Memórias do Cárcere (2004)

TÍTULO DO FILME

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Bruno Lúcio da Silva Abreu / Noturno

FICHA TÉCNICA

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Título do Filme: Memórias do Cárcere

Ano: 1984                  País: Brasil

Gênero: Drama biográfico

Duração: Nelson Pereira dos Santos

Direção: 185 min.

Roteiro: Nelson Pereira dos Santos

Fotografia: Alexandre Fonseca, Vantoen Pereira

Trilha sonora: Louis Moreau Gottschalk, Samuel Alder, Noel Rosa, André Filho e João do Vale

Elenco original: Carlos Vereza, Glória Pires, Nildo Parente, Tonico Pereira, José Dumont, Wilson Grey, Jofre Soares, Jorge Cherques, Jackson de Souza, Waldir Onofre, Fábio Barreto, Jayme del Cueto, Ney Santanna, Gilson Moura, Arduíno Colassanti, Procópio Mariano, Jurandir Oliveira, David Pinheiro, Erley Júnior, Herbert Richers Jr., Marcos Vinícius, David Quintans, Denny Perrier, Antônio Almejeiras, Jorge Coutinho, Tessy Callado, Ada Chaseliov, Lígia Diniz, Stella Freitas, Anilda Neves Leão...

Produção: Luiz Carlos Barretos, Nelson Pereira dos Santos

Idioma original: Português


DINÂMICA DA NARRATIVA

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A)   Idéia Inicial – História

1-     O filme conta uma história. Sobre quem?

O filme é baseado no livro homônimo do escritor brasileiro Graciliano Ramos, e conta suas memórias do período em que esteve preso sob a perseguição política da polícia de Getúlio Vargas que dava prelúdio ao Estado Novo.

2-     Quais são as personagens principais?

As personagens são várias, difícil apontar alguma que tenha um maior destaque a não ser o personagem principal, o próprio Graciliano Ramos.

3-     Qual delas mereceu a sua atenção?

Evidentemente, quem merece maior atenção é Graciliano Ramos, protagonista e único personagem que aparece em todas as cenas do começo ao fim do filme. Várias as outras personagens são apresentadas relativamente com a mesma importância. Como a história se passa em prisões, cada personagem se apresenta e toma importância relevante em momentos distintos do filme. Mas, arbitrariamente posso citar aqui a esposa de Ramos, Heloisa, que aparece em momentos pontuais do filme, tem o Capitão Mota, primeiro preso que o protagonista estabelece contato, entre inúmeros outros prisioneiros que aparecem ao logo do filme, e também são de fundamental importância para a história.

4-     Como termina o filme? O que você achou sobre ele e porquê?

O filme termina com Graciliano sendo liberto da Colônia Penal da Ilha Grande onde encontrava-se encarcerado. Após receber um telegrama direto do Palácio do Catete, o diretor da instituição o libera pedindo desculpas por não saber que o escritor era "pessoa tão importante". A conversa termina com Graciliano, em tom de ameaça e ironia, agradecendo a estadia e dizendo que iria escrever sobre o que havia visto naquele lugar. Ainda antes de sair, um oficial tenta pegar suas anotações em sua mala, mas a tentativa é frustrada, pois, momentos antes, seus companheiros de cárcere haviam escondido suas anotações. Cena final, o escritor embarca em um pequeno barco que some no horizonte.

Achei o filme muito bom. Certamente, como todas as obras adaptadas de romances literários para o cinema, nesta também algumas coisas ficam de fora, e liberdades poéticas são necessárias para traduzir à distinta linguagem. O filme dirigido pelo renomado diretor Nelson Pereira dos Santos é um clássico. As atuações são boas, os diálogos e as personagens são instigantes, trazem questionamentos que são fundamentais para se pensar o Brasil. Pensar não só em termos historiográficos, do retrato de uma época, mas também pode servir como reflexões para análises políticas e sociológicas sobre os diversos temas que são abordados, obviamente a questão carcerária é a mais latente, e um dos grandes problemas que afetam profundamente a nossa sociedade nos dias atuais. A trilha sonora e a fotografia também cumprem seu papel muito bem. Os cenários e as imagens trazem uma tensão e um desconforto, lugares sujos, condições precárias de saneamento, alojamento e alimentação. Coisas que não são nada distantes das cenas das penitenciarias que vemos hoje em dia nos telejornais.

B)    Tema de Fundo – Tese

1-     Quais são os temas tratados no filme?

Questão carcerária, perseguição política, Era Vargas, história do Brasil, nazifascismo, resistência, luta de classes, camaradagem, revolução e comunismo, etc...

2-     Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?

Embora o próprio título já denuncie o tema central, se algum desavisado for assistir ao filme, e tiver algum conhecimento da história do Brasil, logo na primeira cena, já é possível identificar o contexto em que se passa o filme: aparece escrito a data e o local, alguns integralistas aparecem marchando, e logo em seguida, um corte para Graciliano Ramos em seu escritório, onde exercia cargo público. Ao telefone, o escritor recebe ameaças.

Uma cena posterior, onde ele embarca no porão de um navio que o levaria para a prisão no Rio de Janeiro, já fica evidente toda a temática dali em diante: lugar escuro, sujo, cheio de pessoas amontoadas, nem nenhuma condição digna para um ser humano.

3-     Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?

Certamente a questão central é o cárcere. Embora vários outros temas e questões sejam abordadas e repetidas por vários momentos do filme, (como a intentona comunista, revolução, resistência ao nazifascismo, etc.) o cárcere, como já diz o título, é a razão de ser do filme. Todo o clima, a atmosfera daquele lugar, os maus tratos, as condições subumanas a qual aquelas pessoas eram submetidas de todas as formas, é isso que dá a tônica do filme. Exatamente por isso Graciliano Ramos escreveu o livro, para denunciar. E o mesmo objetivo tem o filme, trazendo em outro formato os mesmos questionamentos para uma outra geração que acabara de viver outro momento ditatorial. O filme é de 1984, fim da ditadura militar, iniciada com o Golpe de 1964. E o livro, embora publicado só postumamente, em 1953, retrata o período em que o autor passou na prisão, ente 1936 e 1937, durante a repressão violenta do governo de Getúlio Vargas que no fim do mesmo ano, desembocaria na ditadura do Estado Novo.

4-     Os realizadores descreveram bem os protagonistas?

Sim, o protagonista é muito bem descrito. Como se trata de um filme adaptado de um libro de memórias, autobiográfico, não teria como ser diferente.


C)    Ritmo e Montagem – Edição

1-     Qual a cena ou seqüência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?

Várias são as cenas emblemáticas, mas uma que me chamou muito a atenção é quando os encarcerados (entre eles, militares, operários, professores, médicos etc) aparecem organizados em blocos, divididos por celas, das quais fazem de sala de aula, e em cada uma delas um entre eles aparecem dando aulas de: matemática, inglês, russo, e em um corredor, um argentino aparece dando uma aula de materialismo histórico e dialético.

2-     Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?

Em geral, ao longo do filme, várias cenas me aborreceram. E certamente este era o intuito -mostrar a barbárie daquele lugar-. Não existe cena de espancamento e tortura explicita no filme, diferente do que é relatado no livro, mas isto fica subentendido. Destaco aqui as cenas de trabalho forçado e a cena em que a polícia leva Olga para entregá-la à Gestapo.

3-     Qual a cena/seqüência que não foi bem compreendida por você? Porquê?

Acredito que não houve nenhuma cena que não tenha sido compreendida.

D)   Mensagem

1-     O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?

Sim, muito. O filme retrata muito bem os acontecimentos daquela época. Nelson Pereira dos Santos é um diretor aclamado pela crítica, e seu legado influenciou e influência ainda hoje o cinema nacional. Não li todo o livro de Graciliano Ramos, mas, as partes que li, o filme me fez lembrar muito bem da atmosfera que o autor tenta passar no livro.

2-     A quem se dirige, em sua opinião, o filme?

Acredito que ao público geral, é uma obra magnifica e se você é brasileiro tem a obrigação de conhecer. No demais, aos antes da história e estudantes do tema, essencial para qualquer aluno de cursos de ciências humanas, principalmente de história e ciências sociais.

E)    Relação com a disciplina de História do Brasil

1-     Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?

A contribuição é riquíssima, o período é muito bem retratado. O filme aborda sobre as tenções políticas internacionais, o avanço do nazifascismo na Europa, a união internacionalista dos comunistas e das forças progressistas, luta de classes, a luta contra o imperialismo, o latifúndio, e as forças do atraso em nosso país, a repressão do governo Vargas, sobre o tenentismo e a intentona comunista, a ALN, entre várias outras coisas que aconteceram naquela época. Obviamente, aqui fica o meu destaque maior para a questão do problema carcerário, que teve um crescimento absurdo desde aquele período intensificando-se durante o Estado Novo. Aparado pela Lei de Segurança Nacional, o Estado Novo prendia qualquer pessoa sob acusação de comunismo sem qualquer justificativa aparente. Várias pessoas eram presas, desde homens, mulheres, civis, militares, operários, vagabundos, presos comuns e presos políticos etc. Os poucos presídios, as más instalações e o boom do contingente prisional, causou várias violações dos direitos humanos.

2- Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.

Como já dito anteriormente, as contribuições deste filme são de grande importância para qualquer brasileiro, ainda mais para um estudante de ciências sociais e futuro professor. A obra é muito interessante para compreender o período, a história e formação social do nosso país.

ANÁLISE DE FILME

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Disciplina: História do Brasil II - Prof. Paulo Eduardo Teixeira

Aluna: Pamela Bianca Santos de Oliveira

Ciências Sociais – Turma Matutino

UMA ANÁLISE DO FILME MEMÓRIAS DO CÁRCERE

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O longa-metragem Memórias do Cárcere, com direção e roteiro de Nelson Pereira dos Santos, se baseia em um relato autobiográfico do escritor Graciliano Ramos em um momento de sua vida em que se viu como preso político após uma revolta de militares, filiados à Aliança Nacional Libertadora, contra o governo Getúlio Vargas em 1935. O filme retira a sua narrativa de um contexto político mais amplo: a tentativa de uma revolução comunista em solo brasileiro – a Intentona Comunista – fortemente reprimida pelo governo de Getúlio Vargas e se concentra na repressão que se seguiu após o levante insurrecional, cuja representação é realizada através da jornada de seu personagem principal, o escritor e político Graciliano Ramos, interpretado pelo ator Carlos Vereza e sua esposa Heloísa Leite vivida pela atriz Glória Pires.

O enredo do filme possui uma série de diálogos interessantes que possibilitam no mínimo, elencar reflexões e embora ele comece a partir da repressão política à tentativa de revolução, o que demanda do telespectador um conhecimento prévio do contexto apresentado ou um esforço maior para compreendê-lo, sobretudo em relação a algumas referências políticas que o filme faz. Algumas das discussões e críticas expostas é passível de entendimento de qualquer pessoa que goste ou se interesse por política.

Embora o filme se inspire no testemunho de Graciliano Ramos para evidenciar o que o autoritarismo e a censura oferecem à garantia das liberdades individuais do ser humano, esse não é o único aspecto possível de ser visto no decorrer do longa-metragem. A revolução que não foi bem uma revolução, a militância seja ela comunista ou não e a banalização do discurso político, aparecem como pano de fundo de grande parte dos diálogos e problematizações presentes no enredo e em boa parte dos momentos que suscitam reflexões e questionamentos.

A microesfera política apresentada no filme, em uma de suas cenas mais interessantes, propõe a problematização do que é uma revolução e de como efetivá-la. Nesse caso, atenta-se para a necessidade de saber distinguir o problema essencial ou existencial, ou seja, aquele por meio do qual o sistema se legitima, se perpetua e do qual derivam os demais problemas: saber distinguir o ideal revolucionário das reivindicações.

A cena em questão, que se trata do momento em que Graciliano Ramos é transportado juntamente com demais presos políticos para a sua primeira prisão, reúne uma sequência de diálogos que evidenciam algumas das problemáticas apresentadas no decorrer do longa-metragem. A primeiro momento a revolução que não foi bem uma revolução, cujo ideal revolucionário se confundiu com as reivindicações, seguido de um diálogo revelador em que um dos companheiros de cárcere ironiza a espera de quarenta e oito horas para que o país inteiro se revoltasse, mas que logo lembraram de caracterizar a tomada de poder como revolucionária, acrescentada de mais uma informação inquietante em que outro personagem expõe que ao tomar a secretaria do interior, ele sequer sabia o que faria lá.

Adentrando um pouco mais nessas problemáticas apresentadas, nos primeiros minutos de Memórias do Cárcere é possível notar as nuances de posicionamentos, a militância, que envolvem os conflitos ideológicos entre os personagens conforme eles aparecem em cena sob o olhar do personagem principal. Ora demonstram simpatia pela simples dedução de que compartilham dos mesmos ideais, ora demonstram agressividade e repulsa pela divergência e alguns manifestam o respeito, enfatizado pelo ato de ouvir, seguido por um silêncio que evidencia uma discussão que não será aprofundada. Essa troca constante entre os personagens e o ritmo de entrada de cada um na história, que retrata essa dinâmica de movimento e de mudança, com novas pessoas, lugares e relações sob os olhares do personagem principal foi bem construída e demonstrada no decorrer do filme.

Impossível passar despercebida a cena em que os militares intervêm no cárcere de Olga Benário Prestes e Elise Ewert para sua deportação aos campos de concentração alemães, sobretudo porque é possível traçar um paralelo com o filme Olga e conhecer uma nova perspectiva desse mesmo momento da história do Brasil e, que também se encontra presente na lista de filmes possíveis elencados para análise.

Além dessa cena, na prisão é possível traçar um paralelo com o fazer uma revolução à medida que é possível notar o sentimento de insatisfação, injustiça e transformação adentrando essa nova atmosfera. A dinâmica do ideal revolucionário versus reivindicação se faz mais uma vez presente no momento em que discutem as reinvindicações, mas nesse momento do filme, conseguem distingui-las de um problema maior que as originam. No entanto, no espaço em que se encontram e com os recursos que não possuem, chegam à conclusão de que é impossível fazê-la.

Memórias do Cárcere narra em pouco mais de três horas a repressão política de um governo autoritário na vida de um escritor. Diferente de outros filmes que apresentam enredos similares, mas que denunciam a tortura em suas diferentes formas, o longa metragem que se inspira na história de Graciliano Ramos, apresenta a perspectiva do exílio do intelectual, do artista e do político, a jornada solitária, não menos sofrida e a dedicação à escrita e se encerra quando o mesmo retorna em liberdade para o convívio com a sociedade.

Para fins didáticos o filme possibilita e enriquece o debate acerca do contexto social e político que retrata e que fora concebido, especialmente as problematizações que elenca e, não deixa de contribuir especialmente nas discussões sobre a atual conjuntura do país. A utilização de conceitos e termos próprios da esfera política, principalmente aqueles que explicam o comunismo, o socialismo, o capitalismo, a direita e esquerda, muitas vezes de formas genéricas, generalizantes e reducionistas também é um aspecto possível de ser visualizado em Memórias do Cárcere, além dos tópicos já elencados anteriormente. No entanto, o filme não é acessível, mesmo através da internet. Ele não faz parte de nenhuma plataforma de streaming e não tem uma ampla divulgação (um aspecto comum para materiais que oferecem esse tipo de conteúdo, infelizmente) além disso, se encontrado, a qualidade de imagem e som não são os melhores e ele demanda um certo conhecimento prévio para que o telespectador consiga usufruir melhor de algumas de suas potencialidades.

Memórias do Cárcere surpreende com seus diálogos, com as falas e as poesias recitadas. É um filme que te faz compreender a importância do discurso e do conhecimento, o impacto de uma fala ou de um texto. Como um testemunho e o relato da memória vivida, o longa metragem contribui e enriquece uma vertente da história construída a partir da voz daqueles que foram reprimidos e silenciados. Memórias do Cárcere apresenta um conjunto de memórias de um período da história brasileira, de luta, de transformação, de resistência e de erros que não devem ser esquecidos.

A revolução tem que ser universal!


Analise do filme

Memórias do cárcere

Nome: Mariane de Oliveira Ávila Caraça

Curso: Ciências sociais, período noturno


O filme Memórias do Cárcere segue como adaptação do livro do autor Graciliano Ramos, do qual é justamente o protagonista da obra.

Grande autor de clássicos como Angustia e Vidas Secas, Graciliano Ramos vivia uma vida pacata ate ser preso, sob a alcunha de simpatizante comunista, mesmo não havendo quais queres . em 1935, o governo de Getúlio aplicou medidas que suspendiam as garantias das liberdades individuais dos brasileiros e buscou retalhar a revolta militar da Aliança Nacional Libertadora.

Em sua prisão, que ocorreu em março de 1936, Graciliano presenciou o terror da vida de tantos presos, bem como a morte e a fome. Mesmo doente, continuou a escrever seus romances, dos quais sempre se preocupava em descrever também seus companheiros de confinamento, e sobreviveu aos 10 meses de tortura.

Dentre as varias cenas que presenciou, acompanhou a ordem de deportação de Olga Benário Prestes.

Sendo liberto sob a desculpa mesquinha dos militares de que “não sabiam que ele era um grande escritor”, Graciliano agradece de forma satírica a estadia e trato, prometendo relatar tudo o que vivenciou durante este tempo, longe da família e amigos, além de estar sob uma acusação indefinida.

O filme nós proporciona uma viagem ao tempo, o conhecimento de historias não contadas (na maior parte das vezes, ocultadas) e permite adentrar o mundo de um dos escritores mais importantes da literatura brasileira e, através dele, a vivencia de tantos outros, esquecidos pela historia dos grandes.


Ficha técnica:

Gênero: drama brasileiro

Direção: Nelson Pereira dos Santos

produção: Luis Carlos Barreto, Nelson Pereira dos Santos

Roteiro: Nelson Pereira dos Santos

Elenco: Carlos Vereza, Glória Pires, Nildo Parente, Jose Dumont

Ano de produção: 1984

Fernanda Csunesp