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Os Javaé, assim como os Karajá e os Xambioá, são um dos poucos povos indígenas da antiga Capitania de Goiás que sobreviveram às capturas e grandes mortandades promovidas pelos bandeirantes, à política repressora dos aldeamentos, às epidemias trazidas pelos colonizadores em épocas diferentes e à invasão crescente do seu território. Segundo dados da Funasa 2010 o números de índios da etnia Javaé é de 1458.

Localização editar

Desde tempos imemoriais, os Javaé, Karajá e Xambioá habitam o vale do rio Araguaia, em cujo médio curso está localizada a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O rio Araguaia nasce na Serra dos Kayapó, ao sul de Goiás, alcança 2.627 km de extensão e desemboca no baixo Tocantins, no ponto setentrional extremo do Estado de Tocantins, fazendo parte da bacia amazônica. Em grande parte de seu curso, o rio corre por uma imensa planície, inundável durante a estação das chuvas, situada entre o rio Xingu, a oeste, e o rio Tocantins, a leste.

Veja no mapa


Mapa Interativo editar

11.243062° ' S 50.323792º ' W

História editar

Expedições de bandeirantes paulistas, vindos do sul, e de missionários jesuítas, vindos do norte, mapearam o território goiano no século 17. Após um maior conhecimento do território, os bandeirantes já sabiam, no começo desse século, que a imensa Lagoa de Paraupava nada mais era que uma imensa ilha fluvial do rio Paraupava (que viria a se chamar rio Araguaia). A lagoa era a atual Ilha do Bananal. Nos anos que se seguiram, novos aldeamentos foram fundados: Nova Beira, na Ilha do Bananal, D. Maria I, Pedro III ou Carretão e Salinas. Em 1775, o governo local enviou outra bandeira com vários objetivos, entre eles, contatar os nativos da Ilha do Bananal. Na véspera do dia de Santa Ana, o alferes José Pinto da Fonseca foi levado a uma aldeia karajá, batizando a grande ilha como Ilha de Sant’Ana. O alferes foi a primeira pessoa a produzir um relato escrito sobre os Karajá e Javaé depois de visitar suas aldeias. Seu relato oficial (Fonseca, 1867) contém a primeira referência escrita à palavra Javaé e conclui que na ilha existiam seis aldeias karajá e três javaé, somando um total de 9.000 pessoas. O relato informa também que os índios estavam traumatizados e assustados em razão das experiências com a bandeira de Antônio Pires de Campos há mais de 20 anos antes. Os Javaé ainda lembram com precisão dos ataques dos bandeirantes contra as aldeias Marani Hãwa, Wariwari, Imotxi e Manatèrè, quando muitas pessoas foram mortas e aprisionadas.

língua editar

Nos anos 60, depois de um longo período de dúvidas, a lingüística reconheceu o pertencimento da língua Karajá ao tronco lingüístico Macro-Jê, embora ainda não tenha sido classificada em família. Divide-se em três dialetos, pertencentes a três etnias distintas: os Karajá, propriamente ditos, os Javaé e os Xambioá, os quais têm uma certa dificuldade de se compreender mutuamente.

Cosmologia e Religiosidade editar

Os Javaé autodenominam-se “O Povo do Meio” (Itya Mahãdu), pois acreditam que vivem em um plano intermediário do cosmos, situado entre o nível inferior ou subaquático (Berahatxi) - a origem da humanidade - e o nível superior ou celeste (Biu) - o destino ideal após a morte. A Ilha do Bananal também estaria situada na porção intermediária do rio Araguaia, o principal referencial espacial, entre os extremos do rio acima (ibòkò) e do rio abaixo (iraru).

Nessa concepção espacial que divide o cosmos em três partes, não se tem, contudo, um eixo vertical oposto a um eixo horizontal, mas um único “eixo corporal”, uma vez que o mundo é visto como um grande corpo, também pensado em termos de uma divisão ternária: cabeça, barriga e pés. A cabeça é associada simbolicamente ao nível superior, ao rio acima, ao leste, à primogenitura, à identidade, à continuidade, à masculinidade e à imortalidade, de um lado, enquanto os pés são associados ao nível inferior, ao rio abaixo, ao oeste, à reciprocidade, à alteridade, à transformação, à feminilidade e à mortalidade, no extremo oposto. O nível intermediário do cosmos, onde vivem os humanos sociais, compostos ao mesmo tempo de um “corpo de verdade” (tykytyhy) perecível e de um “corpo velho” (tykytyby) imortal, é associado à barriga (wè) do corpo humano, o ponto sensível de mediação entre os extremos.

Aspectos Culturais editar

Quando um homem da tribo javaé casa, ele terá que morar na casa do sogro quase na condição de estranho. E terá que retribuir o casamento com caça, pesca, plantação, etc. Esse pagamento é tanto para o sogro como para os cunhados, este pagamento é realizado por um longo período. Os Javaé dizem que toda atividade econômica existente na aldeia é relacionado ao “pagamento pela esposa”

Medicina tradicional editar

Bixo Piruleta

Situação territorial editar

Desconhecido

Fontes editar

Fonte: Instituto Socioambiental | Povos Indígenas no Brasil , <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/javae>, Acessado em: 03/06/2013.

Referências externas editar