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Pancararés
População total

2000(Funai, 2010)[1].

Regiões com população significativa
Bahia
Línguas
Português
Religiões
Predominantemente cristã
Estados ou regiões do Brasil
Bahia
situação do território
Homologada [2].
Grupos étnicos relacionados
Pankararu

Os Pancararés (ou Pankararés), são um grupo indígena que habita o Norte da Estação Ecológica do Raso da Catarina, nos limites dos municípios brasileiros de Nova Glória e Glória, ambos no estado da Bahia, mais precisamente nas Áreas Indígenas Brejo do Burgo e Pankararé.

Localização editar

A comunidade Pancararé tem como origem a região de Curral dos Bois, no municipio de Glória, a chamada Glória Velha. Atualmente, se localizam no município de Glória/BA, fazendo limite com a cidade de Paulo Afonso/BA. O território Indígena tem aproximadamente 49 mil hectares de área, sendo dividido na parte do Brejo e a Reserva. Toda a área indígena já está homologada pela União. A comunidade Pankararé é composta pelas aldeias de Brejo, Chico, Serrota, Ponta d'Água, Poço, Caraíba e Cerquinha. Esta última aldeia é uma comunidade indígena, mas não está dentro da demarcação, devido a acordos governamentais. [1].

Área atual demarcada

História editar

Há poucos relatos e documentos sobre a origem ou histórias de períodos muito antigos dos índios Pancararé (Pankararé). Isso é uma consequência da escassez de registros sobre índios na região do São Francisco do século XVI ao XIX. Os registros falam que quase toda a região do Vale do São Francisco era ocupada por índios Cariri, mas esta denominação é aplicada a tantas tribos que quase nada significa.[3].
Os primeiros registros sobre a origem dos Pancararés datam de 1705, quando portugueses chefiados pela família D'Ávila criam um ponto de apoio para a expansão agro-pastoril, após o estabelecimento de uma missão religiosa. Muitos dos índios foram reduzidos pelas juntas e vieram a se estabelecer no aldeamento chamado Curral dos Bois, até então nas listagens de grupos indígenas do São Francisco, nunca foram mencionadas Magu a denominação Pankararé, apenas “índios de curral dos bois”. [3].
No século XIX, mediante a decisão Imperial de incorporar terras indígenas de grupos que já não viviam aldeados, mas ligeiramente misturados a civilização, muitas das tribos indígenas foram consideradas extintas sob vergonhosa exploração e tomada de suas terras. Nessa época, já com os aldeamentos em decadência, os índios do Curral dos Bois se espalharam pelos seus arredores, buscando áreas de refugio como brejos ou altos de serra próximas, como os Pankararé do Brejo do Burgo. Outros, seguiram em direção a Tacaratu, onde foram aldeados por padres oratorianos, este povoado, posteriormente chamado de Brejo dos Padres, concentrou uma população indígena denominada Pankararu. A frequente referencia aos Pankararus reforça o parentesco apontado pela história oral dos Pankararé.[3].
Em 1910, é criado o Serviço de Proteção aos Índios. Em 1952, os Pankararé são referidos como “um grupozinho de sobreviventes índios que não estão sob jurisdição do S.P.I.”, com população estimada de 225 indivíduos. Superficialmente seriam indistintos das povoações brasileiras presentes no local, a não ser por praticas culturais como o Toré eu Praiá.[3].
Durante todo esse tempo, esquecidos e renegados pela sociedade nacional, os Pankararé tiveram suas terras tomadas pelos posseiros da região, gerando grandes conflitos. Nessa época, muitos Pankararé tornaram-se vaqueiros, meeiros e trabalhos, como alternativa para a complementação de sua renda familiar.
Na década de 50, toda região foi abalada pela implantação do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Paulo Afonso. A presença de uma grande empresa estatal, como a CHESF, em Paulo Afonso, provocou o surgimento de um centro urbano de grandes proporções, produzindo boas alterações no quadro socioeconômico e demográfico da região. A partir da grande seca de 1955, iniciam-se as migrações para São Paulo, onde muitos Pankararé, geralmente do sexo masculino empregam-se na construção civil. Ainda nessa época, os posseiros avançam suas perseguições, ao sentirem-se ameaçados pela noticia da expulsão de posseiros da área indígena Pankararu (em Brejo dos Padres), os não-índios sentem-se ameaçados pelo poder potencial que representariam os Pankararé.
O contato com os Pankararu, que ocorria apenas de modo esporádico, intensifica-se com os conflitos por posse de terra. Através da influência do contato com os Pankararu, são remotadas as práticas rituais tradicionais, ao mesmo tempo que se retoma uma nova organização politica: a figura do cacique. Após décadas de conflitos e reivindicação pelo reconhecimento oficial da FUNAI e a demarcação de terras indígenas, os Pankararé recebem o reconhecimento apenas em 1982 e a reserva indígena é criada bem mais tarde em 1992, passando por processos de homologação até hoje. [3].

Língua editar

O idioma predominante na tribo dos Pancararé é o Português, em função da imposição da língua no período colonial. Apenas alguns antigos conservam pequenos resquícios do idioma materno. [4].

Aspectos Culturais editar

Poucos costumes originais da tribo Pancararé se mantiveram com o decorrer do tempo, os poucos costumes presentes são decorrentes do contato recente com os Pankararus, que permitiu resgatar costumes tradicionais como o Toré, um ritual em que há uma comunicação espiritual dos indígenas com seus ancestrais e o Praiá, outro ritual muito predominante entre tribos da região Nordeste.

Medicina tradicional editar

Em 2006, Miguel Colaço realizou um estudo sobre o a importância cultural de plantas para os índios Pankararé do Brejo do Burgo. Nesse estudo os indígenas destacaram o uso medicinal de algumas espéces de plantas: mastruz(Chenopodium ambrosioides L.), pau-de-teiú(Não identificado), quixabeira(Bumelia sartorum Mart.), ameixa (Ximenia americana L.), aroeira(Myracroduon urundeuva), maria-mole (Guapira sp.) e pau-chumbo (Balfourodendron molle). [3].

Situação territorial editar

O território do Brejo do Burgo encontra-se atualmente em fase de homologação, mas foi oficialmente declarada em 1992. Possui uma área de 17.924 ha localizada nos limites da reserva ambiental do Raso da Catarina entre os municípios de Paulo Afonso e Nova Glória na Bahia.[2]

Ligações Externas editar

Referências



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