Sociologia e Comunicação Cásper/Mercados Linguísticos e Poder Simbólico/Atividade I

1) Identifique, nesta citação, um dos conceitos vistos nesta aula e justifique a sua escolha.

Em horas de maluqueira Fabiano desejava imitá-lo: dizia palavras difíceis, truncando tudo,e convencia-se de que melhorava. Tolice. Via-se perfeitamente que um sujeito como ele não tinha nascido para falar certo. Seu Tomás da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. An! Quem disse que não obedeciam?


2) Seria possível associar, nesta citação, a relação entre poder simbólico e senso de aceitabilidade? Justifique sua escolha.

Oito e meia da noite, começa o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão: “O governo reafirmou hoje seu compromisso com o ajuste fiscal” – eis a manchete mais importante. Logo me dou conta da genialidade perversa da frase, vazia de informação, mas repleta de conteúdos positivos: “re-afirmar” mostra coerência; “compromisso”, de forma sutil, remete a lealdade; “ajustar” é tornar justo. Tudo soa bem. Só ao ler os jornais do dia seguinte percebi que o fato gerador da manchete não era tão bom. Em seu esforço para alcançar (e superar) as metas acordadas com o FMI, o governo brasileiro havia cortado parte das verbas destinadas à merenda escolar. Era essa a “reafirmação” do “compromisso” com o “ajuste”, conforme a hábil escolha de nomes feita pelos jornalistas da Globo. Nomear é muito mais eficaz que silenciar ou mentir. Quem esconde algo pode ser surpreendido, quando o que se ocultou vem à tona. Quem tem o poder de dar nomes define como os demais vão pensar. É o poder das palavras, que vem sendo exercido à exaustão. (Adaptado de César Benjamin–Caros Amigos,58)


3) Associe esta citação e um dos conceitos vistos nesta aula e justifique.

“Para Spivak o papel dos intelectuais não deve ser o de representar ou falar pelo sujeito subalterno, eles devem abrir espaços para que eles possam falar e mais do que isso, que possam ser ouvidos, pois não resolverá o problema se estes falarem e ninguém os ouvir. Nesse sentido a autora conclama principalmente as mulheres intelectuais, não para que essas representem as demais mulheres, mas para encontrar meios eficazes em que essas sejam ouvidas e se autorrepresentem”). (Cleiton Ricardo das Neves e Amélia Cardoso de Almeida. A identidade do “Outro” colonizado à luz das reflexões dos estudos Pós-Coloniais).