Wikinativa/Lucas Brasileiro (vivencia Guarani 2022 - SMD - relato de experiência)
Ir para a Vivência na aldeia Guarani Rio Silveiras é sempre uma experiência única e marcante. Essa foi a minha segunda visita a aldeia e posso afirmar sem sombra de dúvida que foi a melhor experiencia que tive em toda a graduação. Acredito que a ideia geral da disciplina de nos imergir em uma cultura diferente da que estamos acostumados no nosso dia a dia foi concluída com sucesso. Acredito que essa segunda visita foi ainda mais marcante e intensa que a primeira.
A ida foi super tranquila. Acho que a escolha de sair na parte da tarde da EACH foi fundamental, pois pegamos pouquíssimo trânsito e a viagem não foi tão desgastante, dado que pegamos um caminho mais longo devido a interdição da Mogi-Bertioga. Eu não gosto muito de fazer viagens longas de ônibus, por isso levo esse ponto em consideração. Outro ponto bacana da ida foram as paisagens de descer a serra que são um show a parte e deixam qualquer um que não está acostumado com essas vistas de queixo caído, eu sou um deles.
Chegamos no final da tarde e com pouquíssima luz do dia o que dificultou um pouco para montar as barracas, dado que não tenho muitas experiencia com isso. Tive um pouco de dificuldade em montar a minha barraca e a minha vizinha também. Com isso, decidi fazer um acordo: - Eu te ajudo a montar a sua e você me ajuda a montar a minha, disse para ela. No fim, deu certo!
Após a montagem das barracas fui direto para a cozinha para ajudar os colegas no preparo do jantar. Apesar de não estar escalado para aquele dia, me senti no dever de ajudar. Fiz bem. Foi extremamente descontraído e divertido aquele preparo. Foi tão divertido que nem tive tempo de perceber que cortar aquele tanto de abóbora estava me fazendo ficar com calos nas mãos. Outro ponto relevante foi que ali tive meu primeiro contato com as pessoas que moram ali e que estavam nos auxiliando no preparo das refeições. Pude conversar um pouco com elas e notar que parte das refeições foram preparadas na fogueira que tinha fora da cozinha. Acredito que seja para economizar gás e pela quantidade de bocas disponíveis no fogão.
Ao fim do jantar, organizamos um pouco a cozinha, guardamos o que sobrou da janta para o outro dia e empacotamos o nuts de castanhas que seria distribuído no dia seguinte na ida para a cachoeira. Após isso, me recolhi para a barraca. Estava uma noite super fria e parecia que iria chover, minha sorte que tinha levado uma lona e estava protegido caso isso acontecesse. O deslocamento de São Paulo até Bertioga e o preparo do jantar me deixou super cansado o que me permitiu dormir super rápido e muito bem.
No dia seguinte, acordei com o calor infernal que fazia dentro da barraca, tornando praticamente impossível continuar ali dentro. Bom que consegui acordar cedo e ajudar os companheiros no preparo do café. Foi uma das melhores refeição que fizemos, tinha uma variedade de opção muito grande e estava super gostoso. Em especial a pasta de amendoim com cacau, 10/10. Os primeiros a chegarem foram as crianças, no dia anterior não tínhamos noção da quantidade, talvez por já estar escuro. As crianças são extremamente educadas, carinhosas e com muita energia. Deu pra notar na recreação. Essa, por sua vez, foi muito legal. Me senti uma criança novamente. Joguei bola, apostei corrida, me machuquei, dancei bambolê, fiz cavalinho, etc. Tudo foi muito divertido e fez o grupo se entrosar cada vez mais com a comunidade local, principalmente com as crianças, mas também uns com os outros.
Após isso, fomos para cachoeira. A princípio eu não queria ir, pois já tinha ido uma vez e tinha me comprometido em ajudar na cozinha, mas tinha feito tantos amigos ali que decidi ir. E foi uma decisão super acertada. Pude me conectar mais com aquele lugar e ver as paisagens maravilhosas que estão preservados na reserva. Além de, me enturmar mais com os amigos que fiz. O banho de cachoeira lavou a alma. Que bom que mudei de ideia. A volta foi mais difícil, vi até uma cobra no meio do caminho. Estávamos cansados, mas deu tudo certo!
Na volta a fila do banheiro estava grande e enquanto esperava conversei por alguns minutos com as pessoas que moravam ali vizinho ao banheiro comunitário. Ela até me ensinou algumas palavras, mas eu confesso que já não me lembro mais a pronuncia correta e nem me arriscaria a tentar escrever…
No dia seguinte, tomamos um café da manhã reforçado e fomos para a praia. Foi uma experiencia muito legal. Pude conversar muito e me aproximar muito do grupo, me senti super acolhido e isso me fez muito bem. Algumas crianças da aldeia nos acompanharam e passamos a manha toda jogando bola na praia. Jogamos tanta bola que ela até furou.
A volta da praia já estava em clima de despedida. E se concretizou quando chegamos na aldeia. Todos já estavam com carinha de tristeza, desmontando as barracas e arrumando seus pertences no ônibus. Mas antes ainda deu tempo de ver a imponência daquele mega ônibus tecnológico da USP e assistir a peppa pig indo ao dentista. Não era muito a minha praia, mas as crianças amaram. Algumas até perderam o medo e foram ao dentista.
Foi um final de semana mágico e eu queria muito poder repetir novamente. Acredito que foi marcante para todos e que bom que tiramos muitas fotos e teremos muitas lembranças desses dias magníficos.