Memórias da Pandemia de COVID-19. - Rafael Bebiano dos Santos
Nome: Rafael Bebiano dos Santos
Turma: Matutino
Entrevista sobre Memórias da Pandemia da COVID-19
editarINTRODUÇÃO
Este trabalho tem como intuito resgatar algumas memórias do período da pandemia de COVID-19 que teve seu início no final de 2019 e trouxe mudanças profundas e duradouras para a sociedade como um todo. Os impactos da pandemia foram sentidos em diversas áreas da sociedade e em todos os aspectos da vida, desde a saúde até a economia, passando pela educação e pelas interações sociais. Para compreender melhor as memórias desse período foi realizada uma entrevista que contém algumas perguntas relacionadas as mudanças sociais, na economia, no trabalho, na educação e na saúde. Nesta entrevista, foram discutidas as perguntas feitas à entrevistada e como essas memórias têm a nos ensinar lições importantes para o futuro. Através das memórias contadas pela entrevistada podemos notar que algumas memórias particulares acabam se tornando parte da memória coletiva de uma sociedade, pois a memória particular de um período vivido por um indivíduo acaba se esbarrando e se conectando com as memorias coletivas de determinado período, nesse caso, as memórias particulares da entrevistada sobre a pandemia se entrelaçam com as memórias coletivas desse período vivido por todos.
Na entrevista abaixo a entrevistada fala sobre suas memórias em relação à economia, relações sociais que foram afetadas, a situação da educação e da saúde e como ficou sabendo da pandemia e sua perspectiva dos primeiros dias de pandemia, a entrevista e os relatos não foram alterados, portanto, o que foi dito pela entrevistada na íntegra não sofreram mudanças e desse modo as memórias estão fielmente descritas como foram faladas pela entrevistada.
ENTREVISTA
Entrevistador: Como você recebeu a notícia da pandemia? Quais são suas memorias dos primeiros dias de pandemia?
Entrevistada: Bom... começou a aparecer diversas notícias dizendo que havia eclodido um novo vírus, é começou aparecer nessas notícias q esse vírus já tinha chegado no brasil que já havia alguns casos de contamina, aí começou com esses casos de início e as pessoas achavam que não seria nada, porque não ia ser nada sério, que já tinha, se algumas pessoas iam morrer, mas não ia ser nada de tão grave. Então até no início assim eu achei que ia ser um uma coisa mais leve, não pensei que ia ser uma gravidade tão grande. E aí começou né, repercussão no jornal, nas notícias, na Record e eu ainda usava Facebook. E aí começou um monte de notícia no Facebook falando assim: “coronavírus chega ao Brasil” e já tem não sei quantos casos confirmados e daí o pessoal entrou na loucura, né?
Entrevistador: e foi assim que você recebeu a notícia do da covid, da pandemia?
Entrevistada: É, eu recebi assim, mas recebi assim quando o vírus chegou ao país da do vírus em si que já estava rodando o mundo inteiro, estava vendo ou acompanhando os jornais falando lá na China, nos outros países que já estava começando a pegar. Mas no Brasil exatamente, eu só fiquei sabendo no Facebook e ainda chegou em março o vírus, chegou aqui em março de dois mil e vinte, eu lembro. Em fevereiro eu estava curtindo o carnaval e eu fiquei zoando assim, ah ele está lá na China. Quem vai imaginar que um vírus vai chegar aqui no Brasil?
E chegou.
Tanto que todo mundo pensou isso, que o vírus não ia chegar no Brasil.
Entrevistador: Mas me fala, quais são suas memórias nas primeiras semanas de pandemia em 2020?
Entrevistada: Bom, aí eu lembro que em março de dois mil e vinte, o governo do estado de São Paulo decretou uso obrigatório de máscara, então aí eles começaram a decretar que em todos os locais públicos a gente ia ter que começar a usar máscara no trem e nos ônibus. E aí uns dias depois, se eu não me engano, o governo do estado decretou o lockdown, decretou a quarentena. E aí de início eles disseram que ia ser, que na época era o Dória, né? Eles disseram que ia ter duas semanas. Aí parou tudo, as escolas pararam, eu lembro que eu fazia curso lá na Lapa e daí o curso parou também, mas com esse negócio de que ia voltar em duas semanas.
E aí foram duas semanas a gente achando que ia, ah, vai passar, vai passar, e nisso começou mais casos assim se confirmar.
Entrevistador: E quanto às mudanças sociais? Como a pandemia afetou a vida cotidiana das pessoas?
Entrevistada: Como me afetou no caso ou afetou todos no geral? O que eu acho?
Entrevistador: Pode ser no seu caso ou como afetou todo mundo.
Entrevistada: Por que eu acho que afetou todo mundo da mesma maneira basicamente né?
Ah, a gente teve que ficar dentro de casa quando começou, aí o, se eu não me engano, o Ministério da Saúde decretou pandemia mesmo né, que estava em caso de emergência, alguma coisa de emergência pública, calamidade, alguma coisa assim. Aí todo mundo entrou mesmo na quarentena de ficar bem mais de duas semanas, e aí todo mundo teve que ficar recluso dentro de casa, não podia sair assim... até podia, né, mas por exemplo, tinham estabelecimentos que ficavam fechados, não iam abrir mais, tipo coisas de lazer. Então tinha que ter muito cuidado. Quando você ia, sei lá, no mercado, ou no hospital mesmo que estava um foco muito grande do vírus, você tinha que se proteger. Então tinha que ter muito mais cautela pra sair de casa e aí de preferência era não sair de casa, né?
Que até eu acho assim, que foi aí que começou a aumentar mais essas coisas de trabalho informal. Porque assim, tudo que você precisava, você precisava pedir pela internet e entregar em casa. Então assim, você não se colocava tanto no risco de ir pra rua, mas certa forma a gente deixava outros trabalhadores suscetíveis. Então foi no geral assim, o as relações sociais, elas foram bem prejudicadas e eu acho que foi bem mais prejudicial pros trabalhadores.
Entrevistador: A economia também foi profundamente afetada. Quais são as memórias mais marcantes desse aspecto?
Entrevistada: A economia foi, foi afetada porque aí a inflação subiu e o trabalho foi decaindo né, porque muita gente foi demitida. Por exemplo, a gente teve que encontrar novas formas de atuar né, no nosso trabalho enquanto professores. Aí eu lembro que a minha mãe ela tinha que mandar as atividades virtualmente aos alunos, aí nessa época foi ascensão inclusive dessas plataformas de negócio de ensino, multimídia, desse negócio aí que os professores tinham que fazer atividades né, que eram on-line e aí tinham que postar nessa plataforma para os alunos. Só que não adiantava muita coisa né, porque nem todo mundo tinha acesso à internet que piorou bastante, porque as escolas não podiam abrir. E fora os que os professores que não eram concursados, né?
Muitos foram afetados porque eram categoria o, que aí foram, não sei lá como que, como que passaram por esse período. Mas no geral a economia ficou bem péssima, né? Muitos trabalhadores assim bem precarizados, enquanto tinha mais gente enriquecendo nisso tudo e a outra coisa era minhas memórias.
É sua, suas memórias desse aspecto econômico que aconteceu.
Ah eu lembro que, assim, eu tenho a sorte que por exemplo na minha família a gente não foi tão atingido assim, de uma forma tão drástica, né? Então eu tive essa sorte, por exemplo, eu não passei por nenhum tipo de vulnerabilidade, eu continuei tendo uma estabilidade mesmo nessa época. Mas eu conheci muitas pessoas que decaíram muito, muita gente precisou começar a pedir ajuda... que eu conheci mesmo assim, né, de realmente estar uma vulnerabilidade socioeconômica. Então nesse sentido, eu não tenho muito que falar, sabe? Porque eu não fui muito atingida, não fui tão afetada.
As coisas careceram, ficaram caras, mas eu ainda tive e a minha família ainda teve condições de se manter estável.
Entrevistador: E seus estudos, como ficaram durante a pandemia?
Entrevistada: Nossa. Ah, eu parei de estudar, né? Quer dizer, eu parei de fazer o curso e parei de estudar, não fiz mais nada. Tanto que eu achei que eu ia fazer o Enem e que não ia dar em nada, porque eu passei dois mil e vinte inteiro sem estudar, sem fazer nada. Aí, foi horrível. Eu não estudei, ninguém estudou pra falar a verdade, né? E olha que eu já tinha terminado o ensino médio e quem ainda estava no ensino médio?
Tem um monte de relato de gente que ficava dormindo no meio da aula. Eu, na verdade, peguei um pouco da pandemia no primeiro ano de faculdade, acredito que grande parte que está na faculdade desde aquela época pegou o primeiro ano de pandemia e se sentiu afetado, no geral é isso!
Entrevistador: Para finalizar, como podemos usar essas memórias para construir um futuro melhor?
Entrevistada: Olha, assim... a pandemia foi resultado de uma degradação do sistema, né? Vamos ser sinceros. Porque assim, já tinha cientistas avisando que podia ocorrer uma catástrofe. E aí os grandes líderes globais não estavam nem aí.
Então assim, pra construir um futuro melhor, ah, eu não vejo perspectiva, não nesse sistema, não tem memória que vá fazer... é óbvio a gente tem que ter memória pra não repetir o que aconteceu no passado. Mas assim, no mesmo sistema, na mesma dinâmica e as coisas ainda pioraram depois de quatro anos de pandemia, melhorou nada, piorou. Então, é só mesmo com uma revolução que a gente vai conseguir ter um futuro melhor, que nessa situação aqui a gente não vai ter. Eu acho que a gente tem que começar a ser realista. A pandemia foi em projeto e as mortes também.
CONCLUSÃO
A pandemia da COVID-19 foi um evento transformador que impactou profundamente todos os aspectos da vida humana e da sociedade. As memórias desse período podem ter sido marcadas por uma mistura de dor, perda, coragem e solidariedade. Na saúde, podemos observar os sistemas de saúde sobrecarregados e profissionais de saúde enfrentando condições extremas, mas também testemunhamos a dedicação e a bravura desses trabalhadores. Com mudanças sociais, como o distanciamento e os lockdowns, trouxeram desafios significativos, mas também abriram novas possibilidades de conexão e redescoberta pessoal.
Economicamente, a pandemia causou grandes dificuldades, com muitas empresas fechando e milhões de pessoas perdendo seus empregos. No entanto, também acelerou a transformação digital e a adoção de novas formas de trabalho. Na educação, a rápida adaptação ao ensino remoto destacou tanto as desigualdades quanto a resiliência de alunos e professores.
A solidariedade e a comunidade emergiram como forças poderosas durante a crise, com muitas pessoas se unindo para ajudar os mais vulneráveis. Essas memórias são um testemunho da capacidade humana de se unir em tempos de adversidade.
As lições aprendidas com a pandemia são muitas e variadas. A importância da preparação para emergências de saúde pública, a necessidade de sistemas de saúde robustos e a valorização da ciência e da colaboração internacional são algumas das principais lições. As memórias desse período servirão como um lembrete constante da resiliência humana e da importância de estarmos preparados para enfrentar desafios futuros.
Ao refletirmos sobre essas memórias, podemos aprender lições valiosas que nos ajudarão a construir um futuro mais resiliente e solidário. A análise acadêmica dessas memórias é essencial para compreender plenamente o impacto da pandemia e para orientar políticas e práticas futuras.
Essa entrevista nos ajuda a entender melhor as diversas facetas das memórias da pandemia da COVID-19 e as lições que podemos levar adiante para um futuro mais preparado e solidário.