O filme conta Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais tensos da história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. As diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas. Ele luta por uma revolução socialista. Ela é uma empreendedora. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo Stuart tinha sido preso pelos militares. As forças armadas negam. Pouco tempo depois ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado até a morte na aeronáutica. Então ela inicia uma batalha aparentemente simples: localizar o corpo do filho e enterrá-lo. Mas Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura. Suas manifestações ecoam no Brasil e no exterior, e à sua moda. A cruzada de Zuzu expõe o lado interno da repressão e a perturba a tal ponto que, uma noite, em um estranho acidente de carro, ela compartilha o destino de seu filho.

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Avaliações sobre a produção audiovisual

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A análise em questão é uma construção coletiva. Por conta disso, as divisões das análises vão ocorrer em tópicos, para que todos possam compartilhar as suas respectivas avaliações e opiniões em relação a esse documentário.


Análise do filme I - Aretha Campozana

Análise do filme I

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Essa análise foi escrita no ano de 2022 pela estudante Fernanda Rocha Macedo, matutino, para a avalição da disciplina de História do Brasil II do Professor Paulo Eduardo Teixeira.

Título do Filme: Zuzu Angel (2006)      

País: Brasil

Gênero: Drama biográfico

Duração: 100 minutos

Direção: Sérgio Rezende

Roteiro: Sérgio Rezende e Marcos Bernstein

Fotografia: Pedro Farkas

 
Zuzu Angel em sua vida real

Trilha sonora: Cristóvão Bastos

Elenco original: Patrícia Pillar, Daniel de Oliveira, Camilo Bevilacqua, Luana Piovani, Leandra Leal

Produção: Joaquim Vaz de Carvalho, a produção executiva de Heloísa Rezende

Idioma original: Português

Quais são os personagens principais?

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Os personagens principais são Zuzu(estilista de moda), Stuart( filho de Zuzu que está desaparecido).

Qual delas mereceu a sua atenção?

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Apesar do filme se chamar “Zuzu Angel” e contar a história da Zuzu com o desaparecimento de seu filho. Assistindo o filme, me veio a pensar que contar a história de como ele entrou para os movimentos em pleno o período poderia ter dado mais uma atenção.

Como termina o filme? O que você achou sobre ele e porquê?

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O filme termina com um acidente de carro com Zuzu dentro, armado pelos militares, para evitar que ela continuasse as denuncias mais a fundo. Com esse acidente, os militares conseguiram pegar “algumas provas” que ela havia deixado junto com ela sobre um depoimento de um ex militar que confessou através de uma carta sobre como o seu filho morreu de forma detalhada, contando todos os instrumentos e técnicas de tortura que fez com que ele não aguentasse, até que jogasse o corpo no mar, como forma de silêncio de tudo. A parte final do filme com a música Angélica, escrita por Chico Buarque em homenagem à amiga Zuzu Angel. Depois da morte de Zuzu, o compositor enviou uma cópia do dossiê a todos os veículos de comunicação e a todas as pessoas influentes que conhecia. Chico deu voz à estilista e, de certa forma, continuou sua luta em nome do direito de uma mãe de poder enterrar seu filho e de ver o julgamento de seus assassinos.

Quais são os temas tratados no filme?

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O filme trabalha com diversos temas como, a vida de Zuzu, o divórcio no período da Ditadura Militar, lutas e resistência estudantis e guerrilhas, as mães que tiveram os seus filhos sequestrados/ mortos na Ditadura Militar, as injustiças militares, instrumentos e técnicas de torturas dos militares na Ditadura Militar, arte e cultura como resistências na Ditadura Militar brasileira.

Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?

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Quando Zuzu recebe o telefonema de algum conhecido de seu filho, que diz para ela ir à aeronáutica e ver se o filho dela estivesse lá, se não já era tarde de encontrar Stuart vivo. Ela vai até lá, e é recebida de forma totalmente desrespeitada pelos militares. Uma mãe que vai atras de seu filho, e é interrogada de forma como que para eles o filho dela, é um criminoso de Estado, como se ela sabia das coisas que ele faz.

Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?

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Foi a busca de uma mãe para saber informações de seu filho, que foi sequestrado por militares e terem sumido com o corpo. Ela só queria saber o que havia acontecido de verdade com o seu filho, que tivesse um julgamento com direito a liberdade e enterrá-lo.

Os realizadores descreveram bem os protagonistas?

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Sim, foi de fato uma biografia muito bem criada e feita. Zuzu Angel- Nasceu no interior de Minas Gerais. Pioneira na moda brasileira, a estilista fez sucesso em todo o mundo com seu estilo que misturava pedras, fragmentos de bambu, conchas e cores, principalmente nos Estados Unidos. Nessa época de desfiles no exterior, Zuzu conheceu o americano Norman Jones, com quem se casou depois e teve três filhos, e logo, depois se divorciou. Vivendo na Ditadura Militar no Brasil, ela pensa que está tudo bem com o seu país, de forma conservadora ela pensa que aqueles que lutam e resistam contra a ditadura são “vagabundos, sem o que fazer”. Isso, devido as propagandas do Governo. Tanto que quando o seu filho some, ela começa a perceber o que está acontecendo de fato no país.

Stuart Jones- Filho de Zuzu, pessoa que não gostava de armas, porém com a Ditadura Militar no país, fez com que ele integrou em organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar instalada no país desde 1964, filiando-se ao MR-8(Movimento Revolucionário 8 de Outubro), grupo guerrilheiro do Rio de Janeiro, na qual tinha seus ideais de uma sociedade socialista, o que mostrou uma pessoa extremamente engajada na política de forma consciente dos seus direitos e deveres como cidadão, alguém que não fechava os olhos para os fatos que aconteciam a seu redor.

Qual a cena ou seqüência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?

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Vestidos expostos em desfile como manifestação ao que estava acontecendo ao país com a Ditadura Militar e ao seu filho morto por militares.

O modo que Zuzu usou o mecanismo de manifestação em um desfile de moda, ela que fazia suas produções de roupas de forma colorida, acabou que nesse desfile que me chamou atenção, ela fez essa homenagem para o seu filho que estava desaparecido e a denúncia, na qual ela fazia sobre a ditadura no país, para que as pessoas saísse de sua zona de conforto e acordasse para perceber nas atrocidades que o governo militar estava cometendo no período.

Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?

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O fato de Zuzu ir à aeronáutica com uma foto de seu filho para dialogar com os militares, negando e eles negam friamente que o seu filho nunca esteve na prisão, para mim me aborreceu. Porque eles negam até o fim, chegam a mostrar as prisões para Zuzu, para ver se o seu filho estava na prisão. Os militares chegam a mudar totalmente o ambiente que é imundo para um ambiente bem tratado com lençóis limpos com camas, tudo para que Zuzu pense que Stuart nunca esteve no ambiente e aqueles que vão para a prisão não são torturados/maltratados de forma alguma. Até que mais a frente do filme é contato através de uma carta como confessamente de um militar aposentado que acompanhou na época as torturas e os maltratados de Stuart sofrendo, tudo para arrancar informações sobre uma pessoa do movimento, na qual ele fazia parte.

Qual a cena/seqüência que não foi bem compreendida por você? Porquê?

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Todas as cenas para mim foram compreendidas.

 O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?

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O filme reúne diversos assuntos que buscam atrair o grande público: uma história comovente e baseada em fatos, trilha sonora com clássicos da MPB, elenco famoso e televisivo e uma narração clássica e bem-comportada, que não apresenta nenhuma complicação para o espectador acompanhar o desenrolar da trama. Temos um filme extremamente didático, onde abundam cenas com personagens lendo ou redigindo inúmeras cartas de forma explicativas e contextualizastes, músicas incidentais irrompendo a cada cena e diálogos que, por mais tensos e críticos que sejam, são sempre claros, pausados e formais.

A quem se dirige, em sua opinião, o filme?

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O filme se dirige para todos os interessados em saber mais da memória e da identidade brasileira que se formava na década de 60, marcando a política militar brasileira.

Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?

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No filme Zuzu Angel, temos um retrato didático de um período marcante da política brasileira que, durante muito tempo, foi considerado arquivo secreto nacional. O filme, nesse sentido, tem um papel importante de ressaltar as torturas, as injustiças e as brutalidades da ditadura militar brasileira. Dessa forma, construímos a nossa memória, a nossa identidade nacional, uma vez que, também é dos fatos obscuros que se constrói uma mentalidade histórica. Fundamental mesmo é perceber que não pode haver uma única verdade biográfica e que a leitura crítica está no cerne do entendimento global dos fatos.

Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.

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O filme da “Zuzu Angel” fez com que analisasse um papel didático fundamental ao reconstituir um período histórico nacional marcado pelas adversidades da ditadura militar. Assistindo foi possível ver cenas documentais, figurino, marcas comportamentais dos personagens ao longo do tempo, também perceber o processo de representação de um período histórico do Brasil, a ditadura militar. Para evidenciar como o efeito de realidade é construído a vida política que passou a ser regida por dispositivos autoritários (Atos Institucionais) que cerceavam a liberdade, censuravam os meios de comunicação e concentravam o poder nas mãos do governo militar, e só com uma luta e resistência que trouxe memórias que ficaram mesmo que negativas, na qual não devemos esquecer nunca em nossa história brasileira, pois é uma memória que resultou com dificuldades a frente em uma democracia, na qual nós temos até hoje



Análise do filme I - Aretha Campozana

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