Wikinativa/Panpelônia

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Panpelônia é uma das 12 comunidades situadas no território quilombola de Igarapé Preto, também conhecido como Igarapé Preto e Baixinha, no município de Baião. Ela foi titulada em 2002 pelo Governo do Estado do Pará e pelo ITERPA (Instituto de Terras do Pará). Está, na classificação do IBGE, na mesorregião Nordeste do Pará.

As comunidades quilombolas vizinhas à Panpelônia e que também fazem parte do território de Igarapé Preto são: Araquenbaua, Baixinha, Campelo, Carará, Costeiro, Cupu, França, Igarapé Preto, Igarapezinho, Teófilo e Varzinha.

Localização editar

Coordenadas: -2.840175,-49.581299.
Veja no mapa
Estado: PA (Pará)
Município: Baião
Área (território de Igarapé Preto): 173,6 km²

População editar

Não há muitas informações sobre a população de Panpelônia. Sabe-se apenas que as 12 comunidades do território de Igarapé Preto possuem aproximadamente 565 famílias e 2825 pessoas.

História editar

Panpelônia e suas comunidades vizinhas começaram a se formar no início do século XIX. Os primeiros a chegar foram os negros que fugiram dos senhores e do alistamento militar obrigatório para a Guerra do Paraguai, depois vieram os negros da cidade de Caiena, Guiana Francesa.[1]

Aspectos Culturais editar

Atividades e Alimentação editar

A comunidade Panpelônia, assim como suas vizinhas, possui como principal atividade a agricultura de subsistência. São plantados arroz, milho, mandioca, feijão, pimenta-do-reino e frutas.[2] O excedente é vendido nas cidades de Baião, Cametá e Tucuruí. Eles também criam gado e animais pequenos como galinhas e porcos. O principal alimento da comunidade é a farinha de mandioca.

Estilo de vida editar

A comunidade vizinha Igarapé Preto possui energia elétrica e telefone, o que leva a crer que Panpelônia, que está próxima, também os possui. Uma visita feita pela Revista de Antropologia da Universidade Federal do Pará[3] constatou que, na comunidade vizinha Igarapé Preto (supõe-se, que Panpelônia também), a eletricidade e o telefone mudaram alguns hábitos da comunidade, porém as brincadeiras das crianças na natureza e o ritmo calmo do interior ainda se mantêm.

Música e Dança editar

Panpelônia e as outras 11 comunidades vizinhas têm a tradição do Samba do Cacete, que é uma manifestação em forma de música e dança. O ritmo são os batuques feitos por 4 homens através dos "cacetinhos" de madeira e dos dois tambores de tronco de árvore e pele de veado. As cantigas são curtas e repetidas várias vezes, sendo um verso uma pergunta (ou provocação) feita pelos homens e o outro a resposta dada pelas mulheres. As cantigas podem ser melancólicas ou alegres e retratam o cotidiano da comunidade. É dançado em roda por crianças, adultos e idosos de ambos os sexos, todos são convidados a dançar. Atualmente não há data específica para o Samba do Cacete acontecer, geralmente é tocado em ocasiões festivas.

Situação Territorial editar

No final dos anos 90, Panpelônia e as comunidades vizinhas se juntaram para conseguir a regularização de suas terras e impedir a ação das madeireiras. Por conta dessa luta, em 2002 o ITERPA titulou o território de Igarapé Preto e Baixinha, com uma área de 17.357 hectares (173,6 km²). Apesar disso Panpelônia e seus vizinhos ainda sofrem com conflitos e pressões de madeireiras, pequenas e grandes.[4] Uma das madeireiras mais lembradas é uma conhecida como INCOBAL, que atualmente possui outro nome. Um quilombola disse que as madeireiras não deixam os moradores deixam passar por uma estrada dentro dela e nem pescar em certas áreas.
Em 2003, para terminar com os conflitos, a Associação dos Remanescentes de Quilombos Igarapé Preto e Baixinha solicitou ao ITERPA a demarcação física da área e medidas para terminar as disputas. O governo ainda não apresentou solução.[5]

Referências

Referências Externas editar

http://www.alexandrebrito.com/novosistema/comunidade.php?idQuilombo=1385
http://acaivip.blogspot.com.br/2013/01/comunidades-quilombolas-do-estado-do.html
http://www.iterpa.pa.gov.br/SiteIterpa/
http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/pa/pa_comunidades_nordeste_igarape.html
http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica/article/viewArticle/948/1402
http://blogmanamani.wordpress.com/2013/01/28/o-samba-de-igarape-preto-interacoes-jamberesu/
http://cametaoara.blogspot.com.br/2009/10/samba-de-cacete.html