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s.

Caeté
População total

Atualmente assimilados ao contexto urbano

Regiões com população significativa
Da Zona da Mata Norte de Pernambuco ao litoral sul.
Línguas
Tupi Antigo
Religiões
Tupã, respeitavam com veneração a lua e o sol, acreditavam em seres sobrenaturais, como caipora, a coruja considerada por eles de mau agouro

HistóriaEditar

Os primeiros moradores do nosso município na época do descobrimento do rio são Miguel, eram os índios sanambis das nações dos caetés (mato bom),conhecido por sua valentia e que não aceitavam pacificamente a ocupação de suas terras. Eram pessoas diferentes: de altura mediana, cabelos pretos e lisos, olhos escuros e penetrantes, o pés achatados e finos na parte superior e inferior, motivados pelas grandes caminhadas.Os índios caetés entraram para história como sendo os comedores do bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.

Os índios caetés mantinham negócios com franceses no contrabando de pau-brasil escoados para Europa, através do rio São Miguel. O donatário da capitania de Pernambuco resolveu acabar com o contrabando do famoso pau-brasil, que servia de matéria prima para a produção de tinta e seus derivados, o solo miguelense era empestado dessa madeira, por essa razão os índios caetés passaram a odiar os portugueses.

Em 1554, Duarte Coelho julgando está tudo sobre controle viajou para Portugal deixando a capitania entregue a sua mulher Dona Brites de Albuquerque e seu irmão Jerônimo de Albuquerque, aonde anos depois Duarte Coelho veio a falecer.

Com a notícia da morte de Duarte Coelho, os índios começaram atacar os povoamentos existentes e matando muitos brancos. Jerônimo de Albuquerque lutou bravamente contra os índios que lutavam ferozmente, enfim Jerônimo o apaziguou.

Os índios que viviam em nossa terra, eram também antropófagos, comiam carne humana, até mesmo dos índios derrotados em combates entre si. Como confirmação de tal apetite, citamos a morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.

Na caravela “Nossa Senhora da Ajuda” viajavam da Bahia com destino a Olinda e depois Lisboa, Dom Pero Fernandes Sardinha, com mais 100 pessoas aproximadamente no dia 16 de junho de 1556, por infelicidade a caravela naufragou nas imediações da foz do rio Coruripe. Eles saíram da praia a fora em direção a parte leste do nosso município quando nas imediações da atual Barra de São Miguel e o porto do Francês, foram todos apreendidos e devorados pelos índios caetés, da horrível chacina só sobrou dois índios da Bahia e um português que falava a língua tupi-guarany.

Esse fato lamentável provocou tempo depois uma grande perseguição aos índios e sua quase total dizimação, determinada pela coroa portuguesa. No entanto, os caetés foram condenados por uma bula papal a extinção pelo sacrilégio de terem morto um bispo, e por um edito da Rainha de Portugal, Catarina da Áustria, em 1557, que tornava todos os índios e seus descendentes condenados, também, á escravidão.Esta sentença real desencadeou em 1560, a chamada guerra dos caetés, que culminou com a extinção da grande nação indígena. Em nossa terra os índios caetés desmandaram em busca de terras mais seguras e distantes do litoral.

Jerônimo de Albuquerque, certa vez, mandou colocar na boca de canhões, alguns índios prisioneiros e dispará-los á vista dos demais para que os mesmos voassem em pedaços. À bala e o fogo despovoou inteiramente as terras litorâneas e os que escaparam nunca mais tentaram enfrentar o colonizador, tendo que se adaptarem os novos rumos determinados pela ocupação branca.

Em nossa terra o civilizador plantou definitivamente suas raízes com a instalação do povoado de São Miguel.

LínguaEditar

Os Caetés tinham como base linguística o Tupi Antigo.

Cosmologia e ReligiosidadeEditar

Sua religião era baseada em principio, adoravam um deus que se chamava tupã, respeitavam com veneração a lua e o sol,também acreditavam em seres sobrenaturais, como caipora, a coruja considerada por eles de mau agouro, tinham no pajé o elemento de ligação entre eles e a divindade era também o médico e o curandeiro.

Aspectos CulturaisEditar

Na caça usavam o alçapão para pegar passarinhos, e a arapuca para pegar animais quadrúpedes e ainda o arco e a flecha.Na pesca usavam a rede de pesca, a linha de anzol feita de osso, o arpão e a própria flecha.Comiam também frutas e raízes (batata, inhame e macaxeira), peixes assados sobre brasa ou moqueados.

Dos utensílios domésticos, destacamos a rede de dormir, a gamela, a cabaça e a cuia que usavam como prato. O fabrico de cestas de palha de bananeira ou de palmeira e outros utensílios de barro.

Os índios que viviam em nossa terra, eram também antropófagos, comiam carne humana, até mesmo dos índios derrotados em combates entre si. Como confirmação podemos citar o episódio referente ao Bispo D. Pero Fernandes Sardinha cujo navio em que regressava a Portugal naufragou nas costas da foz do rio Coruripe, junto a outros cem náufragos e segundo acusações feitas posteriormente foi comido pela tribo Caeté a qual foi marcada como inimiga da civilização e a partir daí passou a ser perseguida.

LocalizaçãoEditar

Habitam o litoral brasileiro, entre a foz do rio São Francisco e a ilha de Itamaracá, na foz do rio Paraíba, numa área limitada ao norte pelas terras dos potiguaras e ao sul pelas dos tupinambás. Mesmo possuindo alguns descendentes dos Caetés na região Nordeste, atualmente o povo é considerado em processo de retomada ancestral, carecendo de maior mobilização de sua população.

Ligações externasEditar

Blog do Netuno

Escritores Alagoanos Enciclopédia Barsa Universal.

Referências