última foi fundamental para a derrocada de Solano López, a partir daí Caxias abandonou a guerra, pois entendia que o Paraguai já estava derrotado e seria uma perseguição a um único homem. Na dezembrada acredita-se que os paraguaios tiveram 7.500 baixas e os brasileiros cerca de 5.000 a 5.500 homens.

D. Pedro II coloca seu genro, Conde D’Eu, no comando das forças brasileiras, que saqueiam a capital Assunção, destroem a fundição de Ibicuy e continuam a perseguição a López.

"A Batalha de Los Niños" ou "Acosta Ñu" (16/08/1869) liderados pelo Conde D’Eu os exército aliado com 19 mil brasileiros e mais 2 mil uruguaios e argentinos enfrentam as tropas paraguaias formadas cerca de 5 mil crianças, os mais velhos tinham 15 anos, mas tinham meninos e meninas de 10, ou 12 anos, que mal podiam levantar um fuzil, também faziam parte das forças paraguaias muitos idosos. A batalha, ou carnificina, durou oito horas, no final as crianças foram massacradas, muitas choravam e gritavam por suas mães no campo de batalha.  Em razão deste massacre o dia 16/08/1869 é denominado o maioria idosos e crianças. Em homenagem às vítimas, 16 de agosto se tornou o Dia das Crianças no Paraguai. Este episódio foi marcado pela desumanidade, do General Caballero, que deixou crianças, mulheres e idosos como alvo dos inimigos, mas a selvageria dos aliados foi brutal, massacrando impiedosamente os inocentes.

O combate de Cerro Corá – 01/03/1870 – o exército aliado composto por 5 mil homens, liderados pelo Conde D’Eu, conseguiu encurralar Solano López, que foi ferido na virilha com golpe de lança, pelo cabo brasileiro Chico Diabo, mas conseguiu fugir, perseguido foi fuzilado pelos brasileiros. Assim a guerra chegou ao final.

Nota.

Este trabalho foi realizado para com o intuito de produzir uma base para o trabalho desenvolvido no Kahoot.

Assim o texto serve para leitura e adquirir conhecimentos, a partir daí montamos uma bateria de perguntas no Kahoot, possibilitando que os alunos participem dos jogos.

No kahoot montamos em torno de 30 questões, com 20 questões com 4 alternativas e um minuto para respostas, somamos mais 10 questões com duas alternativas (verdadeiro) ou (falso).

Qual a imagem que nossos vizinhos de nós, construída no século XIX. A imagem do Brasil?

Brasil é uma potência regional agressiva, imperialista, que coloca os interesses das suas elites além de suas fronteiras. Assim é visto pelo Uruguai, pelo Paraguai, pela Bolívia, pela Argentina, pelo Peru, pela razão que já estivemos lá, já marcamos presença numa ocupação.

As consequências do conflito.

Paraguai

O país foi arrasado pela guerra, acredita-se que perdeu 50% da população, sua economia no final da guerra estava destruída, a fábrica de pólvora foi destruída, bem como outras indústrias.

Brasil

O país saiu da guerra com uma dívida externa, em razão do seu esforço de guerra, acredita-se que perdeu quase cem mil pessoas no conflito, uma significativa parcela de negros que foram lutar pelo país.

Uruguai e Argentina

Tiveram poucas baixas e poucos gastos, quando comparados com o Brasil e o Paraguai.

EE. Pedro Brandão dos Reis – José Bonifácio-SP

Adelson Green

Bibliografia

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Total. Ed. Ática. São Paulo. 2000.

BUENO, Eduardo. Brasil: uma história, a incrível saga de um país. Editora ática. São Paulo. 2003.

BURNS, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental. Do homem das cavernas as naves espaciais. 36ª ed. Editora Globo. 1995.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. Editora Edusp. São Paulo. 1996.

HOBSBAWM, E J. A Era das Revoluções. 22. edição. Editora paz e terra. Rio de Janeiro. 2007.

KOSHIBA, Luiz. E Pereira, Denise Manzi Frayze. História do brasil: no contexto da história ocidental. 8ª edição. Atual editora. São Paulo. 2003.

KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. Editora Atual. São Paulo. 2000.

KOSHIBA, Luiz. PEREIRA, Denise Manzi Frayze. Américas uma Introdução Histórica. Editora Atual. São Paulo. 1992.

PEDRO, Antônio; LIMA, Lizânias de Souza. História sempre presente.  Editora FTD. São Paulo. 2010.

TEIXEIRA, Francisco M.P. Brasil História e Sociedade. Editora ática. São Paulo. 2002.

VICENTINO, Claudio. História Geral. Ensino Médio. Edição Atualizada e Ampliada. Editora Scipione. São Paulo. 2000.