Introdução ao Jornalismo Científico/Metodologia e Filosofia da Ciência/Atividade/Tahnee Valzachi Sugano

Nome da atividade editar

Esta seção apresenta a tarefa principal do Módulo 1 do curso de "Introdução ao Jornalismo Científico". A realização da tarefa é indispensável para o reconhecimento de participação no curso. Seu trabalho estará acessível, publicado no ambiente wiki, e será anexado ao certificado de realização do curso, quando finalizar todas as atividades. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Descrição da atividade editar

Atuar no jornalismo científico é às vezes comparado ao de ser um tradutor, no jargão da área da comunicação um 'tradutor intersemiótico', que passa a linguagem de um campo para o de outro campo. Nesta atividade, vamos observar e analisar como isso foi feito em uma das principais publicações acadêmicas brasileiras, a Pesquisa FAPESP.

Você deverá selecionar um artigo na revista Pesquisa FAPESP. Estão acessíveis na página principal da publicação. Escolha um artigo sobre um tema de pesquisa - ou seja, que seja baseado em uma ou mais de uma publicação científica - e leia-o com cuidado. Responda às perguntas que seguem.

As respostas deverão ser publicadas nesta página individual. Apenas altere os campos indicados.

Nome de usuário(a) editar

Tahnee Valzachi Sugano

Link para a matéria selecionada editar

Nesta seção, você deverá colocar os links da matéria selecionada. Esteja logado.

Resumo da matéria editar

Para esta etapa, resuma a matéria em até 300 caracteres. Esteja logado.

A matéria fala sobre a contestação, por parte de cientistas com viés computacional, da publicação científica encabeçada pelo físico Ranga Dias que afirma ter encontrado um supercondutor à temperatura ambiente, o LuNH.

Análise da matéria editar

Para esta etapa, identifique e analise com base na matéria: o objeto e a metodologia (observação, hipótese, experimentação, análise e publicação) da pesquisa. Esteja logado.

A partir da matéria publicada, entendemos que o objeto de estudo é uma publicação de artigo na revista Nature, de autoria de Ranga Dias.

A observação feita é de que a descoberta de um supercondutor à temperatura ambiente é altamente improvável, mas que se possível de replicar e comprovar, teria relevância inestimável para a ciência.

A hipótese é que tal supercondutor não apresentaria a temperatura crítica afirmada por Dias e assim, não teria as propriedades que o pesquisador afirmava ter.

A experimentação foi feita por meio do uso de modelagem computacional para simular as propriedades do composto e suas propriedade eletrônicas, magnéticas e outros parâmetros. Através da simulação de condições de temperatura e pressão diferentes, criaram versões distintas de cristais a partir da combinação dos elementos Lu, N e H.

A análise foi baseada nos 200 mil compostos simulados através da modelagem e na observação de que dentre os compostos estáveis, nenhum apresentava temperatura crítica próxima à temperatura ambiente, assim refutando a suposta descoberta de Dias.

Além disso, a matéria apresenta esclarecimentos sobre o estudo de supercondutores, a fim de complementar o conhecimento do leitor e aprimorar sua análise do estudo. De forma geral, a matéria deixa bastante claro o objeto e metodologia do artigo científico publicado.

Análise da pesquisa editar

Para esta etapa, acesse a(s) pesquisa(s) de origem, de base para o artigo na Pesquisa FAPESP, identifique e analise a seção metodológica. Em especial, explique em que medida o processo de pesquisa foi bem documentado no artigo que você selecionou. Esteja logado.

Ao analisar a seção de metodologia no artigo científico publicado, notamos o uso de dois métodos computacionais de modelagem e predição de estruturas cristalinas, o USPEX e o AIRSS. Nesta seção, os autores dizem ter testado mais de 100 mil estruturas em cada um dos códigos citados acima. A partir disso, entendemos que quando o autor da matéria cita “No total, foram simulados no computado 200 mil compostos com estruturas atômicas diferentes”, ele está na verdade somando os 100 mil testados no USPEX com os 100 mil testados no AIRSS, mas não podemos afirmar com certeza que são, de fato, 200 mil compostos de estruturas atômicas diferentes, já que a ideia de utilizar dois métodos distintos para a predição geralmente tem como objetivo comprovar uma análise mais imparcial, livre de possíveis erros de código, mas não garante que as 200 mil estruturas cristalinas preditas sejam diferentes. Possivelmente, o autor obteve essa informação diretamente através dos autores. Além disso, acredito que a forma sucinta com a qual o autor da matéria trata a metodologia se deve ao pouco entendimento do público geral de códigos específicos à área de cristalografia e matéria condensada.

Metáfora científica editar

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "A metáfora científica". No artigo da Pesquisa FAPESP selecionado, identifique quais foram as metáforas científicas ou cientificamente inspiradas utilizadas e justifique esse uso a partir das indicações da aula. Analise em que medida contribuem ou dificultam o entendimento da ciência. Esteja logado.

Distinguir metáforas de linguagem comum e metáforas científicas em um texto é uma tarefa difícil quando não há um conhecimento mais aprofundado da etimologia das palavras, entretanto, podemos verificar na matéria algumas metáforas abordadas na aula. Algumas metáforas da linguagem comum utilizadas no texto são, por exemplo, corrente, fluxo, calor e energia. Todas estas metáforas foram muito bem empregadas no texto, já que se trata de uma matéria sobre um tópico da Física e estes termos já são comumente utilizados e reconhecidos pela maioria dos leitores. Já as metáforas cientificamente inspiradas, no caso de um texto sobre Física, são mais escassas, por se tratar de uma matéria base da ciência. Um exemplo encontrado foi o termo “fissuras” para falar sobre a reputação do composto LuNH. O autor utiliza um termo de origem científica para descrever as falhas na reputação de supercondutor à temperatura ambiente do composto citado. Esta metáfora também foi bem utilizada e traz uma sutileza e sensação de esterilidade ao criticar um trabalho publicado por um colega cientista.

Filosofia da ciência editar

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "Ciência e Filosofia". Discorra sobre em que medida o artigo da Pesquisa FAPESP que você selecionou coloca questões filosóficas e apresente exemplos extraídos do texto. Esteja logado.

Karl Popper definiu ciência como aquilo que pode ser refutado. O artigo analisado pela matéria é justamente uma tentativa de falsear uma suposta descoberta feita por outro cientista, desta forma, o conceito filosófico abordado por Popper se mostra presente na obra analisada. Ao citar o cientista Wilson Ortiz “Tenho um ceticismo comedido com este material. Neste campo da ciência, o primeiro resultado é provisório enquanto não for confirmado por outros laboratórios” o autor cita justamente a propriedade de falseabilidade e sua importância neste campo da ciência, quando propõe que uma descoberta só pode ser confirmada após diversas tentativas obedecendo a metodologia científica falharem em refuta-la.  

Referências