Práticas Corporais 2015/Aula 5
Editores Aula 5: Bárbara de Barros Gonze e Lais Mendes Roversi
I. Tema e objetivos da aula:
editarTema: Pesquisa, filosofia, mitologia grega, estética.
Objetivos: Palestra realizada pelo professor Odilon Roble sobre sua linha de pesquisa, que envolve estética e mitologia grega, com o objetivo de divulgar seu trabalho e de suas alunas.
II. Materiais e espaços utilizados:
editarMateriais: Os materiais utilizados foram microfone, aparelho de som, cadeiras/bancos, colchonetes.
Espaço utilizado: A palestra ocorreu no saguão do campus Silva Jardim.
III. Método didático:
editarA palestra aconteceu em 3 momentos: O primeiro com a palestra em si, que se dividiu em duas partes (uma breve introdução sobre o assunto e a palestra propriamente dita após a intervenção artística), o segundo com uma intervenção artística e o terceiro com uma roda de discussão.
Palestra:
- Pré intervenção artística:
- Conversa inicial/ Introdução sobre o assunto mitologia;
- Apresentação artística:
- Um grupo de alunas, orientandas do Prof. Odilon Roble apresentou um mito (Nascimento de Atena, filha de Zeus), que está sendo trabalhado pelo grupo deles para ser levado às escolas da periferia de Campinas.
- Pós intervenção artística
- História do grupo, explicação do projeto e objetivos/desejos para o futuro do projeto de encenação de mitos;
- História da mitologia, contação de alguns mitos e explicação das diferentes formas de explicar a realidade (ciência e narrativa/mitologia);
- Conclusão da palestra e convites para conhecer o grupo em Campinas.
- Roda de discussão:
- Ao final da palestra, foi aberta uma roda de discussão para perguntas, comentários, elogios e sugestões para o grupo de pesquisas em mitologia e contação de mitos do Prof. Odilon Roble também sobre a palestra ministrada.
IV. Descrição das atividades:
editarO professor Odilon Roble iniciou a palestra falando sobre sua vida acadêmica e suas linhas de pesquisa. Ele é formado em educação física e filosofia. Atualmente é professor da Unicamp, mas já foi professor da Unifesp Baixada Santista.
Ele contou como se apaixonou pela mitologia grega e sobre suas atuais pesquisas envolvendo este tema, além de seu grupo experimental. Para mostrar o que era feito no grupo que ele coordena, levou três orientandas: uma mestranda do curso de artes cênicas, uma aluna de graduação do curso de dança e uma recém-formada em educação física. Elas realizaram um pequeno espetáculo contando um mito grego. O mito escolhido por elas para apresentar aquele dia foi o do nascimento da deusa Atena, filha de Zeus.
Ao longo da palestra, Odilon falou várias vezes sobre a filosofia no mundo atual, como ela se encaixa no nosso dia-a-dia. Ele também pretende levar o trabalho para escolas, para que crianças não vejam a mitologia, grega, africana ou indígena, como uma “coisa chata”. O grupo já encenou diversos mitos e em diversos lugares, como por exemplo: cadeias/presídios, escolas, na Unicamp, etc. Cada vez que um mito é encenado, os artistas escolhem as músicas que serão utilizadas, roupas, materiais e até a forma de abordagem da história, sendo que uma mesma história pode ser contada de várias maneiras.
O professor também comentou um pouco sobre sua passagem na Unifesp Baixada Santista, onde foi professor no módulo de Trabalho em Saúde. Disse que no primeiro momento não queria estar no módulo, mas que foi esse módulo, essa vivência, que o fez perceber a falta de humanidade nas pessoas e o fez querer sair somente do meio acadêmico, e evar seu trabalho para pessoas que não teriam a oportunidade de ver diversos trabalhos interessantes se continuasse somente na universidade.
Ao final da palestra, que teve duração aproximada de uma hora, foi aberto para perguntas dos espectadores.
Palestra do Prof. Odilon Roble - Parte 1
V. Discussões e dúvidas dos alunos:
editarAlgumas perguntas dirigidas ao Odilon Roble e suas alunas foram sobre o futuro do projeto, sobre a experiência do professor na Unifesp, em especial no módulo de Trabalho em Saúde.
VI. Temas Interdisciplinares:
editarCom a palestra e a apresentação do mito de forma dançada/encenada pode-se perceber como o corpo tem poder, como é possível através do corpo contar historias de forma mais agradável do que apenas falada. Como é possível com o corpo falar de filosofia, de mitologia, de didática.
Isso pode se relacionar com módulo de “Dança, Ritmo e Expressão Corporal” pela forma como ele tratou o corpo e a expressão corporal, assim também como com os módulos de “Aproximação à prática da Educação Física em Saúde I” e “Ginástica” que trazem a Educação Física e o corpo a partir de uma visão mais estética e histórica.
A relação da palestra com o módulo de “Aproximação à prática da Educação Física em Saúde I” se dá também através do filme “Narradores de Javé” (2003) que foi apresentado nesse módulo, pensando a forma como a mitologia conta histórias, como é dada a realidade e a verdade para cada indivíduo/povo/época.
Os módulos de “Trabalho em Saúde” e “Inserção Social” também se relacionam com a palestra, devido à idéia de corpo/indivíduo como um todo e não apenas de forma biológica. Também se relaciona com as questões filosóficas discutidas nesses módulos, que envolve as pessoas e como elas estão inseridas no ambiente em que se encontram.
VII. Fichamento de texto:
editarUma Interpretação Estética do Método Pilates: seus princípios e convergências com a Educação Somática
- Alta difusão e adesão do método Pilates nos últimos tempos.
- Educação Somática (Corpo – Soma), não se separa corpo e mente, um corpo completo, não só mecânico, não só físico, mas filosófico e social (como proposto em Hanna, 1976)
- Pilates como corpo, controle, filosofia e não apenas como exercício/movimento. Se aproximando da Educação Somática e considerado Educação Somática, desde que siga as idéias e os princípios pensados por Joseph Pilates “arte da contrologia” (práticas corporais e saúde, com consciência do movimento). No entanto, o Pilates moderno com exercícios padronizados a partir de uma referência externa, se diverge da Educação Somática em si.
- Proposta de Joseph Pilates de compreensão do movimento, baseado em 6 princípios: respiração, centro, concentração, controle, precisão e fluidez.
- A disposição primeira: O perfeito instrumento da vontade: A vontade como o centro do mundo, e o corpo como ponto de partida do conhecimento (Schopenhauer, 2005). O homem e suas vontades, que o coloca em ação, que o impulsiona em direção à vida. O corpo se coloca como uma expressão das vontades, um instrumento de ação das vontades, que era o que seria proposto por Joseph Pilates em seu método Contrologia/Pilates.
- O corpo a partir do Pilates para Artistas da Cena: Necessidade de qualidades físicas, ao mesmo tempo em que há recusa do preparo físico restrito/mecânico devido ao conhecimento e compreensão do corpo desses indivíduos. Deve-se ter um equilíbrio entre a preocupação com aquisição de qualidades e o método utilizado para essa aquisição nesses corpos “poéticos”. O meterial de estudo e trabalho desses indivíduos é o corpo, que deve ser versátil, hábil à realidade. O método Contrologia/Pilates se diferencia de outros exercícios por ter como base o controle, da respiração, da força, e do exercício como um todo. A Contrologia seria algo entre a educação somática pensada para a consciência corporal e a aquisição de qualidades.
- Respiração: Pensa-se na Contrologia na globalização do gesto e por isso a importância da respiração, não usando-a apenas como suporte para o esforço. “Respirar é o primeiro e o último ato da vida humana (Pilates, 2010)
- Circulação: estimulada pelo ar puro, pela respiração. Renovação dos tecidos e das energias através do sangue, sendo que a Contrologia pode ter assim propriedades curativas.
- Fluidez: Forma como os exercícios que são baseados no método devem ser executados. Os exercícios devem ter a fase de preparação, de execução e de transição, na qual a primeira faze de um exercício deve se misturar com a última fase do outro exercício, para que seja algo fluido e harmônico.
- Centralização ou Centro: o método proposto por Pilates orienta que as energias, as forças e as ações devem ser organizadas a partir do centro do corpo, partindo posteriormente para as extremidades. Isso ajuda na fluidez, na mecânica do movimento, na expressividade, no equilíbrio e no gesto como um todo.
- Precisão e concentração: de acordo com Pilates, não há razão para a prática da Contrologia/Pilates sem entrega total e concentração nos exercícios, o que seria algo de ordem não necessariamente – mas também – apenas cinesiológica/biomecânica, mas sim de ordem estético-filosófica.
- Controle: princípio no qual os demais princípios se articulam e o qual dá nome ao método criado por Pilates “Contrologia”. Pensado como a capacidade do corpo em controlar as disposições e as ações, a “arte do controle”.
PERGUNTAS:
- O método proposto por Pilates seria Educação Somática?
- Qual a proposta de Joseph Pilates que diferencia seu método dos demais métodos de práticas de exercícios?
- Por qual público o Pilates é praticado atualmente?
- Por que o método Pilates está tão difundido atualmente? Será que toda essa difusão não faz com que alguns princípios básicos do Pilates sejam perdidas?
VIII. Material relacionado:
editarIX. Relato de um aluno na aula
editarRelato feito pela aluna Fernanda Rodrigues:
"Palestra de Odilon Roble foi sensacional, foi muito curioso da maneira que ele abordou a palestra sobre a mitologia grega, contou a história de Hércules, Zeus e Afrodite de uma forma de uma história narrada por uma contadora de histórias e também e também foi representada com a dança. Foi muito interessante a ideia de Odilon de inserir a mitologia grega em uma escola pública de campinas em uma área vulnerável de uma forma de uma história contada com um toque bem contemporâneo, usando a dança como instrumento e também dos humos na história. Esse toque contemporâneo tem como uns de seus propósitos chamar atenção das crianças e dos jovens fazendo com que seja muito mais prazeroso e divertido de se conhecer a mitologia grega."
X. Conclusão:
editarApós a leitura do texto “Uma Interpretação Estética do Método Pilates: seus princípios e convergências com a Educação Somática” e a palestra do Prof. Odilon, é possível notar a relação entre ambos, que trazem a filosofia e pensamentos de grandes filósofos como um ponto importante da discussão. As práticas corporais também são bastantes presentes nos dois meios, que trazem um entendimento da educação, do ambiente e da realidade pelo corpo. Conclui-se assim que o entendimento da realidade e de si mesmo pode acontecer de diferentes formas, e que o conhecimento pode se dar pela ciência e também pela mitose, assim como pelo corpo e pela consciência, e que um tipo não exclui o outro, mas sim faz parte do outro.
XI. Referências Bibliográficas:
editarROBLE, O. J. Uma Interpretação Estética do Método Pilates: seus princípios e convergências com a Educação Somática. Revista Brasileira de Estudo da Presença, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 169-190, jan./abr. 2015.
HANNA, Thomas. The Field of Somatics. Somatics: magazine-journal of the bodily arts and sciences, v. 1, n. 1, p. 30-34, 1976.
PILATES, Joseph. Return to Life through Contrology. Oregon: Presentation Dynamics, 2010.
SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação. São Paulo: UNESP, 2005.
XII. Crítica sobre a documentação da aula 3
editarA página criada pelo aluno Espedito Pereira no site da Wikiversidade foi bem elaborada e descreveu bem as atividades e o passo-a-passo dos exercícios que foram realizados durante a aula prática. Como sugestão propomos que o fichamento do texto pudesse ser um pouco mais detalhado. Seria interessante também que no tópico “Materiais relacionados” houvesse um link direto para o texto e não apenas o nome do texto, o que facilitaria para o leitor. O aluno também não preencheu o tópico “Crítica sobre a documentação da aula anterior”. Ficou confusa e de difícil acesso a forma como o aluno fez a documentação da aula, visto que a aula que deveria ser preenchida era a que possuía o link referente à “Aula 3”, no entanto, no site do Wikiversidade a documentação estava feita no link referente à “Aula 1”, que já havia sido elaborada, como modelo, pelo professor Vinícius.
Avaliação do Professor do Caderno Colaborativo Aula 5
editarNOTA 9,0 (AVALIAÇÃO REALIZADA EM 23/11) A avaliação do caderno será feita conforme os seguintes critérios e valores:
1) apresentar as leituras obrigatória e complementar em sala de aula, comentá-las e destacar os seus principais conceitos (2,0/2,0)
2) postar a leitura para a turma na wikiversidade e inserir perguntas e comentários pertinentes que a relacionam com as aulas (1,5/2,0)
3) registrar a aula daquele dia, utilizando-se recursos multimídia e postá-la na wikiversidade (1,5/2,0)
4) aprofundar pesquisa sobre o tema da aula e inserir links para publicações de slides, áudio, vídeo e redes sociais (2,0/2,0)
5) revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer comentários (1,0/1,0)
6) cumprir o prazo de uma semana para realizar todas as etapas, ou seja, publicar tudo até a aula seguinte (1,0/1,0)
Comentários do Professor:
Ótima documentação.
Há uma diferença evidente entre o conteúdo do texto ( pilates) e palestra (mitologia). Entre elas, há em comum o professor e sua abordagem estética. Isso não ficou tão claro e precisa ser elucidado, sobretudo na conclusão, que também merece ser revisada, pois tem tem erros de ortografia, como "mitose". A documentação multimídia foi bem produzida, mas também poderia ter abarcado a parte artística.