Wikinativa/Porto Velho
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Porto Velho | |||
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População total | |||
80 pessoas | |||
Regiões com população significativa | |||
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Português | |||
Religiões | |||
Catolicismo |
Porto Velho é uma comunidade quilombola localizada no Vale do Ribeira, no estado de São Paulo. É situada na cidade de Iporanga, com acesso realizado pelo município de Itaocá utilizando-se uma estrada de terra. O quilombo se situa na margem esquerda do rio Ribeira, na fronteira de São Paulo e Paraná, a uma distância de 8 km da região central de Itaocá. [1]
Lá vivem 21 famílias, com cerca de 80 indivíduos, sendo por volta de 25% de crianças de até 12 anos e um décimo de idosos. Há casos de analfabetismo em indivíduos com idade superior a 50 anos. O restante possui escolaridade apropriada à idade, com ensino médio completo. Há, na comunidade quilombola, pré-escola até a 4ª série do ensino fundamental. Os alunos de séries superiores precisam se locomover até o bairro Pavão, com fornecimento de transporte pela prefeitura. [2]
Segundo [1] :
"Em 2001, o Itesp iniciou os trabalhos de identificação da comunidade e, no final de 2002, com a conclusão do RTC, foi concedido o reconhecimento como comunidade de remanescente de quilombo, sendo publicado em 2003, no Diário Oficial do Estado de São Paulo."
Localização
editarPorto Velho é uma comunidade quilombola localizada no Vale do Ribeira, no estado de São Paulo. Fica situada na cidade de Iporanga, com acesso através do município de Itaocá utilizando-se uma estrada de terra. O quilombo fica na margem esquerda do rio Ribeira, na fronteira de São Paulo e Paraná, a uma distância de 8 km da região central de Itaocá. [1]
Coordenadas -24.588333,-48.593889 (Essas coordenadas são aproximadas, baseadas em informações adquiridas em: [1]) .
História
editarEntre 1801 e 1900, a área de Porto Velho era ocupada por uma fazenda que utilizava mão-de-obra escrava. O fazendeiro, posteriormente, deixou o estabelecimentos aos escravos. Quem originou o povoamento foi um escravo chamado Basílio da Rosa, junto com a família dele. Mas um paranaense apareceu no local afirmando ser overdadeiro dono da fazenda. Assim, os negros voltaram a trabalhar em regime de escravidão se quisessem permanecer na região deixada pelo fazendeiro anterior. [1]
Houve muitos confiltos quanto ao uso da terra. Muitos indivíduos procuraram regiões ou comunidades vizinhas, inclusive para outras cidades. As pessoas que ficaram sujeitavam-se a ameaças e confiltos até a década de 1980. [1]
Cosmologia e Religiosidade
editarA comunidade quilombola de Porto Velho é católica, com devoção a alguns santos, como, por exemplo, São Sebastião e a São Gonçalo. [3]
Um exemplo de ritual religioso é a dança de São Gonçalo.
- Dança de São Gonçalo
De acordo com [4] :
"É uma crença que vem dos antepassados, que é cultivada até hoje. Essa dança acontece quando uma pessoa faz o pedido para o santo e então marca um dia e convida os mestres, que são quem conduz a dança com toques de violas. A pessoa que faz a promessa, define uma certa quantidade de voltas da dança no salão e, após terminar, costuma-se rezar um terço para oferecer todas essas voltas ao santo.
- Recomendação das almas
Esse ritual é realizado em uma noite do período da quaresma. Os integrantes, conduzidos por um "mestre", vão a todas as casas de famílias católicas, e então eles cantam e tocam matraca para as almas. Isso só acontece quando todos da casa estão dormindo. [4]
Aspectos Culturais
editarOs indivíduos do quilombo Porto Velho também possuem algumas atividades culturais, entre elas as artesanais. [5] Segundo [5] :
"O artesanato de palha de bananeira está sendo apoiado pelo Instituto Socioambiental – ISA, que forneceu os equipamentos e assistência técnica. A associação divulgou a proposta e organizou um grupo de 14 pessoas interessadas. Iniciado em 2006, irá beneficiar aproximadamente 20 pessoas. Foi feita uma oficina sobre a extração da palha e a elaboração de tapetes e bolsas com uso de tear. O grupo está praticando essa técnica. Alguns participantes já estão começando a vender."
Conhecimento tradicional
editarAs sementes utilizadas pelos quilombolas são provenientes das roças do próprio quilombo. Eles utilizam calcário e venenos nas plantações, como nas de maracujá. Eles cultivam feijão, batata-doce, arroz, cará, cana, milho, banana, entre outros produtos. Os quilombolas deixam as áreas de roça em pouso por alguns anos e depois as reutilizam para um novo plantio. A população vende produtos para outras regiões, como Iporanga, Apiaí, Itaocá. Exemplos de produtos são a farinha de mandioca e o feijão. A mandioca, o milho e o arroz também são vendidos para determinados lugares. [1]
Situação territorial
editarConforme [6] :
"A comunidade ocupa uma área de 941 hectares. Há alguns anos, vivencia situações de conflitos com um posseiro que ocupa parte do território quilombola. Em 2003, após receber ameaças de expulsão da terra e ter parte de plantação cercada, os quilombolas entraram na justiça com uma ação de reintegração de posse, obtendo liminar favorável em janeiro de 2004. Até junho de 2008, a ação ainda não havia sido julgada."
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 Agenda Socioambiental de Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira
- ↑ Quilombos do ribeira - Porto Velho
- ↑ Relatório técnico-científico sobre os remanescentes da comunidade de quilombo de Porto Velho/Iporanga-SP
- ↑ 4,0 4,1 Quilombos do Ribeira - Cultura tradicional
- ↑ 5,0 5,1 Quilombos do Ribeira - Projetos e atividades
- ↑ Comissão pró-índio de São Paulo
Ligações externas
editarQuilombos do Ribeira: a tradição dos negros vive
SP - Quilombo de Porto Velho inaugura Casa do Mel com muita festa