Tribo Araçá
População total

Aproximadamente 370 habitantes.

Regiões com população significativa
Município de Manguerinha, regiaio sudoeste do Paraná
Línguas
Português
Religiões
Estados ou regiões do Brasil
Paraná
situação do território
Território titulado, comunidade
Grupos étnicos relacionados
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Araçá é o nome de um grupo emigrante de Mangueirinha, região sudoeste do Paraná. A mudança se deu por conflitos religiosos entre os índios, fazendo com que o pajé-cacique Marcolino buscasse um novo local. Com 40 hectares de terra, os índios da Tribo Araça-i vivem a quase dez anos com auxílio de várias instituições (governamentais, privadas e sociedade civil organizada). O espaço, área de utilidade pública no município, foi cedido pela Prefeitura de Municipal de Piraquara. O território não é reconhecido como indígena, mas para a aldeia é um pedaço de terra onde se encontra muita energia viva e boa, sendo essencial para as crenças indígenas.




Localização

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Em Piraquara, índios da Tribo Araçá mantêm as suas tradições com respeito à natureza.

A quase 20 quilômetros de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, ainda é possível conhecer uma cultura que, muitas vezes, apenas é lembrada em situação de manifestação ou em datas comemorativas. Uma das etnias que carrega consigo luta, desvalorização e a história de um grande País, o Brasil. Bem próximo da capital paranaense, 80 índios originados da Tribo Guarani, povo que tem como prioridade o lado espiritual do ser vivo, mantêm a cultura de seu povo repassando conceitos, valores e tradições. [1]

As coordenadas aproximadas são Latitude: 25º 26' 30" S Longitude: 49º 03' 48" W

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História

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Além de bons fluidos e vibrações, o dia na aldeia também precisa de muita cooperação entre os habitantes. O espaço é mantido coletivamente junto com a cozinha comunitária, ambiente onde todos os membros da Araça-i se reúnem. A Escola Indígena Mbyá Arandú, “Sabedoria Guarani”, dentro da aldeia, atende as crianças e jovens no período da manhã. Os adultos que não produzem o artesanato local (colares e animais esculpidos na madeira), trabalham em empresas da região. “A maior parte do nosso sustento vem do trabalho formal. O artesanato ainda não é valorizado”, afirma Werá Tupã.

A diferença entre gênero na aldeia é apenas em momentos de celebração. Por exemplos, antes dos rituais é de costume apreciar uma bebida feita de milho, porém o processo de preparação é realizado apenas pelas mulheres. Os homens, por sua vez, ficam com tarefas fora da aldeia, como ir até a mata e colher os ingredientes para a bebida. Já as crianças, enquanto se distraem, sempre recebem a orientação dos mais velhos no cuidado com as brincadeiras para não desrespeitar o outro morador do lugar: a natureza. “Nós somos guardiões da nossa cultura. Não é nada superficial. É isso que diferencia os povos”, termina Werá Tupã que em guarani significa Brilho do Deus Trovão.

A Tribo Araça-i é exemplo de muitas outras culturas que se matem paralela a tanta influência da modernidade. Não que isso seja uma interferência negativa, porém, muitos valores são perdidos e para os índios isso é indiscutível. Mesmo usando carros, roupas, assistindo a televisores, a cultura indígena marca uma parte primordial da história e deve ser respeitada e mantida pelas sociedades.

Cosmologia e Religiosidade

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Crianças, jovens, adultos e idosos indígenas mesclam a modernidade com as tradições originadas dos Guaranis. Todas as noites os quilombos se reúnem e fazem o ritual para agradecer todo o aproveito do dia, o bem estar entre os membros da aldeia e a harmonia com a natureza. “Todos são responsáveis pelo seu espaço e devemos respeitar tudo o que ali vive. Sempre lembramos disso”, ressalta Werá Tupã (Leonardo), um dos lideres políticos da aldeia e anfitrião da visita. A cerimônia é guiada pelo pajé-cacique Marcolino, mas, para os índios seu nome é Karaí Tataendy Marangaraju. Lá a língua Guarani é falada a todo o tempo. Nas moradias e na escola o soar do guarani se mistura ao barulho da natureza escondendo dos olhos toda a modernidade incluída ao longo dos tempos pelos índios devido necessidade.

Aspectos Culturais

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Curiosidades

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Todos da Tribo possuem dois nomes: um tradicional, herdado pela árvore genealógica, e outro "comum", aquele usado entre a sociedade civil urbana. Todos interagem com a sociedade urbana, vestem roupa, têm acesso à informação, utilizam serviços públicos de saúde e transporte e algumas famílias, inclusive, possuem algum automóvel.

A aldeia de Araçá é chamada dessa forma porque, quando pajé-cacique Marcolino foi escolher o local onde a tribo iria se estabelecer percebeu a quantidade de pés de araçá na região. - E nesse terreno também que os índios retiram toda a matéria prima para a produção do artesanato. Contudo, todo o material é recolhido da natureza morta e, se for necessário utilizar vegetação viva, os índios realizam uma cerimônia para pedir licença e não atrair maus fluidos. - A população indígena residente no estado do Paraná, conforme dados da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em 2009, é de 12.708 indígenas, sendo 3.020 da etnia Guarani. - Hoje existem programas específicos para melhorar as condições de vida da população indígena, como é o caso onde o Governo do Estado que executa ações voltadas a construção de moradias, apoio a agricultura familiar, distribuição de sementes e calcário, repasse financeiro para municípios através do ICMS ecológico (único no país), ensino básico e fundamental nas escolas das aldeias indígenas com professores https://pt.wikipedia.org/wiki/Bilinguismo bilíngues], entre outros.


“E ... por quê? ” “O Governo do Paraná tem como uma de suas diretrizes básicas a inclusão social das populações que ao longo do tempo foram invisibilizadas e ficaram a margem das políticas públicas. Entre elas estão os indígenas, cuja usurpação e ocupação do território, resultou no quase extermínio da etnia no Paraná. Portanto a preservação do território, a manutenção da língua, o respeito as tradições culturais e o estimulo ao protagonismo indígena são questões que devem ser assumidas por toda a sociedade, que tem na herança genética indígena, um dos elementos fundamentais da rica diversidade cultural brasileira. Paraná, Iguaçu, Carioca, Ivay, Canoa, Ipiranga, Guaraná, Ipanema...Reconhecer e lutar pelos direitos indígenas é voltar os olhos para dentro de nós mesmos, é manter viva na nossa alma a nossa brasilidade”. Viviane Bergmann Bley é Assessora para Assuntos indígenas do Paraná.

Das fontes: http://www.vivafavela.com.br/materias/cultura-e-modernidade-de-m%C3%A3os-dadas-atrav%C3%A9s-dos-tempos

Educação

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No ano de 2001, foi estabelecida uma parceria entre a comunidade o Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias do Campus XVII da Universidade do Estado do Paraná, buscando a formação dos professores da comunidade para que estes assumissem a educação no Quilombo, tendo em vista a preocupação de que professores estranhos à comunidade contribuíssem para que ela perdesse seus marcos identitários de negros e quilombolas. Desde então, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) distribui mensalmente cestas básicas às famílias da comunidade. No mesmo ano, o Colégio Bom Jesus foi fundado, e atende, hoje, 18 famílias. A didática das aulas é diferenciada do Ensino Básico Comum (Ensino Fundamental e Médio, disponiblizado nas escolas públicas de todo a Nação)

Conhecimento Tradicional

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A agricultura de subsistência, com destaque para as culturas de feijão, mandioca e milho, é a principal atividade dos quilombolas de Araçá. Desenvolvida com maior intensidade nos meses de dezembro a março, a agricultura é realizada em grande parte na roça comunitária. Nesse espaço, com regras de uso definidas, os membros da comunidade têm o direito de plantar. Além da roça comunitária, alguns também plantam em pequenas porções de terra junto à própria residência.

A criação de animais, ainda que diminuta, também tem sua importância para as comunidades. Do rebanho caprino tira-se o leite e a força motriz. Já as galinhas e os porcos servem, muitas vezes, como alimento nas diversas festas organizadas pela comunidade.

Historicamente a pesca, realizada no rio e nas lagoas formadas na época de seca, sempre foi outra atividade relevante para a comunidade. A partir da década de 1970, com o agravamento das restrições impostas pelos fazendeiros, a pesca teve uma retração grande, mas ainda é praticada pelos comunitários.

A importância da pesca pode ser revelada pela variedade de métodos de pesca, alguns deles com nomes criados pela própria comunidade: anzol, tarrafa, "trio" (fios de arame farpado em que são colocadas iscas), "mergo" (arpão fincado na ponta de uma vara) e arco-e-flecha. De todos os métodos de pesca, somente o arco-e-flecha não é mais utilizado, sendo lembrado apenas como método dos antepassados.[2]

Situação Territorial

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Conflitos

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Desde 2002, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) decretou a área onde a comunidade está instalada como de preservação ambiental. Nada pode ser alterado ou retirado. Devido a tal decisão, embora tenha sido feita com o intuito de favorecer o interesse das próprias famílias que ali residem, em detrimento de interesses oligárquicos de ruralistas, houve discordância por parte dos indígenas, que reivindicam por autonomia frente ao governo. Alegam que, por atividade de subsistência que têm (o artesanato), é impossível garantir que árvores não sejam derrubadas ou que áreas não sejam desmatadas.

Referências

  1. http://quilombosnoparana.spaceblog.com.br/
  2. [1] Comissão Pró-Índio do Estado do Paraná


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