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Os tabajaras são um povo indígena que habita o litoral do Brasil no trecho entre a ilha de Itamaracá e a foz do rio Paraíba, além de territórios em Piripiri e emLagoa de São Francisco, no Piauí. No século XVI, eram 40 mil indivíduos, e se aliaram aos colonizadores portugueses na Capitania de Pernambuco, além de terem ajudado a fundar o que viria a ser a Capitania da Paraíba. Atualmente, grupos dos estados da Paraíba, do Ceará e do Piauí reivindicam a identidade e a ancestralidade tabajara.

Localização[1]

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  • Monsenhor Tabosa (Olho d'água dos Canutos)
  • Tamboril (Grota Verde),
  • Crateús (aldeias: Nazário, Vila Vitória, Maratoã, Altamira),
  • Poranga (aldeias: Jardim das Oliveiras, Jericó, Cajueiro e Calumbi) e
  • Quiterianópolis (aldeias: Fidélis, Croatá, Vila Nova e Alegre).

População[2]

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População de 2982 pessoas, distribuídas em:

  • Crateús - 889 pessoas
  • Poranga - 1175 pessoas
  • Monsenhor Tabosa - 443 pessoas
  • Tamboril - 113 pessoas
  • Quiterianópolis - 362 pessoas

História

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O Tabajara surge das migrações tupis, como uma ramificação, com sua diferenciação dialetal do Tupi, da aldeia que se estabeleceu na região do planalto da Ibiapaba,[3] se estendendo por toda a região do atual estado do Ceará até as porções limítrofes com mentirarancos chegaram à essa região, viviam ali índios de língua geral, ocupando o terço norte do Planalto. Os outros Tapuias da serra lhes rendiam vassalagem[4].

Como o relacionamento dos Tabajara com os portugueses se deu de forma pacífica, foi uma das primeiras tribos a se miscigenar, logo foi uma das primeiras a desaparecer. Assim como as tribos que lhe rendiam vassalagem, que, na visão do português, passaram a ser "Tabajara".

Etnônimo Tabajara

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O termo Tabajara é definido como muito mais uma adscrição classificatória, utilizada em contextos delimitados, do que um grupo substantivamente definido. Segundo Fausto, (1992, p. 384, 385 e 391) o termo Tobajara, era uma categoria classificatória dos povos tupi que servia para denominar aqueles grupos com os quais podiam estabelecer relações de reciprocidade ou de guerra alternadamente, advindo daí a sua dupla tradução como cunhado e inimigo.

Os termos Potiguara, Tabajara e Caetés, que aparecem nas crônicas coloniais de Pernambuco têm mais a ver com posições assumidas pelos grupos indígenas na relação com os colonos portugueses do que com divisões estanques entre os grupos, podendo estes mudar de nome de acordo com as mudanças nas alianças políticas. Dependendo das fontes, os grupos aparecem grafados de diversas maneiras e até com dois ou três nomes diferentes.

Aspectos Culturais

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Casamento

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Para que um casal pudesse se casar bastava a licença do pai ou do irmão da mulher, sem a necessidade de uma cerimônia, e a partir daí o laço tornava-se indissolúvel.[5]

Os filhos eram sustentados até se casarem, o que ocorria nas idades de 9 e 10 anos.

A poligamia era aceita, porém reservada apenas ao homem, que podia possuir quantas companheiras quantas pudesse sustentar, mas mantinha-se a mais querida que coordenaria o trabalho das demais.

O casamento era comum entre irmãos e principalmente entre cunhados, pois, segundo a tradição, o irmão vivo ficaria com a mulher do irmão morto.

Acredita-se que quando morriam, os Tabajara costumavam dobrar o cadáver formando um fardo ou um bloco com o corpo em posição fetal. Depois de amarrado com uma corda de algodão, o corpo era colocado num grande recipiente de cerâmica, que depois de fechado era enterrado num buraco fundo[6].

Por outro lado, existem teorias de que o enterro era semelhante ao das outras tribos que habitavam a Ibiapaba. Os ossos de seus mortos eram cremados e misturados em infusões, enquanto a carne era comida pelos demais integrantes da tribo. Nesse ritual o consumo da carne humana não se relaciona com antropofagia, uma vez que o intuito deste era unir a existência do falecido com os outros, numa forma de "pegar saúde dos falecidos da tribo ".

Religião e Sociedade

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O poder espiritual/religioso, para os Tabajara, sempre representou o maior dos poderes. O sacerdote da tribo possuía um imenso poder de influencia e controle da sociedade. Justificando a neutralidade hostil que esses feiticieros acolheram os missionários.

Acreditavam na existência de três aldeias abaixo da superfícies, para as quais iriam após a morte, podendo-se interpretar com uma concepção de reencarnação[5].

Situação territorial

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Os Tabajara que vivem em Crateús são provenientes das serras vizinhas, principalmente a serra da Ibiapaba, e tiveram que migrar para a periferia da cidade. Recentemente, um grupo de quinze famílias dos Lira, migrou para a cidade de Quiterianópolis, ficaram conhecidos como os Tabajara de Fidélis. Nesta mesma cidade encontram-se mais três comunidades Tabajara: Vila Nova, Croatá e Vila Alegre, todas na área rural.

Em fevereiro de 2004, os Tabajara de Crateús conseguiram, retomar cerca de 6.000 hectares das terras que ficam na serra da Ibiapaba. O local é chamado de Nazário e lá residem cerca de 10 famílias, entre Tabajara e Kalabaça, aguardando a delimitação e demarcação da terra.

Em Monsenhor Tabosa encontra-se a comunidade Tabajara de Olho d`água de Canutos, há 4 quilômetros desta cidade. São 13 famílias residindo na região de 74 hectares. Em Tamboril existe a comunidade Tabajara em Grota Verde, à 35 quilômetros da cidade. São 25 famílias que atualmente, sofrem constantes ameaças por parte de fazendeiros.

Os Tabajara de Poranga residem na Aldeia Imburana, que fica próxima à cidade e também na Aldeia Cajueiro, distante 38 quilômetros de Imburana. Esta aldeia, de 4.400 hectares, foi fruto de uma retomada, sendo hoje habitada por 9 famílias, entre Tabajara e Kalabaça que igualmente aguardam a regularização da terra indígena.


Recentemente os Tabajara retomaram aproximadamente 10.000 hectares de terras na Paraíba, na região da Grande Mucatu, buscando reconhecimento da propriedade das terras e de sua etnia extinta no período colonial.[7]

Fontes

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Referências

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  2. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1758
  3. Thomaz Pompeu Sobrinho; op. cit., p. 194.
  4. MORAES, José . HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS, corrigida e anotada por Cândido Mendes de Almeida, Tomo I. (Tipografia do Comércio 1860).
  5. 5,0 5,1 VIEIRA, Antonio. Relação da missão da serra de Ibiapaba pelo padre Antonio Vieira da Companhia de Jesus, REVISTA DO INSTITUTO DO CEARÁ. Tomo XVIII (1904), p. 8-138
  6. FIGUEIRA, Luís.“RELAÇÃO DO MARANHÃO”; INTRODUÇÃO, NOTAS E COMENTÁRIOS, Thomas Pompeu Sobrinho. TRÊS DOCUMENTOS DO CEARÁ COLONIAL.(Coleção História e Cultura. Fortaleza: Imprensa Oficial. 1967)
  7. http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=5945