Introdução ao Jornalismo Científico/Mídias, Linguagens e Prática do Jornalismo Científico/Atividade/AdrianaFarias09

Os podcasts escolhidos para análise relativa a tarefa final do módulo 6 são: Ciência Suja e A Matemática do Cérebro.

1.Qual você acha que é o público-alvo do podcast?

Ciência Suja: o público-alvo do podcast é bastante amplo e diversificado. Provavelmente deve incluir entusiastas da ciência, profissionais da saúde, estudantes e profissionais da área científica, como acadêmicos, pesquisadores, cientistas e alunos de graduação e pós-graduação que desejam entender melhor as questões éticas e os desafios enfrentados pela comunidade científica. Jornalistas e comunicadores científicos interessados na divulgação científica e na ética jornalística relacionada à cobertura de questões científicas, bem como o público em geral que pode se envolver pelas histórias fascinantes, intrigantes e educativas sobre fraudes científicas e no processo de resolução desses problemas.

A Matemática do Cérebro: o público-alvo do podcast parece ser aquele interessado em ciência, especificamente em neurociência, matemática aplicada e estatística. Mais especificamente, pode atrair estudantes e profissionais das áreas de neurociência, matemática, estatística e ciências cognitivas, bem como qualquer pessoa interessada em aprender mais sobre esses tópicos e o trabalho realizado pelo CEPID NeuroMat. O podcast parece estar direcionado para um público que busca um entendimento mais profundo e técnico desses temas, e também para aqueles interessados na pesquisa científica sendo realizada no Brasil.

2. Como você acha que ele é feito?

Ciência Suja (podcast narrativo/documental)

  • Pesquisa e planejamento: a equipe conduz uma pesquisa extensiva sobre casos de fraudes científicas relevantes para serem abordados no podcast. Eles também planejam o formato do programa, decidindo quantos episódios terá cada temporada, a duração de cada episódio, média de 1 hora, e como será estruturado o conteúdo.
  • Entrevistas e investigação: os jornalistas podem conduzir entrevistas com especialistas, pesquisadores, acadêmicos e outras pessoas envolvidas nos casos selecionados. Eles também podem realizar uma investigação aprofundada para reunir informações precisas e detalhadas sobre cada caso.
  • Roteiro e gravação: com base na pesquisa e nas entrevistas realizadas, os jornalistas elaboram um roteiro para cada episódio do podcast. Esse roteiro pode incluir narrativas detalhadas dos casos, análises das repercussões na comunidade científica e insights sobre como essas situações foram resolvidas. Em seguida, eles gravam o áudio dos episódios, que pode incluir narração dos próprios jornalistas, como apresentadores, entrevistas com especialistas e trechos de áudio relevantes. No caso do Ciência Suja, por exemplo, o podcast é de estilo narrativo, documental e informal.
  • Edição e pós-produção: após a gravação, o áudio é editado para garantir que o podcast tenha um fluxo coeso. Isso pode envolver a remoção de pausas prolongadas, ajuste de volumes, adição de trilha sonora e efeitos sonoros. A pós-produção também inclui a criação de materiais adicionais, como trailers, teasers ou transcrições dos episódios.
  • Distribuição e promoção: Uma vez que os episódios estejam prontos, eles são disponibilizados nas plataformas de podcast, como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, entre outros. Os criadores do podcast podem também promovê-lo em redes sociais, sites, eventos e outros canais de divulgação para alcançar o público-alvo e atrair novos ouvintes.

A Matemática do Cérebro (podcast de entevistas)

  • Pesquisa e planejamento: a equipe de produção pesquisa sobre os tópicos a serem discutidos em cada episódio, incluindo as últimas descobertas e avanços na área de neurociência e matemática aplicada. Eles também planejam a estrutura do episódio e elaboram um roteiro detalhado. Trata-se de um podcast de entrevista, com narração inicial e final, com uma entrevistadora cuja performance é mais formal.
  • Gravação: os episódios são gravados em estúdio ou remotamente, com os anfitriões e possíveis convidados discutindo os tópicos previamente pesquisados. Eles podem usar equipamentos de gravação de áudio profissionais e software de edição para garantir a qualidade do áudio.
  • Edição: após a gravação, o áudio é editado para remover pausas longas, erros de gravação e outros elementos indesejados. Quase não há uso de efeitos sonoros e nem música de fundo. Também não há outros elementos para melhorar a experiência auditiva.
  • Pós-produção: depois da edição, os episódios são finalizados e formatados de acordo com os padrões do podcast. Isso inclue a adição de introdução e encerramento, inserção de informações adicionais.
  • Distribuição e promoção: Os episódios são então carregados em plataformas de podcast populares, como Spotify, iTunes, SoundCloud, entre outros.

3. Qual é a principal força e a principal fragilidade do programa?

No caso dos podcasts Ciência Suja e A Matemática do Cérebro, a força está justamente no nicho que eles decidiram investir, que é original, com conteúdo de alta qualidade e com temas pouco ou nada discutidos na sociedade e na mídia em geral. O Ciência Suja foca em fraudes científicas que geraram grandes prejuízos para a sociedade mostrando como a própria ciência resolveu essas situações. O Matemática do Cérebro aborda o modelo de sistemas de disparos neuronais desenvolvido pela equipe do CEPID NeuroMat; o quadro estatístico necessário para tratar rigorosamente a conjectura do “cérebro estatístico”; e os processos da construção e produção da ciência de ponta no Brasil.

Além disso, ambos discutem tópicos relevantes dentro de suas áreas contribuindo para ampliar o conhecimento público e promover a cultura científica no Brasil. Ao incluir entrevistas com especialistas e pesquisadores de referência, o podcast oferece uma visão mais ampla e diversificada sobre os temas discutidos. Alguns temas são complexos, mas abordados de forma acessível e educativa.

A principal fragilidade do podcast “A Matemática do Cérebro” pode ser alguma acessibilidade a pessoas que não têm familiaridade com os conceitos e terminologias específicas utilizadas nas áreas de neurociência e matemática. Embora o podcast se esforce para tornar os temas compreensíveis para um público geral, alguns ouvintes podem encontrar dificuldades para acompanhar o conteúdo. Isso pode limitar o alcance do podcast e sua capacidade de atrair uma audiência mais ampla. Portanto, encontrar maneiras de simplificar conceitos complexos sem comprometer a precisão científica pode ser um desafio para a equipe de produção. Também vale citar alguns problemas de áudio que podem comprometer a qualidade do podcast, como no episódio “Cérebro e Computador”.

A principal fragilidade do podcast "Ciência Suja" pode ser sua capacidade de manter o interesse do público ao longo do tempo, especialmente se não houver uma diversidade suficiente de casos de fraudes científicas ou se a abordagem dos episódios se tornar previsível. Nesse caso, vi que a produção do programa abriu um chamamento público convidando jornalistas ou comunicadores de ciência de fora do eixo Rio-São Paulo interessados em produzir um episódio para o Ciência Suja. Segundo o comunicado, ao menos metade dos selecionados serão não-brancos, e as pautas selecionadas serão de diferentes regiões, vindas de pessoas com diferentes contextos e gêneros. Isso pode ser um ótimo caminho para lidar com a fragilidade apontada.

Podcast realizado para a tarefa final deste módulo 6:

Podcast "Ciência na Amazônia"