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Cafundó é uma comunidade quilombola localizada no município de Salto do Pirapora, no interior do Estado de São Paulo.

Em 2006, o quilombo possuia 80 indivíduos, segundo dados do Programa Raízes da Secretaria Executiva de Justiça de Belém.

Localização editar

Coordenadas -23.667795,-47.637234

Veja no mapa

História editar

Divisão Interna editar

Localizada no município de Salto do Pirapora, a cerca de 44 quilômetros da cidade de Sorocaba, a comunidade de quilombolas Cafundó é um registro vivo da história da escravidão em São Paulo. Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: A dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso.

Origem do Quilombo e Redução do Território editar

Cerca de cento e dez (110) pessoas vivem no bairro. Destas, apenas nove detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do Cafundó. São, conforme voz corrente na comunidade, terras doadas a dois ancestrais escravos de seus habitantes atuais pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, em 1888. A doação feita às duas irmãs - Ifigênia e Antônia, que estão na origem das duas parentelas - teria sido muito maior. A especulação imobiliária, a ambição dos fazendeiros circunvizinhos e a falta de documentação legal por parte de seus legítimos donos foram encolhendo a propriedade para as proporções que hoje tem.

Cultura editar

A aldeia conserva alguns costumes e características culturais, como moradias de taipa cobertas de sapé, fogões a lenha, cura por ervas, o candomblé como forma de se relacionar com Deus e principalmente a língua. Naturalmente hábitos um pouco descaracterizados pelas dificuldades de sobreviver sem recurso e apoio.

Religião editar

A religião praticada pela comunidade de Cafundó é o candomblé que é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das principais religiões afro-brasileiras.

Idioma editar

"Sua língua materna é o português, uma variação regional que sob muitos aspectos poderia ser identificada ao chamado dialeto caipira, tal como o apresenta, por exemplo, Amadeu Amaral (1976). Usam, além disso, um léxico de origem banto, quimbundo sobretudo, cujo papel social na comunidade será referido mais adiante. Cupopiá no Cafundó Língua de origem africana, a cupópia sobrevive no interior de São Paulo. "Anguta curimano ovariá." A frase dita pela negra Maria Aparecida Rosa de Aguiar, a Cida, significa literalmente "mulher fazendo comida", mas pode ser traduzida por "eu estou fazendo comida". Cida, 51 anos, é uma anguta jocoroto do injó do Cafundó. Ou simplesmente uma avó da comunidade do Cafundó, um dos últimos redutos negros de fala africana ainda existentes no Brasil. Ela é, talvez, a única de sua comunidade que faz questão absoluta de ensinar a seus sete netos, a seus três filhos e até mesmo a seu marido, o paraibano Edvaldo Ferreira de Aguiar, o idioma de seus avós. "As crianças têm vergonha de falar. Elas acham que não é importante. Não temos uma pessoa que leve para frente o nosso costume." Talvez por isso sua língua, a cupópia, esteja desaparecendo. Hoje seus 160 vocábulos somente são falados e entendidos por 12 das 80 pessoas que compõem a comunidade do Cafundó. Sintomaticamente todos são adultos ou velhos. Os jovens e as crianças não são instruídos pelos mais velhos para aprender o idioma, não há um interesse deles em ensinar." - Cláudio Zeiger, blogueiro responsável pelo blog Afro África

Agricultura e Pecuária editar

Os principais produtos agrícolas da comunidade são o feijão e a mandioca, já a criação de animais se resume a porcos e galinhas. Tudo em pequena escala, apenas para suprir suas necessidades de subsistência.

Contatos Externos editar

Seus moradores normalmente arranjam empregos fora da comunidade como diaristas, boias-frias e, às vezes, no caso das mulheres, como empregadas domésticas. Assim, participam de uma economia de mercado.

Conhecimentos editar

Os habitantes de Cafundó utilizam a técnica milenar de construir suas moradias de taipa (Consiste numa estrutura de ripas de madeira ou bambu, formando um gradeamento, cujos vazios são preenchidos com barro amassado) cobertas de sapé (Um tipo de capim impermeável colocado sobre as casas em formato cônico com o auxílio de armações de madeira ou bambu).

Possuem também um antigo conhecimento sobre cura por ervas, passado de geração em geração (como por exemplo, a folha de abacateiro para tratar de problemas cálculo renal ou dificuldades urinárias).

Para preparar seus alimentos, os quilombolas de Cafundó utilizam tradicionalmente fogões a lenha.

Ligações externas editar

wikipedia.org/wiki/Cafundó

racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/103/artigo30444-1.asp

viajeaqui.abril.com.br/materias/fotos-quilombo-cafundo-sao-paulo?foto=1#1

claudio-zeiger.blogspot.com.br/2012/02/quilombo-do-cafundo.html

www.dicionarioinformal.com.br/sapé/

www.csaarquitetura.com.br/index3.htm