Propaganda Computacional

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Na última década, um dos fatores preponderantes para a consolidação da desinformação como um dos principais desafios a ser enfrentado pelas democracias liberais contemporâneas foi a difusão sem precedentes das mídias sociais. Sob a tutela de algoritmos, os fluxos informacionais assumiram um aspecto bastante distinto em relação às mídias de massa, que dominaram o cenário midiático durante quase meio século. Plataformas sociais massivas, como Facebook, Instagram e Twitter, se tornaram locais constituintes da nova esfera pública emergente deste espaço virtual e, por conta disso, passaram a desempenhar um papel central na forma pela qual as pessoas consomem informações e formam suas opiniões políticas.

A Propaganda Computacional consiste na exploração dos algoritmos, automação e big data para manipular a opinião pública. O uso massivo e coordenado de contas automatizadas, os bots políticos, é capaz de amplificar ou suprimir mensagens e posicionamentos, alterando assim a percepção dos usuários inseridos nestes espaços e expostos ao fluxo de informações determinado algoritmicamente, atuando como instrumento de desinformação em massa. Apesar de ser difícil definir exatamente quando técnicas dessa natureza começaram a ser empregadas, foi na eleição norte-americana de 2016 quando o fenômeno floresceu, tendo influenciado na vitória do candidato Republicano, Donald Trump. No Brasil, há evidências empíricas de que a Propaganda Computacional já estava sendo utilizada desde a eleição presidencial de 2014, e também desempenhou papel importante no impeachment de Dilma Roussef.