Malcolm X, nascido como Malcolm Little em 19 de maio de 1925, desempenhou um papel fundamental no movimento pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos.                                    

Crescendo em um ambiente permeado pelo racismo e violência, enfrentou graves dificuldades desde a infância. Seu pai estava associado à Universal Negro Improvement Association (UNIA), uma organização que almejava a autossuficiência dos afro-americanos e buscava estabelecer um local na África onde os negros americanos pudessem se estabelecer.

O foco da UNIA eram os trabalhadores rurais e urbanos. Após a morte de seu pai, Earl Little, que teve suspeitas de assassinato por parte de milícias de extrema direita e o colapso emocional de sua mãe, Louise Little, em 1946, Malcolm X foi para um orfanato onde, após ser desestimulado por um de seus professores, perdeu o interesse nos estudos, indo morar com sua irmã em Boston, iniciando um estilo de vida despreocupado, consumindo bebidas alcóolicas e drogas. Eventualmente Malcolm começaria também a cometer pequenos delitos, onde eventualmente, seria detido, sendo condenado a 10 anos de prisão por arrombamento e roubo de propriedade particular em 1946.

Durante o período em que esteve encarcerado, Malcolm X passou por uma transformação radical. Converteu-se ao Islã e uniu-se à Nação do Islã (NOI), uma organização que defendia a separação racial e a emancipação dos afro-americanos. Tornou-se um porta-voz da Nação, no entanto, insatisfeito com as atitudes do líder da organização, Elijah Muhammad, decidiu romper os laços com a instituição. Foi nesse contexto que adotou o nome "X", rejeitando o sobrenome "Little", que considerava uma herança da escravidão.

Nos anos 1950 e 1960, dois líderes relevantes do movimento negro se destacaram: Martin Luther King Jr. (1929-1968) e Malcolm X. Enquanto Martin Luther King buscava a integração dos afro-americanos na sociedade, Malcolm X defendia o direito à autodefesa e o nacionalismo negro. Para Malcolm, os negros deveriam adquirir sua autossuficiência e construir um mundo que fosse dos negros e para os negros. O que o tornou uma figura controversa, porém influente.

Sr. Malcolm X, você odeia todos os brancos?

Após se afastar da Nação do Islã, Malcolm X fundou a Organização da Unidade Afro-Americana (OAAU), uma associação com uma perspectiva mais política que também buscava incluir os negros de fora do país. O objetivo era agregar o contingente negro africano aos afro-americanos, promovendo a restauração (retirá-los da condição miserável e inferiorizada), a reorientação (com ênfase na conscientização sobre a condição dos negros) e a educação. Assim, começou a defender uma nova perspectiva mais ampla de direitos humanos e solidariedade racial, independentemente da cor da pele.

Em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm X foi assassinado por três membros da Nação do Islã, sua antiga organização, enquanto fazia um discurso em Nova York por X ser visto como inimigo dessa organização após ter fundado a OAAU. Sua morte representou um golpe significativo para o movimento pelos direitos civis, mas seu legado permanece vivo.             

A história de Malcolm X é uma prova de poder e transformação pessoal juntamente com a luta incansável contra a opressão.

Lembrando que a busca por justiça é contínua e demanda coragem, determinação e, muitas vezes, uma reavaliação contínua de nossas próprias convicções.

"By Any Means Necessary": Watch Malcolm X’s Speech on Racism & Self-Defense at Audubon Ballroom


Referências: 

Malcolm X – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A HISTÓRIA DE VIDA E LUTAS DE MALCOLM X

https://www.fflch.usp.br/170095