I.Tema e Objetivos da Aula

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O tema abordado foi predominantemente os jogos cooperativos sem perdedores. O objetivo da aula foi explorar a cooperatividade entre integrantes dos mesmos grupos.

II.Materiais e Espaços Utilizados

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A aula ocorreu no colégio Universitas. Iniciou-se diretamente na quadra. Após o término das atividades, todos os alunos se dirigiram para a sala a fim de dar continuidade a aula. Foi utilizado como material, o corpo.

III.Método didático

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No inicio da aula, foi utilizada a vivência corporal no qual o jogo promoveu a interação dos alunos. Após a atividade utilizou-se o método de debate,em que houve discussão dos conceitos do embasamento literário proposto pelo professor.

IV.Descrição das Atividades

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Primeira Parte

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Jogos cooperativos “sem perdedores”;

Primeiro jogo: Todos aglomerados, dão as mãos aleatoriamente. Objetivo: Desfazer os “nós”. Execução: Quando todos estão de mãos dadas com alguém, começam então a tentar desfazer os “nós”. Vale passar por cima ou por baixo até que todos fiquem em uma linha reta sem soltar as mãos.

Segundo jogo: João bobo - 4 grupos de 6 a 7 pessoas em uma roda e um “bobo” no meio, que deverá ficar com os pés fixos no chão. Objetivo: Fazer com que o bobo tenha confiança que a equipe não o deixará cair. Execução: O “Bobo” fica no meio, com o corpo rígido e os pés fixos no centro. Conforme o “bobo” é empurrado, não pode tirar os pés do centro. Complexidade 1: Agora, o “bobo” deve fechar os olhos. Complexidade 2: A equipe deve agora deixar com que o bobo pendule mais (Abaixe mais para pegá-lo). Complexidade 3: Troca-se o bobo. Um minuto e meio para que se mantenha o novo “bobo” confiando na equipe. Complexidade 4: Agora, toda vez que o “bobo” pendular, deverá ser aparado por uma dupla. Complexidade 5: Não pode usar a mão para aparar o “bobo” (foram usados os antebraços, os ombros e as costas). Complexidade 6: O “bobo” deverá ser acolhido (como num abraço) antes de ser passado para os demais. Complexidade 7: Todos devem tocar no “bobo” enquanto pendula (quem está na frente, segura as pernas, por exemplo). É permitido que a equipe mexa os pés do “bobo” para desestabilizá-lo. Complexidade 8: A equipe deverá mudar de local (Levando o “bobo”) a cada três pêndulos.

 
Atividade em que a aluna Juliana propôs a "brincadeira da serpente" que envolvia a temática da aula.

Terceiro jogo: Uma das alunas sugeriu a brincadeira da serpente. Objetivo: Selecionar os “rabos” da serpente, que deverão passar por baixo das pernas das pessoas que compõem o corpo dela e então integrá-lo, andando com a serpente atrás dos outros pedaços de “rabo”. Execução: Cantam a música enquanto andam entre as pessoas, procurando o “rabo”:

“Essa é a história da Serpente que desceu do morro para procurar um pedaço do seu rabo...”

Aponta para a pessoa escolhida e canta:

“Hey, Você aí! É um pedaço do meu rabão.”

A pessoa então deve passar por debaixo das pernas das pessoas que já fazem parte do corpo da serpente.

Quarto jogo: Esteira humana: Objetivo: passar um dos alunos de uma ponta a outra da esteira. Execução: Aproveitando a formação final da serpente, os alunos deitam no chão, intercalando os lados e grudando ombro com ombro. Levantam os dois braços, fazendo a “esteira”. O aluno escolhido deita na esteira, de costas e com o corpo rijo para que as pessoas comecem a arrastá-lo.

Segunda Parte

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Após a primeira parte, os alunos e o professor Vinicius se dirigiram à sala de aula e deram início à discussão relacionando temas dos textos lidos, Jogos Cooperativos e Vencendo a Competição com situações do momento anterior, relacionando com as atividades dadas. Foram ressaltadas a confiança e cooperatividade, assim criando um laço entre os discentes durante a atividade.

V.Discussões e Dúvidas dos alunos

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A discussão teve início com as alunas responsáveis por registrar a aula, levantando pontos que mais as interessaram, dando exemplos de competitividade dentro da sociedade atual: uma experiência vivida por uma das alunas em uma competição de atletismo, em que em um tiro de 75m, a aluna, perto do final, parou para esperar uma colega para que chegassem juntas e no final, foi repreendida. Outro exemplo foi dado, no qual duas idosas em um ônibus competiam pra ver qual estava em pior estado de saúde.

Um exemplo dado pelo professor Vinícius foi que nos deparamos desde pequenos com competitividade através das mães que competem entre si para ver qual filho se desenvolve mais rápido.

Opinião do aluno Rafael Rodrigues sobre a experiência corporal vivida através da brincadeira joão bobo: " Eu sentia que a cada vez que trocava de pessoa, parecia que criava mais consciência corporal com o grupo, como se o grupo fosse um só corpo".

Foi iniciada a exposição dos textos lidos e citaremos aqui os pontos importantes destacados nos textos pelas alunas:

Jogos Cooperativos (Fábio Otuzi Brotto)

"É jogando que criamos laços de identidade com os outros, formando comunidades". (Freire)

Jogos cooperativos sem perdedores: jogam juntos para superar um desafio comum. Jogam pelo prazer de continuar a jogar juntos. Único grande time.

Jogos de resultado coletivo: duas ou mais equipes, realizam metas comuns que necessitam do esforço coletivo.

 
Instante em que os alunos montaram uma "esteira humana" e se preparavam para que juntos pudessem levar outro estudante de um lado a outro da esteira.

Jogos de inversão: troca de jogadores entre as equipes, ou seja, todos são membros de uma mesma equipe. Tipos de inversão: Rodízio: mudam de lado de acordo com situações pré-estabelecidas. Inversão do goleador: o jogador que marca o ponto, muda para a outra equipe. Inversão de placar: o ponto vai para a outra equipe. Inversão total: tanto o jogador, quanto o ponto são para a outra equipe.

Jogos semi cooperativos: Todos jogam: mesmo tempo de jogo. Todos tocam: a bola deve ser passada por entre todos os jogadores do time. Todos marcam ponto: todos tenham feito um ponto para vencer. Todas posições: todos os jogadores passam pelas diferentes posições no jogo (armador, pivô, técnico, torcedor, dirigente, etc.). Passe misto: entre meninos e meninas. Resultado misto: pontos ora por menino, ora por menina.

Zimarian Walker desenvolveu uma série de critérios para incentivar a aproximação espontânea e a integração. Formas de separar equipes/grupos: Mês de nascimento: por trimestre (4 trimestres). Dia de nascimento: primeira e segunda quinzena. Signos- Elementos- Ar, Fogo, Terra e Água. Horário de estudos: manhã, tarde e noite. Inicial do nome: A-H; I-O; P-Z. Cores de roupa: clara e escura. Preferências: café com leite- suco de laranja.

"Desfazer conceito de estar no mesmo grupo nos prepara com leveza, flexibilidade e fazer, por entre os vários campos de jogo que vivemos no dia-a-dia". (Brotto)

Para Khon "as recompensas nos motivam a obter recompensas" e não a melhorar o envolvimento com aquilo que estamos realizando, tirando o prazer de simplesmente participar para uma preocupação em ganhar. Respeitar a autenticidade dos outros.

A Co-Opetição: Uma síntese transitiva no percurso da transformação de atividades e eventos de cooperação, em diferentes situações.

Vencendo a Competição (Terry Orlick)

A cultura competitiva da sociedade contemporânea, segundo o texto, fez com que o caráter de socialização das brincadeiras fosse ignorado. Observando alguns povos primitivos, percebe-se que as brincadeiras realizadas por eles são de caráter social e cooperativo.

Um exemplo de jogo é do povo Tangu, da Nova Guiné, que consiste em jogar "chapéus" em estacas de madeira até que haja um empate entre equipes. Essa brincadeira passa o valor de equivalência moral para a tribo.

Entre aborígenes australianos, o mesmo padrão de brincadeiras se repetiu. Mike Salter, em uma tese de mestrado sobre esses aborígenes, concluiu:

1) Os jogos serviam para divertir e a vitória era de importância quase insignificante;

2) As regras dos jogos eram mínimas, e muitas das atividades eram de natureza grupal;

3) Havia participação máxima nas brincadeiras e nos jogos, e essas atividades eram usadas para solidificar as relações internas e promover interação social positiva e boa vontade.

 
Momento em que os alunos tinham que trabalhar em conjunto para chegar no objetivo comum (desfazer o nó).

O softball é bastante jogado pelas mulheres aborígenes e a não competitividade mostrou-se claramente em uma situação em que uma professora não obteve sucesso ao tentar convencê-las de roubar as bases do time adversário; a ideia se mostrou inaceitável por parte mas moças.

Os Jogos Anuais do Norte foram criados com o intuito de promover competições amistosas e cooperativas entre os povos do norte. No Concurso da Boa Mulher, as mulheres são avaliadas de acordo com sua habilidade de costurar, cozinhar, preparar alimentos e peles e dança, pois segundo os povos do norte, é isso que compõem uma "boa mulher".

Durante as "disputas" nesse concurso, as mulheres não agem como se tivessem que ganhar uma competição. O clima entre elas é o mais agradável possível, sendo o concurso feito entre risadas e brincadeiras entre as participantes. Há uma cooperação mútua entre todas: se uma delas tem dificuldade em uma tarefa, as outras a ajudam de prontidão.

A mesma coisa ocorre na competição entre os homens. As disputas são feitas entre risadas e se há erro por parte do competidor, seus adversários estão sempre dispostos a ajudá-lo.

Ao final do Jogo, muitos atletas não sabem que ganharam a prova, e os que foram receber o prêmio foram muito aplaudidos e saudados pelos concorrentes.

VI.Temas interdisciplinares

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Durante as atividades, foram desenvolvidas interações sociais e cooperativas. Na psicologia, observa-se o indivíduo como parte de um todo, ajudando seus iguais em diversas tarefas.

VII.Conclusões

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através das atividades dadas durante a pratica corporal podemos relacionar com os textos e a pedagogia apresentada.

Comentários do professor:

- Crianças de 5 a 7 anos tem uma tendência a se livrar rapidamente do “João bobo” como se ele fosse um problema, pois ainda não desenvolveram o senso de coletividade e cooperação, não conseguem se colocar no lugar do outro. - Na variação onde não era permitido usar as mãos, o professor identificou estratégias de ataque e defesa de acordo com o nosso posicionamento para receber o bobo.

Percepção dos alunos responsáveis pelo registro da aula:

- Notamos que, conforme os alunos iam pegando confiança, crescia também a cooperação na hora de recepcionar o bobo, fazendo isso em duplas/trios, antes mesmo do professor colocar essa condição como regra.

VIII.Pesquisas Bibliográficas

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Orlick, Terry. Vencendo a competição (1978)

Brotto, Fábio Otuzi, Jogos Cooperativos (1999)

IX.Observações da página do grupo anterior (Aula 06)

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O grupo anterior tratou das concepções abertas de ensino através dos "jogos de roda", que tinha como principal objetivo desenvolver habilidades rítmicas e motoras a partir de uma visão construtivista, onde os alunos ajudaram na construção das atividades corporais. Foi perceptível a dificuldade de encontrar o ritmo por parte dos estudantes, tendo então interferência do professor em variados momentos incentivando os alunos a encontrar soluções para que a turma conseguisse chegar a um objetivo comum.

AVALIAÇÃO DO PROFESSOR

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  • NOTA FINAL REVISADA: 6,5

1) Assiduidade e pontualidade do grupo no registro e apresentação da aula que é responsável (1,0/1,0)

2) Apresentação da leitura no começo da aula a partir das perguntas (2,0/3,0)

3) Publicação da leitura/apresentação/perguntas na plataforma colaborativa wikiversidade dentro do prazo (desejável o formato multimídia, com uso de hiperlinks para textos, notícias, quiz e demais conteúdos que possam auxiliar o aproveitamento da leitura). (1,0/ 2,0)

4) Publicação da aula em forma de relatório da lição (desejável formato multimídia, com descrição convidativa, uso de texto, imagens e hiperlinks para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento como youtube).(2,0/ 3,0)

5) Revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer comentários (0,5 / 1,0)


Comentários: De modo geral, a documentação da aula foi suficiente, com descrição registro dos momentos mais importantes e detalhamento da sequência pedagógica das atividades. No entanto, a descrição foi muito sucinta e merecia maiores esclarecimentos. Por exemplo: "Foram levantadas questões de confiança e cooperatividade". Quais?; "professor Vinícius, que completou e deu exemplos das partes comentadas pelas alunas". Quais? Também vale apontar problemas de nomeclatura, como o "jogos cooperativos puros". Favor substituir "puros" por "sem perdedores". Puro é um adjetivo que o professor usou no começo da aula com fins didáticos, mas o conceito correto é "sem perdedores", conforme apresentado no final da aula. O Método não é "prático", deve ser substituído por ""vivência corporal"; na segunda parte a didática pode ser "trabalho em grupo", "conversação didática". Ficou claro o estudo dos textos, mas sua apresentação poderia ter explorado mais os argumentos dos autores em relação às questões de cooperação e competição. O resumo do texto 1 foi bastante conciso, com um fichamento, mas suficiente pois expôs os principais pontos; já o texto 2, mais teórico, mereceria ser descrito com mais riqueza, para que os exemplos sejam fundamentados em argumentos mais sólidos e contextos conceituais do autor. Ambos os textos devem ser retomados nas conclusões para que vocês reflitam sobre as relações dos textos com a aula e demonstrem superação do senso comum. Em relação aos aspetos da forma, houve ineficiente uso de ferramentas multimídia, o que dificulta visualização e estudo. Sugere-se que nas próximas sejam inseridos comentários e dúvidas gerados pelos colegas naquela aula: podem ser feitas entrevistas ao final da aula com dois ou três alunos que participaram da aula, ou mesmo depoimentos/comentários por escrito colhidos após a aula. Não foram realizados comentários em relação à wiki do grupo anterior.