Memória coletiva a partir de histórias de vida

OFICINA DE ESCRITA AUTOBIOGRÁFICA


Ministrada por Bianca Santana

No doutorado em ciência da informação, na Universidade de São Paulo, pesquisa memória e escrita de mulheres negras. No mestrado em educação, estudou os usos das tecnologias digitais na educação de pessoas jovens e adultas. Foi professora da Faculdade Cásper Líbero e da pós-graduação em jornalismo multimídia na Faap. Foi uma das fundadoras da Casa de Lua Organização Feminista e da Casa da Cultura Digital, onde coordenou um projeto de recursos educacionais abertos.  Colaborou com a área de cultura digital no Ministério da Cultura. Autora do livro Quando me descobri negra. Organizadora das coletâneas Inovação Ancestral de Mulheres Negras, publicada pela editora Oralituras, e Vozes Insurgentes de Mulheres Negras, feita com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, a ser publicada pela Editora Mazza. Colunista da revista Cult e facilitadora de oficinas de escrita. Está escrevendo uma biografia de Sueli Carneiro, com apoio do Instituto Ibirapitanga, a ser publicada pela Companhia das Letras.


Local: Biblioteca Parque Villa-Lobos


CARGA HORÁRIA: 10h


Descrição:

Narrar memórias individuais e familiares nos permite documentar memórias coletivas e resignificar experiências vividas ou herdadas de nossa ancestralidade. O laboratório é composto por exercícios de escrita, reflexões teóricas acessíveis e dicas práticas que ajudam a desenvolver um estilo narrativo próprio.


Quais os resultados esperados:

Ao final dos encontros é desejável que o(a)s participantes:

  • compreendam a importância da memória e de seu registro e disseminação;
  • tenham diversificado sua formação de leitura;
  • transitem com maior facilidade por diferentes tipologias e gêneros textuais;
  • apresentem maior domínio e compreensão da norma padrão e das variações da língua;
  • ampliem a capacidade de expressão por intermédio da escrita de textos coesos, coerentes e fundamentados de acordo com o contexto da interação;
  • ampliem a capacidade de expressão por intermédio de falas estruturadas, projetadas e adequadas ao contexto de interação.


ENCONTROS:


1: Escrita de si e autobiografia

2: Ponto de vista, ponto de partida e descrição densa

3: Memória individual e coletiva

4: Tempo e espaço do vivido e do narrado


Leituras recomendadas:


ADICHIE, C. N. Americanah (J. Romeu, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

BUARQUE, Chico. O irmão alemão. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

DA SILVA, Cidinha. #Parem de nos matar! São Paulo: Polen, 2019

DAVIS, Angela. Uma biografia. São Paulo: Boitempo, 2019

DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo. Valentino Bompiani, 1962.

EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Mazza Ediçoes, 2006.

FRANÇA, Anderson. Rio em shamas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

FUKS, Julián. A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

GUIMARÃES, Geni. Leite do peito: contos. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2001.

LEE, Rita. Autobiografia. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2016

LOUREIRO, Isabel (org.). Rosa Luxemburgo: cartas - volume 3. São Paulo: Editora Unesp, 2017.

GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. Editora Companhia das Letras, 2009.

MUKASONGA, Scholastique. A mulher de pés descalços. São Paulo: Editora Nós, 2017.

OBAMA, Michelle. Minha história. São Paulo: Objetiva, 2018.

ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.

RAMOS, Lázaro. Na minha pele. São Paulo: Objetiva, 2017

SANTANA, Bianca. Quando me descobri negra. São Paulo: Sesi, 2015.


Referências bibliográficas:


ALBERTI, Verena. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 4, n. 7, 1991, p. 66-81

ARIGUCCI JR. Enigma e comentário: ensaios sobre literatura e experiência. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

BARBOSA, Lícia Maria de Lima. Feminismo negro: notas sobre o debate norte-americano e brasileiro. In: Diásporas, Diversidades, Deslocamentos. 2010.

BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única: Obras escolhidas II. São Paulo: Brasiliense, 1995.

BOSI, Eclea. Memória e Sociedade: Lembranças de Velhos. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.

COMBE, Dominique. A referência desdobrada: O sujeito lírico entre a ficção e a autobiografia. REVISTA USP, São Paulo, n.84, p. 112-128, dezembro/fevereiro 2009-2010

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Belo Horizonte: Nandyala, 2011

FEDERICI, Silvia. O feminismo e as políticas do comum em uma era de acumulação primitiva. In: MORENO, Renata. Feminismo, economia e política. São PAulo: SOF, 2014.

GAGNEBIN, J.M. O que significa elaborar o passado? In: Lembrar, esquecer, escrever. São Paulo: editora 34, 2006, p. 97-105.

GEERTZ, Cliford. Uma descrição densa: Por uma teoria interpretativa da cultura. In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

HILL COLLINS, Patricia. Rasgos distintivos del pensamiento feminista negro. Feminismos negros, una antología, p. 99-134, 2012.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MENESES, U. B. A história cativa da memória? Para um mapeamento da memória no campo das ciências sociais. Revista Instituto Estudos Brasileiros. São Paulo, v. 34, p. 9-24, 1992.

NICHOLS, Sallie. Jung e o tarô: uma jornada arquetípica. São Paulo: Cultrix, 2007.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2017.

RAGO, Margareth. A aventura de contar-se: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, Justificando, 2017.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: Edusp, 2009.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. O testemunho: entre a ficção e o real. In: História, memória e literatura: o testemunho na era das catástrofes. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Editora UFMG, 2010.

SUCUPIRA, Fernanda. FREITAS, Taís Viúdes. As desigualdades de gênero nos usos do tempo. In: MORENO, Renata. Feminismo, economia e política. São PAulo: SOF, 2014.

VILLAR, Marilia Santanna. A autobiografia como discurso de poder, 1971

TCHEKHÓV, Anton . Um bom par de sapatos e um caderno de anotações: como fazer uma reportagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007.