Wikinativa/Baixo Itacuruçá

Baixo Itacuruçá é uma comunidade quilombola localizada em Abaetetuba, Pará. Está dentro do território quilombola Ilhas de Abaetetuba, juntamente com mais sete comunidades: Alto Itacuruçá, Campopema, Jenipaúba, Acaraqui, Igarapé São João, Arapapu e Rio Tauaré-Açu. Segundo o ITERPA (Instituto de Terras do Pará), o território Ilhas de Abaetetuba tem população de 701 famílias e área de 11458.5300 ha (hectares).

Localização editar

Está localizada na cidade de Abaetetuba, Pará, próxima às cidades Moju e Igarapé Miri, no mesmo estado.

Coordenadas aproximadas: -1.7395,-48.9135

Localização aproximada

História editar

Não se tem informações sólidas sobre a origem de Baixo Itacuruçá (assim como todos os outros quilombos do território Ilhas de Abaetetuba). Porém em cada localidade desse território a população tem sua versão e interpretação sobre as origens do quilombo.

Até o final da década de 1990, os povos das Ilhas de Abaetetuba eram vistos apenas como povos ribeirinhos, quando um estudo feito pela Diocese de Abaetetuba constatou que esses ribeirinhos eram também remanescentes de quilombos.

Religiosidade editar

Não existe religião obrigatória, todos podem ter a sua. Entretanto, observa-se que para muitos da população, a religiosidade é importante e tem muita influência católica.

A região possui algumas ocasiões especiais de comemoração religiosa. Uma delas é a Novena de Santo, que consiste em nove noites de reza e no final uma festa, inclusive com dança. Outra é o Mês Mariano, ou seja, o mês de Maria, em maio, que consiste no mês inteiro de festas. Este é menos comum. Também há as equipes de foliões que passam de casa em casa cantando e com uma imagem de santo para as pessoas rezarem. É um rápido empréstimo e, na hora de devolver, eles tocam o tambor. A pessoa que pegou a imagem emprestada então a devolve e paga com o que pode: galinha, ovos, dinheiro, etc.

Aspectos Culturais editar

O quilombo de Baixo Itacuruçá está localizado na várzea do rio e é também uma comunidade ribeirinha. O rio e a navegação fazem parte da sua cultura e são muito importantes pois servem como meio de locomoção e de obtenção de alimentos (peixes, camarão).

Quanto à alimentação, eles possuem roça, criam animais em pequena quantidade, pescam camarões e peixes e extraem frutas como o açaí (que alguns também plantam) e a manga. Outras atividades incluem o cultivo de plantas medicinais e ornamentais, o artesanato e a construção de embarcações.

A principal fonte de renda da comunidade é a venda de açaí, manga, pescados, e plantas medicinais nas cidades mais próximas, geralmente Belém, PA.

O gênero e o trabalho editar

O gênero divide as funções de trabalho para o sexo feminino e masculino. Das plantações, geralmente é a mulher que cuida, enquanto que o extrativismo de açaí, manga, pesca, entre outros, é feito geralmente pelos homens. O homem também é o responsável por levar os produtos para vender nas cidades, mas quando não pode ir vai a sua esposa.

Conhecimento tradicional editar

A comunidade Baixo Itacuruçá possui muito conhecimento tradicional. Um dos mais evidentes é o conhecimento sobre construção de embarcações de madeira, aquelas típicas da região amazônica. As embarcações construídas são: as canoas e cascos a remo, as rabetas (sem cobertura e com motor), e os barcos e canoas a motor.

A comunidade também conhece plantas medicinais: as principais são a babosa, a arruda, a catinga, a pruma e a orelha de macaco.

Situação territorial editar

A comunidade de Baixo Itacuruçá está no território quilombola Ilhas de Abaetetuba, junta de mais sete comunidades. Este território foi titulado pelo ITERPA em 05/06/2002 através de lutas dos moradores.

Referências editar

Site do ITERPA com informações sobre área e população do território quilombola Ilhas de Abaetetuba
Fascículo sobre Ribeirinhos e Ribeirinhas de Abaetetuba e sua diversidade cultural - download em formato pdf
Trabalho sobre a Dinâmica ribeirinha da comunidade do território de Ilhas de Abaetetuba Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Trabalho sobre a Educação de jovens e adultos nas comunidades quilombolas da Amazônia, por meio da comunidade Itacuruçá