Utilizador Discussão:Raimundo57br/Inflação Brasileira
Resumo da Série de vídeos sobre inflação brasileira do Canal Saia da Matrix.
Obs. No início iremos linkar os conceitos e pessoas citadas a artigos da wikipedia sobre o tais conceitos e pessoas, oportunamente, esses links terão como destino outras páginas que tratem dos temas de modo mais resumido.
parte 1: O debate entre progressistas e liberais 35 min e 14 s
editar- Os diversos períodos de superinflação no Brasil constituem, em seu conjunto, uma experiência traumática;
- Para explicar as causas da superinflação brasileira e o modo como o imposto inflacionário foi neutralizado pelo Plano Real é necessário observar as raízes históricas a partir da década de 1940;
- Desse modo, é possível compreender as decisões que causaram a inflação no Brasil e que resultaram no Plano Real;
- Foram 50 anos com alta inflação;
- Trata-se de um problema complexo;
- Entre as décadas de 1950 e 1980, houve, em nível mundial, um período de crescimento e de inflação;
- Nessa época, em alguns países não havia inflação, esses eram, de um modo geral, países pobres, principalmente da África e do sul da Ásia (que futuramente seriam os tigres asiáticos);
- Em outro países, existia a chamada "creeping inflation", uma inflação engatinhante (baixa, porém contínua). Esse fenômeno ocorria, principalmente, em países desenvolvidos;
- O terceiro grupo de países, enfrentava a chamada "inflação latina", alta e contínua, que ocorria na América Latina e em alguns países da Europa;
- O Índice Geral de Preços começou a ser calculado em 1948;
- Nessa época, Eurico Gaspar Dutra era o Presidente do Brasil;
- O Brasil contava com um bom volume de reservas internacionais (câmbio sob controle), em decorrência do desempenho da economia brasileira durante a Segunda Guerra Mundial;
- Nesse contexto, cabe lembrar que o país reduziu suas importações durante a guerra e no período pós-guerra, o que contribuiu para aumentar as suas reservas em moeda estrangeira e em ouro;
- O Presidente Dutra facilitou as importações, sobrevalorizou a moeda nacional e reduziu os gastos públicos (austeridade);
- Isso resultou em um pequeno crescimento do PIB;
- Em 1950, Getúlio Vargas volta ao poder e toma medidas como: aumento do crédito subsidiado e uma política de substituição de importações;
- Essas medidas aceleraram o crescimento econômico, mas provocaram um aumento da inflação que não chegou a se descontrolar;
- A partir de 1955, no governo de Juscelino Kubitschek houve um maior crescimento econômico, que chegou a 7% ao ano;
- Forte crescimento da indústria, em especial da indústria automobilística;
- Mas a inflação chegou aos 19% ao ano;
- Em 1960, assumiu Jânio Quadros, eleito em uma campanha na qual prometeu combater a inflação;
- Apesar de ter tomado medidas para proteger a indústria nacional, reduziu o crédito subsidiado e fez um ajuste fiscal;
- Crise política desencadeada pela renúncia de Jânio Quadros gerou uma crise econômica;
- Na época do Golpe Militar de 1964, a inflação era de 60% ao ano;
- No Brasil existiu uma superinflação e não uma hiperinflação (situação extrema);
- Em 1973, a inflação foi de 20% ao ano (Milagre econômico brasileiro);
- Em 1974, a inflação subiu para 40% ao ano;
- Em 1985, fim dos governos militares, a inflação estava na faixa dos 200% ao ano;
- Em 1994, nas vésperas do Plano Real, a inflação estava na faixa dos 2.000% ao ano;
- Entre 1985 e 1994, ocorreram 5 planos econômicos para controlar a inflação (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão e Collor);
- Todos esses planos derrubaram a inflação no curto prazo, mas ela retornava mais forte;
- Nas décadas de 1960 e 1970, existiu um debate para saber como os países latino-americanos poderiam superar seu subdesenvolvimento econômico para alcançar a condição de países desenvolvidos;
- Estruturalistas latino-americanos (keynesianos/progressistas) e monetaristas (liberais/conservadores - teoria quantitativa da moeda);
- Segundo os monetaristas, a inflação é causada pelo excesso de liquidez causado pelo déficit público;
- Recomenda Vídeo sobre a teoria quantitativa da moeda (17 min e 12 s);
- Segundo os estruturalistas, o aumento autônomo de vários preços faz com que exista uma demanda por moeda e, portanto, o aumento da quantidade dos meios de pagamento (liquidez) seria a consequência e não a causa da inflação;
- Os preços sobem por forças exógenas (fatores estruturais) ao modelo;
- O principal fator estrutural seria a urbanização;
- A América Latina precisaria mudar suas estruturas produtivas para superar o subdesenvolvimento, sendo a inflação uma consequência dessa mudança estrutural;
- Surgimento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal);
- Indica o vídeo: Monetaristas vs Estruturalistas: Quem tem razão sobre a inflação? (18 min e 39 s);
- Monetaristas: Otávio Gouveia de Bulhões, Mário Henrique Simonsen, Eugênio Gudin e Affonso Celso Pastore - ligados à Fundação Getulio Vargas;
- Estruturalistas: Celso Furtado, Osvaldo Sunkel, Raúl Prebisch e Maria da Conceição Tavares, ligados ao Cepal;
- Centrista: Antônio Delfim Netto, apesar de ter certa afinidade com os estruturalistas, foi ligado à Affonso Celso Pastore;
- Esse debate passa a ser travado com maior intensidade a partir do governo João Goulart, que teve como Ministro: Celso Furtado - Plano Trienal;
- Antes de 1945, não existia o Banco Central do Brasil (que passou a existir como tal, somente a partir de 1965) e o Banco do Brasil emitia moeda sempre que o governo precisava de dinheiro;
- Em 1945, foi criada a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), entidade que daria origem ao Banco Central, que teve Otávio de Bulhões como primeiro presidente;
- Os depósitos compulsórios do Banco do Brasil, passaram a ser depositados na conta da Sumoc que passou a ter algum controle sobre a base monetária;
- Essa medida teve pouco efeito prático, pois a conta da Sumoc era no Banco do Brasil;
- 1986, foi criada a Secretaria do Tesouro Nacional, que tem a função de administrar os títulos públicos;
- Nesse ano, veio ao conhecimento do público que o Banco do Brasil continuava a emprestar dinheiro ao Tesouro Nacional;
- O Banco Central tinha uma carteira para subsidiar crédito agrícola;
- Segundo aos estruturalistas, a América Latina deveria aumentar a complexidade dos produtos, uma mudança estrutural que geraria, necessariamente, inflação;
- Pois o êxodo rural/urbanização, reduziria a produção e aumentaria a demanda por produtos agrícolas;
- Por isso, os estruturalistas defendiam a Reforma Agrária;
- Coronelismo;
- O Brasil era um exportador de produtos agrícolas;
- Quando ocorre um aumento da produção desse tipo de produto, que tem demanda ineslática, ocorre uma redução dos preços, ou seja, não seria viável aumentar a receita com a exportação desse tipo de produto;
- Esse fenômeno gerou diversas crises do café;
- Reforma Urbana, pois um aumento da oferta de moradia e melhoria dos serviços públicos: saúde, educação, saneamento básico, segurança, etc. reduziria a pressão em favor do aumento dos salários por parte dos trabalhadores urbanos;
- Os monetaristas diziam que os argumentos dos estruturalistas eram tautológicos e concordam com Milton Friedman: a inflação é um fenômeno monetário;
- Os estruturalistas aceitavam que a inflação era um problema monetário, mas que tinha as suas causas estruturais;
- Os monetaristas diziam que apesar do aumento dos preços dos alimentos ter causas estruturais, se não houvesse o aumento da oferta dos meios de pagamento, os outros preços poderiam cair, o que manteria a inflação sob controle;
- Para os monetaristas existia uma inflação de demanda causada por um excesso de liquidez;
- Os estruturalistas, entendiam que se tratava de uma inflação de custos -> os preços aumentavam porque a oferta se desloca;
- Para os monetaristas o crescimento da demanda era artificial, inflado pelo aumento da oferta dos meios de pagamento decorrente dos gastos públicos;
- Portanto, os monetaristas defendiam um controle dos gastos públicos, enquanto que os estruturalistas defendiam um controle de preços, que subiriam independentemente da oferta dos meios de pagamento;
- Subsídio ao preço do trigo;
- Redução da base monetário -> desemprego -> controle da inflação;
- Estruturalistas: O custo social do desemprego é muito grave;
- Menciona o vídeo sobre a Curva de Philips 12 min e 41 s;
- Segundo os estruturalistas, é bobagem controlar a base monetária, pois isso somente era viável na época do padrão ouro;
- Para os estruturalistas, os atravessadores seriam os culpados pela inflação, que aumentavam suas margens de lucro, aumentando os preços;
- Na época, o controle de preços foi aplicado em muitos países, inclusive os EUA (governo Nixon);
- Para os monetaristas, o mais importante é a estabilidade da moeda que leva à otimização/maior eficiência da economia, que levaria ao pleno emprego;
- Para os monetaristas, o governo não deve se preocupar com o desemprego, que seria um problema pessoal, decorrente da falta de qualificação dos indivíduos;
parte 2: Indexar ou desindexar? 36 min e 14 s
editar- Combate à inflação: gradualistas x defensores da política de choque;
- A partir do Golpe militar de 1964, adotou-se a política do gradualismo;
- Mário Henrique Simonsen discordava;
- Favoráveis e contrários à indexação;
- Júlio de Oliveira, economista argentino, destaca a distinção entre os setores competitivos (concorrência perfeita) e os setores oligopolizados;
- Nos setores em que prevalece a concorrência perfeita, a marca não importa: commodities - demanda constante, portanto, a variação do preço depende da oferta, portanto, o aumento da produção (oferta) reduz os preços, ou seja, o ganho de produtividade não traz, necessariamente, maiores lucros;
- Nesses setores, aplica-se a Teoria Quantitativa da Moeda;
- Nos setores oligopolizados, especializados, alta tecnologia, a marca é relevante e a aplicabilidade da lei da oferta e da procura na formação de preços é limitada, pois a oferta é controla por poucos agentes que, desse modo, podem determinar os preços praticados;
- Nesse setores, quando cai a demanda, a produção também é reduzida, de modo que, dificilmente, há redução de preços;
- Preço = margem + custo variável;
- Os custos variáveis são relativamente baixos, mas os custos fixos (pesquisa, propaganda, etc.) e os riscos (não se pode ter certeza de que a procura estará de acordo com os montantes investidos) são mais altos;
- Segundo os estruturalistas, a inflação latina seria decorrente do fato de que muitos setores econômicos eram oligopolizados, inclusive a produção de alimentos que era controlada por latifundiários (razão pela qual seria necessária a reforma agrária);
- Na inflação latina, a aplicabilidade da Teoria Quantitativa da Moeda, estaria prejudicada, tendo em vista que as as equações da inflação deveriam levar em conta a existência dos dois setores, no vídeo essas equações são apresentadas a partir de 3 min. e 50 s;
- Os setores oligopolizados têm condições de repassar os aumentos de custos para os preços dos produtos, nem que para isso seja necessário reduzir a oferta;
- Isso explicaria os diferentes comportamento da inflação de acordo com o grau de desenvolvimento econômico dos países (maior/menor relevância dos setores oligopolizados);
- Inflação latina vista como um fenômeno monetário com causas estruturais (estrutura produtiva / nível do desenvolvimento);
- O problema estaria na elasticidade na oferta, dificuldade de absorção/possibilidade do repasse dos custos (mesmo em situações de recessão), nos setores oligopolizados, que podem manter as suas margens de lucro (vide vídeo 10 min e 40 s);
- Os estruturalistas defendem uma moeda com comportamento passivo, nas qual, quando há uma pressão inflacionária de custos também haveria uma maior oferta de meios de pagamento, pois a opção contrária geraria desemprego, que é um problema pior do que a inflação;
- Para os monetaristas, a oferta de meios de pagamento não deve ser passiva, pois isso pode gerar inflação de custos;
- Para os monetaristas, se houver um controle dos meios de pagamento, um choque de preços, como o provocado pelas diversas crises do petróleo, não provocaria alta geral de preços;
- 12 min e 40 s começa a falar da Matriz de Leontief (matriz de insumo produto - Modelo input-output), serve para calcular o efeito dos aumentos de custos, depois apresenta uma equação que é uma representação simplificada dessa matriz;
- formação de preços mark up;
- Houve um efeito cascata na inflação do Brasil na época da crise do petróleo, mas debate-se a causa: inflação de custos (tese dos estruturalistas) ou expansão dos meios de pagamentos (tese dos monetaristas);
- Segundo os estruturalistas, a alta inflação seria decorrente do fato de que diversos setores da economia brasileira passaram a indexar seus preços ao Índice Geral de Preços (IGP) e não aos seus custos;
- Deflator implícito;
- Com a indexação a moeda deixa de cumprir a função de unidade de conta, que passa a ser o IGP;
- Deixa de existir a ilusão monetária;
- A indexação foi concebida para se livrar dos malefícios da inflação, mas tem o potencial de elevar a inflação a níveis dramáticos;
parte 3: Do gradualismo à super-inflação 45 min e 33 s
editar- Na época do Golpe Militar de 1964, entendia-se que havia duas causas para a inflação brasileira:
- a primeira seria a falta de instituições regulatórias (não existia um Banco Central do Brasil, que seria criado no final de 1964);
- já existia a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), mas a moeda ainda era emitida pelo Banco do Brasil;
- Se entendia que o déficit público brasileiro não era alto, mas se admitia as dificuldades para financia-lo, pois o mercado não comprava os títulos emitidos pelo tesouro devido à incerteza quanto aos níveis de inflação, que era alta pois havia emissão de moeda em um cenário de déficit público não coberto pela emissão de títulos públicos;
- A solução foi a criação de títulos financeiros indexados (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's)), vide § 1º do art. 1º da Lei nº 4.357/1964, em função das variações do poder aquisitivo da moeda nacional;
- O câmbio também foi indexado do câmbio para não prejudicar os exportadores, no entanto, a política de alteração do valor do dólar apenas uma vez por ano era inadequada;
- Em 1967, Delfim alterou a política para que ocorressem várias desvalorizações por ano (minidesvalorizações);
- A indexação dos salários era feita com base nas expectativas de inflação futura e não com base na inflação passada -> subindexação -> reajustes abaixo da inflação (arrocho salarial) -> esse sacrifício teria permitido a redução da inflação;
- Programa de ação econômica do governo;
- No início da Ditadura Militar, prevaleceu a linha gradualista e a que defendia tratamentos de choque no combate à inflação (imposto inflacionário), pois a política de choque teria elevado custo social;
- A indexação amenizava os efeitos da inflação na economia;
- Os economistas ligados ao governo da época diziam que era necessário reduzir a expansão da base monetária para combater a inflação -> adeptos da teoria quantitativa da moeda;
- Até 1973, houve queda da inflação com forte crescimento do PIB, vide dados: 12 min e 38 s;
- No final de 1973, houve um forte aumento do preço do petróleo e a partir de 1974, a inflação brasileira passou a crescer (vide dados 13 min e 47 s);
- Apesar do crescimento econômico entre 1964 e 1973, houve um crescimento dos níveis de desigualdade;
- Não existe um método perfeito para o cálculo da inflação -> diferentes critérios de cálculo;
- A moeda deixou de cumprir as funções de unidade de conta e de reserva de valor;
- Manipulação dos índices de inflação;
- Observou-se que poucos produtos subiam mais do que a inflação, o que elevava a média;
- Isso fazia com que os produtos que naturalmente subiriam pouco, elevassem a sua alta para se equiparar à média (indexação), isso acelerava a inflação;
- Alguns produtos que subiam muito eram expurgados dos índices de cálculo da inflação (normalmente produtos hortifrutigranjeiros, que sofriam altas sazonais, ex. tomate);
- Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979), que tinha elementos desenvolvimentistas;
- Obras públicas;
- Substituição de importações;
- Segundo choque do petróleo (1979) -> redução da dependência do petróleo (Pró-álcool);
- O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) foi financiado com o aumento da dívida pública, ocorre que no início da década de 1980, houve um aumento dos juros nos EUA que deu início à Crise da Dívida Externa;
- O principal economista do governo deposto pelos militares em 1964 era Celso Furtado, um estruturalista;
- Inflação inercial, inflação presente gerada pela inflação passada, situação facilitada pela indexação;
- Em certo momento, formou-se um consenso em torno da necessidade de eliminar a indexação da economia, portanto, a partir do Plano Cruzado até o Plano Real, ocorreram diversas tentativas de desindexar a economia brasileira;
- O Brasil não chegou a viver uma hiperinflação (quando a moeda corrente não é aceita nem como instrumento de troca);
parte 4: O Plano Real e a estabilização 40 min e 35 s
editar- Até o minuto 10, faz uma recapitulação de temas tratados em outros vídeos da série;
- A aceleração da inflação alterava os preços relativos, ou seja, a inflação não era neutra;
- O arrocho salarial foi viabilizado pela repressão aos sindicatos;
- No período final da ditadura, os sindicatos passam a lutar contra o arrocho salarial;
- Após o choque do petróleo do final de 1973, se fez necessário alterar os preços relativos, mas a indexação dificultou o processo;
- Além disso, se fizeram necessárias maxidesvalorizações, para reduzir o déficit na balança comercial;
- vídeo que trata do conceito de peso morto da inflação;
- A partir de 1986, diversos planos econômicos tentam promover a dexindexação/controlar a inflação: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano Collor (1990) e o Plano Real em 1994;
- O Plano Real foi concebido a partir das experiências anteriores;
- Os pais do Plano Real foram Pérsio Arida e André Lara Resende;
- A partir de uma indexação total da economia (URV), criou-se uma moeda equivalente ao indexador que substituiu próprio o indexador, resultando numa economia desindexada;
- Na época do Plano Cruzado não existiam reservas cambiais que possibilitassem a existência de uma âncora cambial, que foi o esteio da primeira fase do Plano Real;
- A inflação inviabilizava as compras a prazo, o que prejudicava o acesso dos assalariados aos bens duráveis;
- Após o congelamento, ocorreu uma explosão do consumo (pois os salários deixaram de ser corroídos pela inflação) -> desabastecimento -> escassez;
- Com a expectativa de retorno da inflação, deixou de haver procura pelos títulos públicos que não estavam mais indexados;
- Em 1990, o Plano Collor tentou controlar a inflação por um choque de restrição de liquidez, o que resultou numa grave recessão;
- O Plano Collor também promoveu o câmbio flutuante e uma redução das barreiras alfandegária -> aumento das importações -> desindustrialização;
- Em 1994, ocorreu a renegociação da divida externa (Plano Brady);
- O Brasil voltou a ter acesso às linhas de crédito internacionais (inclusive as empresas) -> aumento das reservas cambiais;
- Surgimento da Unidade Real de Valor, um indexador universal que acompanhava a cotação do dólar -> o que impossibilitaria o país de fazer política monetária;
- Outra alternativa seria a dolarização total da economia -> perda da moeda nacional soberana;
- Em julho de 1994, o indexador universal (URV), se converteu na nova moeda nacional, o Real, que também teve, na primeira fase do Plano Real, sua cotação atrelada a do dólar (âncora cambial - não havia câmbio flutuante);
- O câmbio fixo foi viável pois o Brasil tinha grandes reservas cambiais;
- Os contratos previstos com valores expressos na moeda anterior, ou em outros indexadores, foram ajustados para valores expressos em URV, que iriam corresponder aos valores expressos em Real;
- Para manter o câmbio fixo, com uma balança comercial desfavorável, foram atraídos dólares com um taxa de juros muito alta, o que gerou um grande crescimento da dívida pública (populismo cambial);
- No início do Plano Real, a relação dívida/PIB era inferior a 40%;
- O populismo cambial gerou perdas para o setor agrícola e uma forte desindustrialização;
- Perda de complexidade econômica de acordo com o Atlas de Complexidade Econômica;
- Gustavo Franco defendeu uma desvalorização gradual do câmbio (6% ao ano);
- Câmbio flutuante, mas com o governo atuante no mercado de câmbio, para levar o câmbio para um patamar desejável;
- Os rentistas que tinham ganhos com a alta inflação, passaram a ganhar com os altos juros da dívida pública;
- Houve um aumento da carga tributária para compensar a ausência do imposto inflacionário;
- Privatizações, para atrair dólares e baixo investimento em infraestrutura;
- Aumento do compulsório dos bancos, para reduzir o consumo/liquidez;
- Depois da quebra da âncora cambial em 1999, adotou-se a política de metas de inflação que exigia altos superávits primários;
- vídeo sobre o modelo de expectativas racionais;
- Tripé macroeconômico;
- Quando a taxa de retorno médio (ou de crescimento) da economia é menor do que a taxa de juros, o investimento é sufocado;