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POLITICA

A abertura política brasileira foi um processo de desestabilização da estrutura do Regime Militar à época predominante no País. Inicia-se em 1974 com o governo do General Ernesto Geisel e termina em 1985 com o mandato de João Baptista Figueiredo, ano em que a ditadura militar é extinta.

João Figueiredo O General Ernesto Geisel assumiu a presidência em 1974 com o projeto de “distensão lenta, segura e gradual”. Os ideais de Castelo Branco (primeiro presidente da Ditadura militar) voltavam a ser citados, Castelo Branco almejava institucionalizar a “revolução” que fora feita para salvar a democracia além do mais, a imagem dos militares estava começando a ser questionada após, as dezenas de torturas praticadas contra estudantes e operários mortos e desaparecidos nos anos de chumbo. A idéia era abrandar o regime e permitir algumas pequenas liberdades e posteriormente retirar os militares do governo. O País passava por uma crise econômica que se agravava a cada dia. O elevado preço do petróleo e as altas taxas de juros internacionais desequilibravam o balanço brasileiro de pagamentos e estimulava a inflação, no entanto, apesar de todos esses problemas econômicos e também sociais o governo não cessa o ciclo de expansão econômica iniciado nos anos 70 aumentando o desemprego. Para mostrar suas intenções, Geisel puniu os militares que estavam envolvidos nos assassinatos do jornalista Wladimir Herzog e do operário Manuel fiel Filho, vítimas de torturas pelo DOPS, em 1977 suprimiu o famigerado Ato Institucional numero 5. No entanto no ano de 78 usou o mesmo ato que havia extinguido meses antes para fechar o Congresso Nacional e aprovar o Pacote de Abril, em seguida a aprovação dos "senadores biônicos". Em 1979 João Batista Figueiredo assumiu a presidência do Brasil, sua administração promoveu uma frouxa transição para os civis. Em seu discurso ao vencer as eleições promete “a mão estendida em conciliação jurando fazer “deste País uma democracia” no plano político concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados pelos atos institucionais, permitiu o retorno ao Brasil dos exilados pelo regime militar. Também extinguiu o bipartidarismo. A reforma política é aprovada os partidos, MBD e ARENA são abolidos passando a existir o pluripartidarismo no País. A reação dos militares foi negar a democracia; resistiram com bombas em todo o País, pessoas foram presas, assassinadas e casas de shows foram atacadas, sendo um dos mais famosos o atentado do Riocentro ocorrido véspera do dia do trabalho. Na ocasião nomes da MPB estavam se apresentando a mais de 20 mil pessoas quando uma bomba explodiu dentro de um carro no estacionamento matando dois policiais, ambos ligados ao DOI-CODI. A bomba teria explodido enquanto estava sendo confeccionada para ser colocada na caixa de energia da casa de show, porém algo saiu errado. O objetivo dos militares era acusar a extrema esquerda. O atentado do Riocentro repercutiu no mundo todo e deu abertura para o processo de anistia no País. A sociedade definitivamente rejeitava a Ditadura Militar e expressou esse desejo nas eleições realizadas nos anos seguintes, não elegendo nenhum candidato militar. Em 1984 a campanha Diretas Já se inicia com a população nas ruas exigindo mudança.

Política

O início dos anos 70 é marcado pelo chamado "milagre econômico" brasileiro. Com empréstimos e investimentos estrangeiros, a economia entra num período de crescimento surpreendente, com a criação de empregos em massa e a manutenção da inflação sob controle. No campo político, porém, o país vive na passagem de década o clímax da intolerância, com censura à imprensa e atos violentos contra a oposição. O presidente general Emílio Garrastazu Médici comanda uma política determinada a exterminar os grupos de esquerda, criando núcleos regionais de repressão vinculados ao Exército e abrigados sob a sigla DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna). Entra em operação ainda a Oban (Operação Bandeirantes), organização paramilitar financiada por empresários e composta por integrantes das Forças Armadas, Polícia Federal e polícias estaduais. Seus objetivos: a prisão, tortura e assassinato dos ativistas de esquerda. Enquanto Carlos Alberto Torres, capitão da seleção levanta a Taça Jules Rimet no México, um outro capitão, Carlos Lamarca, monta guarda no Vale do Ribeira (São Paulo), para articular com jovens esquerdistas uma guerrilha contra o governo Médici e os militares. Lamarca seria morto pela repressão em 1971. Três diplomatas são seqüestrados em 1970. O cônsul japonês Nobuo Okuchi, o embaixador alemão Ehrenfried von Holleben e o embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. Os três são devolvidos com vida em troca da libertação de opositores mantidos no cárcere pelo regime militar. Uma vez em liberdade, os ativistas têm de exilar-se no exterior. MÚSICA A questão financeira também foi abordada. “Festival também movimenta economia porque tem um prêmio e você pode ganhar uma grana ali, num final de semana”, lembra Paulo. E Pedro Viáfora aproveita a deixa, dizendo que “o festival é a chance que você tem de, de repente, ganhar uma grana que a música não dá pra quem tá começando”. Fica claro, assim, que os festivais envolvem diversos aspectos, “é formar público, encontrar com os amigos, conhecer gente nova, conhecer música nova” como aponta Paulo Monarco. É, de alguma forma, mais um caminho para músicos e compositores encontrarem espaço, parceiros e anseio para seguir em suas carreiras.

Hoje as competições estão espalhadas pelo interior do país e a agenda é encontrada no site Festivais do Brasil. Conheçam, acompanhem e surpreendam-se com a nova geração dos festivais de música brasileira.

MÚSICA

Papo Cultural: a influência dos festivais sobre a música brasileira Entrevista > Papo Cultural: a… EM BATE-PAPO, O PRODUTOR SÉRGIO K. AUGUSTO E OS MÚSICOS PAULO MONARCO E PEDRO VIÁFORA REFLETEM SOBRE A INFLUÊNCIA DOS FESTIVAIS SOBRE A MÚSICA BRASILEIRA ONTEM E HOJE. A origem do modelo competitivo data de 1930, com os primeiros concursos de músicas destinadas a animar o carnaval carioca. Na década de 30 a competição entre as canções carnavalescas teve seu ápice, ainda que tenha perdurado pelas duas décadas seguintes. No início dos anos 60 os concursos receberam uma nova roupagem e assumiram, enfim, a natureza de festivais. A I Festa da Música Popular Brasileira, realizada pela rádio e TV Record, em 1960, foi o primeiro festival de caráter nacional, embora quase não faça parte da memória do público e dos envolvidos em sua realização. Célebre, o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira produzido pela emissora Excelsior, em 1965, é lembrado como o primeiro grande festival na história da música brasileira. Com canções de Edu Lobo, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Chico Buarque e João do Vale, o festival foi bem sintetizado por Cyro Monteiro em sua famosa declaração: “Não houve aqui vencidos nem vencedores. Quem ganhou foi a nossa música”. Talvez Elis Regina discordasse. Vencedora quase unânime (9 votos contra 1), a jovem cantora foi consagrada por sua visceral interpretação deArrastão, de autoria de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. A partir desse momento teve início a história dos festivais como propagadores da produção musical e aclamadores dos novos talentos.

Nos anos que se seguiram, até o início da década de 70, diversos nomes despontaram nos festivais. Geraldo Vandré, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jair Rodrigues, Nana Caymmi, Tom Zé… e a lista de artistas hoje consagrados poderia continuar infinda.

OS FESTIVAIS HOJE Em um contexto sociopolítico propício para a efervescência de manifestações artísticas, os festivais desempenharam um papel de suma importância tanto no tocante à carreira dos cantores e compositores quando na relevância da mensagem transmitida nas canções. E hoje, em uma realidade bastante diferente, qual é a significância dos festivais? Buscando elucidar essa questão, o FalaCultura conversou com alguns atores dos festivais atuais: Sérgio K. Augusto cantor, compositor, produtor e responsável pelo site Festivais do Brasil; Paulo Monarco e Pedro Viáfora,amboscantores, compositores e instrumentistas participantes de festivais. Questionados quanto ao papel dos festivais no cenário da música brasileira nos dias de hoje, fica evidente que nem mesmo entre os envolvidos existe um consenso. “Os festivais que se espalham pelo interior do país são hoje o único espaço democrático para que compositores desconhecidos da grande mídia possam mostrar seus trabalhos”, argumenta Sérgio. “Na história musical recente do Brasil, para quem realmente conhece o mercado fora do ‘jabá’ e dos grandes esquemas das gravadoras, os festivais tem sido meios únicos de revelação de compositores. Pelos Festivais de Avaré (FAMPOP), Tatuí e Ilha Solteira, passaram compositores dessa nova geração como Lenine, Zeca Baleiro, Jorge Vercilo e muitos outros”. Pedro Viáfora discorda enfaticamente ao dizer que não vê uma importância muito grande. “Foi-se o tempo em que os festivais ditavam alguma tendência”, afirma o jovem cantor que destaca a experiência de palco proporcionada pelos festivais: “Por ser uma música só, você tem só um tiro. Festival não admite muito erro. É uma baita pressão! O lance de controlar o nervosismo na hora de subir no palco é uma coisa que se aprende bem nos festivais”. Paulo Monarco, pela peculiaridade de sua história, tende a concordar com Sérgio quando afirma que “para um artista como eu, que morava em Cuiabá e que não tinha espaço para se apresentar, o festival foi a primeira perspectiva de conseguir levar minha música para outro lugar”. Além disso, destaca o encontro gerado nessas ocasiões. “Eu conheci várias figuras que se tornaram parceiros com quem eu componho até hoje, como o Celso Viáfora e a Dulce Quental”, ele cita como exemplos. No que diz respeito à formação de público, os músicos concordam que não é o aspecto mais relevante. Para Pedro, o artista “acaba plantando sementinhas em algumas cidades que a sua música não chegaria. Tem bastante gente que diz que conheceu meu trabalho porque me viu em festival. Sempre ajuda, mas não acho que seja um número muito significante a ponto de ser um plano de divulgação. Acho que um vídeo bem feito na internet acaba divulgando muito mais”. “Para formação de público, para o encontro com os parceiros, para compor música. Porque não adianta nada a gente ir para o festival conquistar público e cantar a mesma música todo ano”, complementa Paulo. A questão financeira também foi abordada. “Festival também movimenta economia porque tem um prêmio e você pode ganhar uma grana ali, num final de semana”, lembra Paulo. E Pedro Viáfora aproveita a deixa, dizendo que “o festival é a chance que você tem de, de repente, ganhar uma grana que a música não dá pra quem tá começando”. Fica claro, assim, que os festivais envolvem diversos aspectos, “é formar público, encontrar com os amigos, conhecer gente nova, conhecer música nova” como aponta Paulo Monarco. É, de alguma forma, mais um caminho para músicos e compositores encontrarem espaço, parceiros e anseio para seguir em suas carreiras. Hoje as competições estão espalhadas pelo interior do país e a agenda é encontrada no site Festivais do Brasil. Conheçam, acompanhem e surpreendam-se com a nova geração dos festivais de música brasileira.