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Até o início do século passado, os cientistas explicavam o equilíbrio térmico devido a uma substância chamada calórico.[1][2] Como esta teoria não era satisfatória, os cientistas alteraram o conceito de calórico para o de energia.[2][1]

Proibições da termodinâmica editar

  • são proibidas transformações de energia em que nada se dissipe;
  • são proibidos dispositivos que realizem trabalho sem consumo de energia;
  • é proibido o fluxo de energia do corpo mais frio para o mais quente;
  • é impossível alcançar o nível térmico mais baixo do Universo.

Escalas Termométricas editar

Para que uma escala termométrica seja criada, convenções arbitrárias são feitas, o que ao longo do tempo criou diversas escalas diferentes. [1] Para eliminar os inconvenientes científicos de tantas escalas, foi internacionalmente convencionado de que a escala Celsius deveria ser usada, e atualmente quase todos os países a usam.[1]

Celsius editar

O valor indicado pelo termômetro em 0° equivale à temperatura de congelamento da água à pressão de 1 atm.[1] Em 100º, equivale à temperatura da água em ebulição à pressão de 1 atm.[1]

Kelvin editar

Conhecida também como escala absoluta, determina que o valor 0 corresponde à temperatura mínima que um corpo pode atingir, equivalente a -273ºC.[1] A variação de 1K equivale à de 1ºC.[1] Assim conclui-se que:

 [1]

Equilíbrio térmico editar

A temperatura é o grau de agitação das moléculas ou átomos de um corpo.[1]

Lei Zero da Termodinâmica: Se um corpo A está em equilíbrio térmico com um corpo B e este por sua vez está em equilíbrio térmico com um corpo C, logo se deduz que A está em equilíbrio térmico com C.

O calor é a energia que se transfere de um corpo a outro apenas por causa da diferença de temperatura.[1] Também é chamada de energia térmica. Por ser uma forma de energia, é medido em Joules no SI.[1] (1 cal = 4,18 J)[1]

Capacidade térmica editar

Normalmente corpos diferentes sofrem variações de temperaturas diferentes, mesmo se receberem uma quantidade de calor idêntica e forem feitos do mesmo material.[1][2] A capacidade térmica define esta diferença na variação através da seguinte fórmula:[1][2]

 , onde ΔQ é a quantidade de calor fornecida e Δt é a diferença de temperatura obtida.[1][2]

Calor específico editar

Como a capacidade térmica varia de corpo para corpo, dividindo-se esta grandeza pela massa do corpo que está sedo medido, descobre-se o calor específico daquele material.[1]

 [1]

Através das fórmulas anteriores pode-se deduzir a quantidade de calor recebida ou emitida por um corpo:[1]

 , onde C é a capacidade térmica do corpo e ΔT é a variação de temperatura.[1]
 , onde m é a massa do objeto, c é o calor específico da substância, e ΔT é a variação de temperatura.[1]

Transferência de Calor editar

A temperatura nem sempre varia quando uma substância perde ou absorve calor: a mudança de fase permite que o calor, ao invés de gerar energia cinética, gere energia potencial.

Calor latente editar

Calor latente é a quantidade de energia necessária para certa massa de certa substância mudar de certa fase para outra certa fase sem alterar sua temperatura.[3]

Durante a mudança de fase, é constante a razão entre a quantidade de calor transferida (Q) e a massa (m) de certa substância.[4] Esta constante é o calor latente, e pode ser obtida pela razão:  [4]

Fluxo de calor editar

  • Fórmulas para cálculo de fluxo de calor:
  •  , onde T é o tempo.[5]
  •  , onde K é o coeficiente de condutividade térmica, A é a área da superfície da parede, T é a temperatura e   é a espessura da parede. T2 é a temperatura maior de um dos lados da parede, e T1, a menor, do outro lado.[5]

É possível também juntar as duas fórmulas, possibilitando o cálculo do fluxo em função do tempo.

  •  [6]

Dilatação editar

Exceto em casos específicos, todos os corpos se dilatam quando sua temperatura aumenta.[1]

Dilatação dos sólidos editar

Dilatação linear editar

Considerando uma barra de comprimento inicial L0 à temperatura t0, percebe-se que seu comprimento passa a ser L quando a temperatura é elevada para t.[1] Em outras palavras, Δt = t - t0 provocou ΔL = L - L0 no comprimento da barra.[1] Sendo as variações proporcionais aos valores iniciais, consegue-se deduzir que  , onde α é o coeficiente de dilatação linear, pois  [1]

Dilatação superficial editar

 , onde β = 2α[1]

Dilatação volumétrica editar

 , onde γ = 3α[1]

Gases Ideais editar

As seguintes leis não valem em quaisquer condições, pois as condições-limite tendem a liquefazer os gases (temperaturas próximas de 0K ou pressões muito altas). Por isto estes limites devem ser desconsiderados no estudo dos gases ideais do ensino médio.

Lei de Boyle-Mariotte editar

A variação do volume de uma amostra de gás é inversamente proporcional à sua variação de pressão, desde que a temperatura permaneça constante.

Em outras palavras, pV = constante. Logo se deduz que também é válida a seguinte: p0V0=pV.

Lei de Charles e Gay-Lussac editar

A temperatura e o volume de uma amostra de gás são diretamente proporcionais, desde que a pressão permaneça constante.

Em outras palavras,  

Atenção: A temperatura não é t, é T, pois somente pode ser expressa em kelvin.

Lei geral dos gases perfeitos editar

É possível unir as duas leis anteriores e formar uma nova, que permite calcular situações em que variam simultaneamente a pressão, a temperatura e o volume:

 , onde T é a temperatura em Kelvin. Pressão e Volume podem ser expressos em qualquer unidade, desde que suas correspondências estejam na mesma.

Desta pode-se concluir que, em uma mesma amostra de gás:

 

Porém a Lei geral dos gases perfeitos também pode ser expressa de duas outras formas:

  • pV = nRT, onde n é o número de mol e R é a constante universal dos gases perfeitos, que vale 8,31 J/mol
  • pV = NkT, onde N é o número de Avogadro e k é a constante de Boltzmann, que vale 1,38 · 10-23 J/K

Ligações externas editar

Referências

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 1,15 1,16 1,17 1,18 1,19 1,20 1,21 1,22 1,23 1,24 1,25 1,26 Física: ensino médio. 1.ed. São PauloScipione, 2011. 400 p. 3 v. v. 2. ISBN 978-85-262-6508-0
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 Curso de Física. 6.ed. São PauloScipione, 2007. 335 p. 3 v. v. 2. ISBN 978-85-262-5894-4
  3. Calor Latente. Colégio Web. Página visitada em 11 de agosto de 2011.
  4. 4,0 4,1 Física. 1.ed. São PauloÁtica, 2009. Único v. v. Único. ISBN 978-85-08-10933-3
  5. 5,0 5,1 Fluxo de calor. Colégio Web. Página visitada em 9 de agosto de 2011.
  6. Transferência de calor. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Página visitada em 14 de agosto de 2011. “DQ/Dt = - k(A/L)DT”