Wikinativa/Anambé
Anambé | |||
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População total | |||
124 pessoas[1] | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Tupi-Guarani, Anambé, Português | |||
Religiões | |||
Pentecostal, Católica, Evangélica[2] |
"Anambé" é uma palavra indígena que define | |||||
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1 | Ave da Ordem Passeriformes, família dos Contingídeos, também chamada de saurá (VIDE) | ||||
2 | Tribo indígena Tupi-guarani que habita a margem esquerda do baixo Tocantins, perto de Arapari, no estado do Pará, também conhecidos como Amanajó e Turiwara ou Turivara. Anambé em tupi-guarani significa literalmente: "os que permanecem unidos" , "os que andam em parceria". |
História
editarOs índios Anambé viviam no passado a oeste do rio Tocantins, nas cabeceiras do rio Pacajá, que desemboca no rio Pará (braço do estuário do Amazonas que corre pelo sul de Marajó), perto de Portel. Segundo relato tomado de um líder Anambé pelo pesquisador Fereira Pena, em 1884, viviam desde muito tempo nas cabeceiras do Pacajá, obedecendo a um líder oriundo do ocidente, sábio e guerreiro. Os brancos lhes vieram fazer guerra; depois, os jesuítas, que com eles mantinham a paz, começaram a separar as mulheres dos maridos e a levar muitos para Portel, os homens para trabalhar nas roças e remar, as mulheres para lavar roupa e cozinhar. Isso os desgostou muito, levou-os a desobedecer ao chefe e a separarem-se. Índios antropófagos lhes vieram fazer a guerra e eles retiraram-se para as cabeceiras do rio Cururuí, um afluente do Pacajá, formando a aldeia de Tauá, donde depois foram para o lugar onde o diretor de índios quis aldeá-los. De fato, em 1852, uma parte dos Anambé se aproximou da margem esquerda do Tocantins, pediu proteção e se aldeou junto ao distrito de Baião. Os outros continuaram no alto Pacajá. Estes, em 1874, depois de uma guerra contra os indígenas chamados "Curumbu", ficaram reduzidos a 46 indivíduos; no ano seguinte morreram mais 37 de varíola. Os restantes foram juntar-se aos Anambé que se haviam aldeado junto ao Tocantins. Os Anambé passaram a viver então nas proximidades da cidade de Baião, nas ilhas dos Santos e de Tauá. Até o final dos século XIX os Anambé oscilaram entre o Tocantins e o Pacajá e em algum momento atravessaram para a margem oriental do Tocantins, indo para a bacia do rio Moju.
Aspectos Culturais
editarA língua Anambé é da família Tupi-Guarani. Nos anos 80, todos os Anambé com mais de 40 anos eram falantes da língua indígena e quase todos os que estavam na faixa de 20 a 30 anos a entendiam, mas usavam correntemente o português. Os Anambé perderam a maioria dos elementos culturais indígenas externos e seu modo de vida se assemelha ao dos sertanejos da região. Suas habitações são do tipo regional, com cobertura de palha ou de cavacos. Salvo pequenos cestos de carga, abanos, peneiras de trançado em espiral, fusos, pilões, ubás, arcos e flechas, todo o equipamento utilizado pelos Anambé é adquirido no comércio. Há umas quatro gerações fazem casamentos interétnicos com os regionais e os cônjuges não-índios e os filhos dessas uniões se integram à vida na aldeia.
Cosmologia e Religiosidade
editarOs Anambé contaram à Napoleão Figueiredo que nos anos 40 foram levados até Belém e lá batizados, tendo como padrinho de todos eles o então governador Barata. A partir dos anos 60, passaram a batizar os filhos em Mocajuba, cidade para a qual se deslocam na festa da padroeira. Também mantêm contato com os pentecostais da Vila Erlim, próxima da aldeia. Sua mitologia sofreu influência tanto católica como evangélica e a figura do pajé já desapareceu faz muito tempo.
Conhecimento tradicional
editarSua atividade de subsistência se desenvolve na mata e nos campos próximos à aldeia. A caça é feita pelos homens em grupos, utilizando diversos tipos de armas fabricadas pelos próprios índios ; são caçados diversos animais como cotia, paca, veado, macaco, anta, onça, camaleão, etc.
Localização
editarVivem no alto curso do rio Cairari[3], um afluente do Moju, que corre paralelo ao baixo rio Tocantins, pela sua margem direita. Estão na Terra Indígena Anambé, com 7.882 hectares, homologada e registrada, situada no município de Moju, PA.
Tamanho da Terra Indígena
ÁREA OFICIAL 7.883 ha.
ÁREA ISA 8.735 ha.
Situação territorial
editarA primeira atuação da FUNAI na área, nos levantamentos destinados a delimitar a Terra Indígena Anambé, resultou na proposta de transferir os Anambé para a a TI Alto Rio Guamá, tendo em vista a invasão e depredação dos recursos naturais da primeira, e o fato de a segunda já estar demarcada, ser ampla e ser habitada por índios de cultura semelhante, como os Tembé. Os Anambé deveriam ocupar a ponta noroeste dessa TI, no igarapé Tauari, que corre para o Guamá. Entretanto, essa era uma área invadida, e a FUNAI não retirou os invasores antes da chegada dos Anambé, em 1982, que também não gostaram dela, por ser pobre em caça, pesca e água boa. No conflito entre os Anambé e os invasores, morreram dois destes. Os Anambé não quiseram aí permanecer e retornaram no mesmo ano para o Cairari.
População
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Fonte |
124 | 2010 | Funasa |
132 | 2000 | Funai/Marabá |
118 | 1996 | Funai/Marabá |
Envolvimento com o desmatamento
editarTrecho de matéria publicada no jornal Folha de São Paulo[4]:
SEM CONTROLE |
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Na terra indígena Anambé, em Moju, no Pará (a 266 km de Belém), relatório da Funai diz que os índios, após alugarem parte do território a madeireiros, acabaram perdendo o controle sobre a área.
O posto da fundação que ficava no local foi abandonado após um funcionário ter sido ameaçado por madeireiros. O local será reativado. Uma das índias afirmou à Folha que a maioria dos índios era contra o loteamento. "A gente tenta mostrar que o desmatamento não é bom para nós. Mas mesmo assim tem muitos que vendem [a madeira]. Dinheiro vicia a pessoa", disse Maria Anambé, 36. Relatórios de fiscalização apontam que a madeira do local é levada para Tailândia, polo madeireiro do sudeste do Pará e que foi alvo, em 2008, da Operação Arco de Fogo, do Ibama e da PF. |