Manual de Ciência Aberta/Casos/Repositórios institucionais da USP
A Universidade de São Paulo (USP) vem investindo em repositórios institucionais, iniciativa apresentada por Sueli Ferreira, Diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi) da USP, que reúne 72 bibliotecas em 10 campi, durante o Encontro nacional do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta.
Sueli acredita que coloca o Acesso Aberto em prática através do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi), que oferece apoio para revistas científicas da universidade desde 1986. Comenta que nos últimos três anos passaram por uma transição do apoio estritamente financeiro ao estímulo a adoção de um modelo realmente aberto de revistas através da disponibilização de infraestrutura tecnológica necessária e da plataforma de publicação de periódicos Open Journal Systems (OJS). Atualmente, apoiam de diversas maneiras cerca de 200 revistas de acesso aberto, produzidas na USP e que disponibilizam tanto os metadados quanto os textos completos. A título de comparação, lembra que o Scielo tem 240 revistas.
Comenta a adoção do protocolo Simple Web-service Offering Repository Deposit (Sword) para garantir a interoperabilidade entre repositórios abertos e permitir o depósito remoto de metadados e textos completos de trabalhos produzidos por alunos e professores da USP em parceria com outras organizações.
Em outubro de 2012, lançaram um repositório institucional chamado Biblioteca digital da produção intelectual da USP que reúne outras obras além da produção científica da universidade propriamente dita. Esta medida visa atender o regulamento da universidade, pois uma portaria exige que os professores façam auto-arquivamento na biblioteca digital da produção intelectual da USP - a ser contabilizado no anuário estatístico. Com apoio das bibliotecas, a solução, baseada na plataforma Dspace, oferece quatro possibilidades: 1) item aberto; 2) item embargado até data prevista pelo autor; 3) item embargado para comunidade externa, disponível apenas para usuários com IP da USP; 4) embargo completo.
Comenta que este é um trabalho de longo prazo, pois falta pessoal. Atualmente, os trabalhos disponíveis são os artigos indexados na Webscience e no Scielo. Pretendem, em outubro de 2013, iniciar a modelagem para receber objetos abertos de aprendizagem nesse repositório. Também atua junto ao E-aulas, www.eaulas.com.br, na indexação padronizada dos conteúdos da plataforma de vídeos em construção pelo Núcleo de Tecnologia de USP que oferece aulas em vídeo de cursos de graduação e pós-graduação. O mesmo processo deverá acontecer na base de dados de teses produzidas na universidade, mas esta iniciativa demanda maior diálogo com os professores.
Relata que recentemente, o SIBi foi procurado pelo professor Brito, da Fapesp, para participarem do lançamento de sua política de acesso aberto, reunindo a produção científica do Cruesp, USP, que também exigirá o depósito da produção em repositório.
A partir de uma pesquisa, descobriu-se que, nos últimos dois anos, a USP e a Unicamp publicaram, em parceria, cerca de 3,9 mil artigos na Web of Science enquanto a USP e a Unesp foram responsáveis por 3,2 mil artigos na mesma base. Para evitar a duplicação de trabalho e otimizar os recursos escassos, acredita que a criação da incubadora do SIBi poderá estruturar melhor os repositórios da produção científica do Cruesp, incluindo aí a troca de metadados entre as unidades. Afirma que ainda não trabalham com dados abertos.
Vídeo
editarPalestra realizada por Sueli Ferreira, Professora da Pós-graduação em Ciência da Informação do Campus de Ribeirão Preto e diretora do SIBi da USP, no dia 7 de junho de 2013 durante o Encontro Nacional do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta.