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Krikati
População total

1.027 pessoas(Funasa, 2010)

Regiões com população significativa
Brasil
Línguas
Timbira
Religiões
xamanismo e cristianismo
Estados ou regiões do Brasil
Brasil - Estado do Maranhão
situação do território
Homologada

Os Krikatis (chamados também de Põcatêgê, Timbira, Krinkati) nomeiam-se Krĩcatijê que significa “aqueles da aldeia grande”. O estado brasileiro do Maranhão abriga um total de 20 terras indígenas. Entre elas, está a Krikati que localiza-se no sudoeste do estado, nos municípios de Montes Altos, Sítio Novo, Amarante e Lajeado Novo.

A área oficial desta tribo indígena corresponde a quase 145.000 hectares, sendo que 8.3% é ocupado por vegetação savana e 91.7%, por floresta estacional decidual, caracterizando o bioma como cerrado (IBGE,2010). As bacias hidrográficas de Mearim e Tocantins ocupam, respectivamente, 32.03% e 67.97% do território (ANA,2010). Governador, Araribóia, Morro Branco, Apinayé são algumas das terras vizinhas.

Língua

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Jê é a língua falada pelos povos Timbira, dentre eles está a tribo Krikatis que apresenta algumas variações linguísticas. Apinayé é a única tribo Timbira que apresenta grandes diferenças linguísticas dos demais povos. Entretanto, todos conseguem se comunicar sem apresentar dificuldades de compreensão.

Aspectos Culturais

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Os Krikatis apresentam diversos elementos em comum ao outros povos Timbira já que pertencem a mesma cultura. Essa tribo esteve próxima à cidades por motivos de negócios ou estudos o que interferiu de certa forma na sociedade indígena, modificando algumas das suas manifestações culturais. Entretanto, isso não significa que a tribo distanciou-se de seus padrões, mas sim que esta é uma sociedade dinâmica que incorpora novos comportamentos.

Existem duas aldeias Krikati atualmente. Nelas, há um grande pátio no centro de uma roda formada por casas. Neste pátio realizam-se reuniões entre homens que acontecem ao amanhecer ou ao anoitecer. Não há mais nenhuma construção na aldeia e este é um fato que torna o povo Jê relatado diferente dos outros.

O casamento é monogâmico e se torna estável quando nasce o primeiro filho. Porém há liberdade sexual para casados e solteiros nessa tribo. Quando pessoas nascem no mesmo segmento de casa e não casam entre si são chamados de exogâmicos. O marido transfere-se para a cada da mulher por consequência do casamento.

Possuem diversos rituais e o mais conhecido é a corrida de revezamento. Neste, as equipes carregam pedaços de tronco cujo formato, tamanho e ornamentos são selecionados de acordo com o rito que está sendo realizado. As equipes correspondem às metades do povo em que o critério de escolha pode ser pelo nome pessoal, faixa de idade, livre escolha, entre outros.

Uma aldeia, que pode ser de outra etnia, aclama um chefe honorário para uma outra com o intuito de estabelecer uma união de paz e amizade, e proporcionar a hospedagem entre as aldeias. Os Krikatis também possuem muitos mitos compartilhados com os Timbira. O Sol e a Lua e a criação dos seres humanos, do trabalho, da morte, da menstruação, dos animais incovenientes; a Mulher-Estrela; a luta entre o grande gavião e a grande coruja e a origem do rito de inciação Pembyê; a assunção de um homem aos céus por urubus que trouxe conhecimento de xamanismo e do rito de inciação Pembkahëk; conhecimento do fogo tomado das onças; transformação de seres humanos em monstros como o Perna-de-Lança; e o surgimento do homem branco proveniente da exclusão de um membro irregular da sociedade indígena são alguns dos mitos que podem ser citados.

Primeiro Contato

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Em 1814, os Krikatis foram atacados pela Bandeira de São Pedro de Alcântara. No mesmo momento, as terras dos povos Timbira estavam sendo ocupadas pelos homens brancos. Consequentemente, houve uma grande dispersão indígena e um grande número de mortes. Além disso, a população indígena ainda sofria com uma epidemia.

Dessa forma, os índios restantes tentaram se ajudar e enfrentar esses problemas. Com isso, os Krikatis entraram em contato com fazendas de criação extensiva de gato e, durante alguns anos, não tiveram aldeias. Em 1929, os fazendeiros exerciciam uma pressão muito grande e planejavam um massacre contra os indígenas. Logo, a tribo incendiou a fazenda e fugiu. Existem diversos relatos da violência, do drama e das mortes deste episódio. Por causa disso, os Krikatis são, possivelmente, aqueles que mais mantiveram seu modo de viver.

Ocupação Territorial

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Apesar da dispersão que ocorreu, os Krikatis sempre ocuparam o mesmo território. Em 1991, a terra foi reconhecida como pertencente aos Krikatis, em que Cândido Artur Medeiros, juiz federal, anulou os títulos apresentados por outros ocupantes. No início, existiam 600 posses de área, 1200 famílias e 7000 pessoas.

Conquistado o reconhecimento territorial, era necessário realizar uma demarcação física do território. A primeira tentativa, em 1993, do exército foi em 1993 que foi impedida devido à reação dos outros ocupantes. No ano seguinte, tentaram mais uma vez e fracassaram pela mesma reação violenta de ocupantes que queimaram pontes, sequestraram funcionários e policials, ocuparam bancos, interditaram estradas.

Em 1997, os Krikatis protestaram contra a falta da demarcação territorial, incendiando e derrubando torres de alta tensão. A própria tribo resolveu iniciar seu processo de demarcação física, passando por diversas repressões. Ainda hoje a terra indígena não foi homologada. Muitas famílias saíram do território, mas discute-se uma indenização às famílias que ainda situam-se nessas terras, apesar da falta de recursos para o mesmo.

Atualidades

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Os diversos conflitos que ocorreram na região originaram duas aldeias: a João Piauí que é a aldeia Raiz e a São José. Nesta última há uma escola com 22 profesores (em sua maioria Krikati) que ensinam mais de 200 alunos da 1ª a 8ª série. Em 2003, Noñoi Krikati foi o primeiro indígena a se formar em direito, fato que foi festejado pelos outros.

O posto da Funai existente na região é chefiado por um índio. Por ele ser responsável da administração federal, houve uma maior contribuição na mobilização, organização e conscientização do povo. Eles firmaram um convênio com a FUNASA para que pudessem cuidar dos serviços sanitários da aldeia. Dessa forma, houve uma melhora no antendimento à saúde dos índios. Os indígenas investiram na educação e formação dos jovens sem alterar sua cultura.

As atividades das aldeias sofreram algumas mudaram e se diversificaram. Predominam as atividades agrícolas, mas há também a produção de artesanato e a criação de gado. Com isso, eles podem conseguir autonomia da tribo. Além disso, há também indígenas que são profissionais assalariados, como professores, funcionários e agentes da saúde.

Curiosidades

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Antônio Gonçalves Dias, um famoso poeta do Romantismo, escreveu "Os Timbiras". Ele nasceu ao norte das terras desses povos no Maranhão, porém deixou a região enquanto moço e, portanto, não teve experiências com a tribo. Dessa forma, o poeta baseou-se nos costumes Tupi do litoral para escrever e por isso a obra não remete à cultura dos Timbiras.

Bibliografia

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  1. http://pib.socioambiental.org/pt/povo/krikati
  2. http://asscarloubbiali.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=59:krikati&catid=37:povos-maranhao&Itemid=63
  3. http://ti.socioambiental.org/pt-br/#!/pt-br/terras-indigenas
  4. http://pib.socioambiental.org/pt/povo/timbira

Ver Também

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