Introdução ao Jornalismo Científico/Metodologia e Filosofia da Ciência/Atividade/AdrianaFarias09

Nome da atividade editar

Esta seção apresenta a tarefa principal do Módulo 1 do curso de "Introdução ao Jornalismo Científico". A realização da tarefa é indispensável para o reconhecimento de participação no curso. Seu trabalho estará acessível, publicado no ambiente wiki, e será anexado ao certificado de realização do curso, quando finalizar todas as atividades. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Descrição da atividade editar

Atuar no jornalismo científico é às vezes comparado ao de ser um tradutor, no jargão da área da comunicação um 'tradutor intersemiótico', que passa a linguagem de um campo para o de outro campo. Nesta atividade, vamos observar e analisar como isso foi feito em uma das principais publicações acadêmicas brasileiras, a Pesquisa FAPESP.

Você deverá selecionar um artigo na revista Pesquisa FAPESP. Estão acessíveis na página principal da publicação. Escolha um artigo sobre um tema de pesquisa - ou seja, que seja baseado em uma ou mais de uma publicação científica - e leia-o com cuidado. Responda às perguntas que seguem.

As respostas deverão ser publicadas nesta página individual. Apenas altere os campos indicados.

Nome de usuário(a) editar

AdrianaFarias09

Link para a matéria selecionada editar

Nesta seção, você deverá colocar os links da matéria selecionada. Esteja logado.

Resumo da matéria editar

Para esta etapa, resuma a matéria em até 300 caracteres. Esteja logado.

As emissões de dióxido de carbono na Amazônia mais que dobraram em 2019 e 2020 quando comparado com a média dos 9 anos anteriores. Segundo o INPE, o aumento do desmatamento e das queimadas fez a floresta tropical liberar mais gás de efeito estufa, que provoca o aquecimento global, do que consegue absorver.

Análise da matéria editar

Para esta etapa, identifique e analise com base na matéria: o objeto e a metodologia (observação, hipótese, experimentação, análise e publicação) da pesquisa. Esteja logado.

O objeto da pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é o estudo que relaciona as emissões de dióxido de carbono na Amazônia, as queimadas, ao desmatamento e ao impacto no aquecimento global.

A metodologia utilizada envolveu a observação do avanço do desmatamento e das queimadas na região amazônica. A partir disso, os pesquisadores elaboraram hipóteses, ou seja, questões para entender a causa e a consequência dos fenômenos observados. Entre elas, a consequência no colapso da fiscalização e autuação ambiental promoveu o avanço do desmatamento, das queimadas e, por consequência, o aumento das emissões do gás de efeito estufa.

Assim, a experimentação levou a coleta de dados das composições químicas de amostras de ar, entre 300 metros e 4,4 km de altitude em relação ao nível do mar com uso de aeronaves, de quatro regiões amazônicas: Alta Floresta, em Mato Grosso, no sudeste da região; Rio Branco, no Acre, no sudoeste; Santarém, no Pará, no nordeste; e Tefé ou Tabatinga, no Amazonas, no noroeste. Combinou os resultados com imagens de satélite e números de queda da fiscalização ambiental.

As análises confirmaram o aumento significativo em relação aos anos anteriores das emissões do principal gás de efeito estufa que provoca o aquecimento global, correlacionando também ao desmonte da fiscalização ambiental como mais um fator por trás do problema. Dessa forma, calculou-se diferentes porções do bioma que estão emitindo ou absorvendo mais carbono.

A publicação dos resultados foi feita no repositório on-line Research Square na forma de preprint (artigo ainda não revisado por pesquisadores independentes de uma revista científica). Essa pesquisa é complementada por outro trabalho publicado anteriormente pelos pesquisadores na revista Nature.

Análise da pesquisa editar

Para esta etapa, acesse a(s) pesquisa(s) de origem, de base para o artigo na Pesquisa FAPESP, identifique e analise a seção metodológica. Em especial, explique em que medida o processo de pesquisa foi bem documentado no artigo que você selecionou. Esteja logado.

A metodologia científica da pesquisa em questão pode ser encontrada nos campos “resumo” e “introdução”. Na sequência, o documento detalha como foram realizadas as coletas de amostras de ar, como escreve a reportagem, ou seja, os “perfis verticais de carbono atmosférico”, como aponta a pesquisa científica.

Ainda nessa seção, os pesquisadores comparam os resultados com o mapa do desmatamento amazônico e a aplicação da lei ambiental e responsabilização por crimes contra a Floresta Amazônica.

No campo “métodos”, os pesquisadores relatam os resultados a partir dos locais e das análises das amostras de ar em quatro regiões amazônicas que são descritas a partir de suas coordenadas geográficas, mas que a reportagem traduz para Alta Floresta, em Mato Grosso, no sudeste da região; Rio Branco, no Acre, no sudoeste; Santarém, no Pará, no nordeste; e Tefé ou Tabatinga, no Amazonas, no noroeste.

A reportagem selecionada apresenta uma divulgação jornalística bem clara do processo de pesquisa realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em relação ao aumento das emissões de dióxido de carbono na Amazônia devido ao avanço das queimadas, do desmatamento e a redução das autuações de campo por desmatamento ilegal e crimes correlatos.

O estudo científico apresentado na reportagem da Fapesp contém uma descrição detalhada da metodologia utilizada na pesquisa, incluindo a análise de dados de medições de amostras de ar combinados com imagens de satélite que levaram aos principais resultados e amplitude do projeto.

Além disso, a reportagem destaca a hipótese dos pesquisadores em relação aos problemas ambientais e as análises realizadas a partir dos dados coletados, que confirmaram a hipótese. Os resultados da pesquisa são apresentados de forma clara e objetiva, contribuindo para o entendimento dos impactos dessas práticas sobre o meio ambiente e o clima global.

Dessa forma, a reportagem documenta de maneira eficiente e completa o processo de pesquisa realizado pelo INPE, permitindo que o leitor compreenda de forma clara a metodologia utilizada, as hipóteses formuladas, as análises realizadas e os resultados obtidos. O trabalho jornalístico também faz ótimo paralelo ao trazer outros estudos que completam a reportagem, como o levantamento do MapBiomas e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Metáfora científica editar

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "A metáfora científica". No artigo da Pesquisa FAPESP selecionado, identifique quais foram as metáforas científicas ou cientificamente inspiradas utilizadas e justifique esse uso a partir das indicações da aula. Analise em que medida contribuem ou dificultam o entendimento da ciência. Esteja logado.

O uso de metáfora cientifica contribui com a prática do jornalismo ao aproximar explicações abstratas da linguagem do público comum. Auxilia também ao atualizar certas definições da ciência com uma linguagem mais adequada à época em questão. Abaixo, alguns exemplos retirados da reportagem.

“fonte” de carbono para a atmosfera (o termo em aspas remete a física);

“concentração” de dióxido de carbono na atmosfera (o termo em aspas remete a química e mineralogia);

“arco” do desmatamento e grande “anomalia” climática (remetem a geometria);

“superávit” das emissões diárias (remete a ciências econômicas);

“pressões” ambientais e “movimento” especulativo (termos derivados da física mecânica)

Filosofia da ciência editar

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "Ciência e Filosofia". Discorra sobre em que medida o artigo da Pesquisa FAPESP que você selecionou coloca questões filosóficas e apresente exemplos extraídos do texto. Esteja logado.

A estruturação das bases filosóficas da ciência foi elaborada por Karl Popper e Thomas Kuhn no século XX. O primeiro estabeleceu o conceito de falseabilidade, ou seja, a ciência é aquilo que pode ser testado e refutado. O segundo trouxe a ideia de ciência normal, o conhecimento avança mantendo os paradigmas estabelecidos, e ciência extraordinária, quando algum desses paradigmas não pode ser aceito é preciso estabelecer novos modelos.

Dessa forma, encontramos essas questões filosóficas nos três exemplos abaixo, extraídos da reportagem da Fapesp. Nos cinco trechos selecionados, vemos o entendimento da normalidade, ou seja, com os mesmos modelos sendo usados ao longo dos anos, como o sistema Prodes e a coleta, via aeronaves, de composições químicas de amostras do ar, ambos pelo Inpe, para obter os resultados da pesquisa.

1.       “Uma tendência que vinha se insinuando desde meados da década passada virou agora realidade nos quatro cantos da Amazônia: a maior floresta tropical do planeta deixou de ser um sorvedouro e se tornou uma fonte de carbono para a atmosfera. ”

2.       “O artigo também destaca que a área de queimadas em florestas, um fenômeno que caminha de mãos dadas com o desflorestamento, aumentou 42% em 2020 na Amazônia em relação à média anual do período entre 2010 e 2018. A quantidade de focos ativos de queimada no Amazonas ao longo de um ano é atualmente da ordem de 20 mil detecções feitas por satélite, o dobro do que era o padrão 10 anos atrás”, diz o engenheiro Alberto Setzer, pesquisador do programa Queimadas, do Inpe, também coautor do artigo”.

3.       “Desde 2015, a taxa oficial de desmatamento da Amazônia calculada pelo Prodes do Inpe cresce ano a ano”.

4.       “A rigor, estudos anteriores do grupo de Gatti, em 2014 e 2021, já vinham indicando que a Amazônia como um todo estava virando uma fonte de carbono. Mas os números que sustentavam essa condição vinham sobretudo de sua porção leste, onde o desmatamento é historicamente maior. Dependendo do ano considerado, a parte oeste, mais bem conservada, comportava-se ainda como um sorvedouro de carbono, de uma forma neutra (emissões iguais às absorções) ou até como uma discreta, mas não clara, fonte de carbono, dentro da margem de erro dos cálculos dos trabalhos. A partir de 2019, os números se tornaram mais robustos e restam poucas dúvidas de que a parte ocidental seguiu o mesmo caminho da oriental.”

5.       “Os novos dados sobre o balanço de carbono na Amazônia provêm de um esforço contínuo de 12 anos coordenado por Gatti, um projeto de pesquisa que conta com financiamento da FAPESP. Desde 2010, a cada duas semanas, em média, um avião de pequeno porte sobrevoa quatro pontos da Amazônia e coleta perfis verticais atmosféricos, entre 300 metros e 4,4 km de altitude em relação ao nível do mar. Essa metodologia nos permitiu publicar três artigos na revista Nature, dois sobre dióxido de carbono e um sobre metano. É uma abordagem consagrada”, diz a química. ”

Referências