Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 1

Laboratório de Jornalismo Multimídia

Grupo 1:

Aline Bravo

Ana Clara Giovani

Anna Beatriz Capelli

Arthur Eustachio

2ºJOA

Reportagem: Uma emergência esquecida, O Estado de S. Paulo

  • Identificar a matéria

Reportagem: Uma emergência esquecida (Especial 1 ano de microcefalia)

Autora: Fabiana Cambricoli

Fotografia: Gabriela Biló e Clayton de Souza

Edição: Marcelo Godoy

Edição vídeo: Cecília Cussioli

Infografia: Glauco Lara e Vinicius Sueiro

Webdesign: Renan Kikuche

Direção de arte: Fabio Sales

Veículo: O Estado de S. Paulo

Data de publicação: 6 de novembro de 2016

  • Resumir a pauta

O texto aborda os casos de microcefalia que ocorreram no Brasil causados, principalmente, pelo vírus da Zika, abordando o caráter preocupante de tal infestação em território nacional. A matéria relata o descaso perante as famílias afetadas. O Estadão acompanhou o dia a dia de crianças que possuem tal condição neurológica rara e sua dificuldades cotidianas.

  • Descrever a apuração

Por toda a composição do texto e do conteúdo visual (gráficos, ilustrações e imagens) da reportagem percebe-se um extenso trabalho de abordagem a certas fontes, a coleta de elementos relevantes e a apuração e checagem de todas elas.

Em um nível mais inicial, há informações pessoais das famílias e dos bebês. Neste item entram a profissão e idade de cada membro familiar, a rotina de tratamento dos núcleos, o mês e o local de nascimento dos filhos e os detalhes exatos e particulares deles relacionados à doença. Além disso, apura-se a história e o passado das relações entre os membros da família, existe menção se cada casal já tinha outros filhos, como foi a reação dos pais ao saberem da condição dos filhos, o que planejavam fazer antes e o que fizerem após a descoberta.

Nota-se que há o uso de diversas fontes atreladas a instituições, como o Ministério da Saúde, regras de organizações e sistemas públicos, como as do Sistema Único de Saúde (SUS). Investiga se, de fato, projetos, promessas e propostas do Ministério da Saúde foram realizados, e traz detalhes de benefícios destinados a crianças com microcefalia, como por exemplo, do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Existe uma quantidade enorme de informações sobre as cidades e peculiaridades, como o IDH do local. Localizam-se aos lados conteúdos para esclarecer possíveis dúvidas aos leitores sobre os sintomas e efeitos da doença. Ademais, houve investigação de estudos e pesquisas acerca do tema.

A fim de atribuir credibilidade e substância à reportagem, a equipe adquiriu uma variedade de estatísticas, dados, números para melhor compreensão da dimensão da doença até então. Por isso, a apuração de uma série de dados foi crucial. Fontes confiáveis, como a OMS e o Ministério da Saúde, foram utilizadas nesse propósito. No intuito de ter um representante notório, a equipe contatou Eduardo Hage, diretor do Departamento das Doenças Transmissíveis do ministério, constituindo uma fonte primária para comentar os números.

  • Descrever formatos usados na reportagem

“Uma emergência esquecida” traz a maioria de seu conteúdo em forma de texto, mas percebe-se a utilização de diversos recursos multimídia, com destaque para os infográficos - a reportagem está inclusive hospedada na seção específica de infográficos do site do Estado de S. Paulo. Diversos gráficos são encontrados no decorrer do texto, trazendo dados estatísticos e informações mais técnicas, objetivas e pontuais, enquanto o texto mantém o foco nas histórias dos quatro bebês e em dados gerais relacionados aos casos de microcefalia no Brasil. Quando o acesso é feito pelo computador, os gráficos ficam posicionados ao lado do texto, sem interrompê-lo, de maneira que o leitor possa ampliá-los caso deseje. Já no mobile, não é possível manter a mesma organização, e os infográficos são intercalados aos parágrafos.

   As fotografias também são um elemento muito presente na matéria, e estão organizadas de duas formas: intercaladas ao conteúdo textual ou em galerias. Todas as imagens possuem legendas, e, as que estão em galerias trazem também créditos (já que há fotos tanto dos fotógrafos do Estadão responsáveis pela matéria quanto do arquivo pessoal dos entrevistados). Também há conteúdo audiovisual na reportagem: um vídeo de doze minutos com falas da família dos bebês e imagens que documentam suas rotinas.

   Por fim, vale destacar que o próprio texto também é usado como um elemento de interação na reportagem, visto que, além do corpo do texto, com o conteúdo principal, temos alguns pequenos blocos com informações adicionais, localizados também nas laterais da página, da mesma forma que os gráficos.

   Quanto aos direitos autorais, o gráfico presente na introdução da matéria utiliza a ferramenta Maps, do Google, que está sob as normas Creative Commons da empresa. Em seus termos de uso, o Estadão informa que seu conteúdo é destinado à utilização pessoal dos leitores e que fica vedado “copiar, reproduzir e alterar, total ou parcialmente, qualquer dado, informação, conteúdo” do portal.

  • Analisar formatos usados na reportagem

A reportagem é dividida em página introdutória, com uma seção de dados e 4 páginas, cada uma contando a história de um personagem. Transitar entre as páginas é fácil porém os ícones das personagens na primeira página são quase imperceptíveis. O vídeo apresentado na introdução repete o que está escrito no texto desta mesma página, mas é um ótimo resumo das histórias que serão apresentadas. A comparação entre as personagens é inteligente e feita de maneira sutil.

As fotos são fortes e enriquecem muito a reportagem. Entendo, pessoalmente, que as galerias “Álbum de família” imprimem um tom infantilizado à reportagem. Talvez por se tratarem de fotografias amadora, de arquivo pessoal, entram em contradição com a qualidade apresentada nas outras fotos. Nas outras galerias falta uma delimitação de assunto. São fotos de contexto intercaladas com fotos dos bebês com o círculo familiar. Interessante seria limitar essas galerias somente às fotos de contexto, já que as de bebês/família já aparecem em outras oportunidades.

É bastante interessante como foi feita a divisão de conteúdo com os formatos texto-infográficos. Os textos corridos se limitam a contar as histórias das personagens e os infográficos que vão aparecendo nas laterais do texto contextualizam com informações mais técnicas. Por mais que sejam alocados em tamanho pequeno, com a necessidade do clique para ampliar, a legenda é assertiva para informar o que o leitor vai encontrar naquela “pílula” de conteúdo. Acho inteligente por não quebrar a leitura do texto, a menos que seja por escolha do leitor. (Vale a observação de que no smartphone a dinâmica não acontece da mesma forma. Os infográficos quebram a leitura do texto).

Os infográficos são simples e assertivos, não acumulam muitas informações. Bons títulos e boas legendas. Além disso, são essenciais, as informações ali presentes não são apresentadas em outros formatos. Somente um gráfico possibilita interação mas não vejo isso como uma desvantagem, é equilibrado.

  • Descrever a conexão com redes sociais

A reportagem tem uma página própria na seção de infográficos do Estado de S. Paulo, com um menu dividindo as partes em que a matéria foi dividida. Na parte inferior deste menu, temos atalhos para o compartilhamento pelas redes sociais: é possível usar o Facebook, Twitter ou ainda copiar o link para compartilhá-lo em outras plataformas. Ao longo do texto, no entanto, não há mais atalhos para o compartilhamento - nem mesmo na aba de introdução. As mesmas opções são apresentadas quando acessamos a reportagem pelo celular.

Quando pesquisamos pelo título da reportagem acompanhado do nome de algumas redes sociais, encontramos postagens originais do Estadão: a divulgação da matéria especial em sua conta do Twitter e o anúncio da vitória na categoria internet do Prêmio Synapsis de Jornalismo, da Federação Brasileira de Hospitais. Essas postagens não possuem grande interação com o público, apresentando um reduzido número de comentários, curtidas e compartilhamentos ou retweets.

  • A partir de três fontes de "O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?", avaliar a reportagem

Relacionando a reportagem “1 ano de microcefalia – Uma emergência esquecida” com o texto “O que se deve aprender em jornalismo multimídia?” encontrei características importantes que tornam a matéria publicada no Estadão de altíssima qualidade. Ela atende a requisitos que tornam o jornalismo um instrumento mais que necessário para uma real informação social.

Quando Mila Eidmouni cita na pesquisa que o jornalismo precisa achar uma pauta que importa para a sociedade e todo o meio presente e, assim, pautar, apurar e escrever bem nota-se ao analisar o tema proposto pela reportagem, a microcefalia, como tal tema de real relevância. Todo seu esquecimento, principalmente midiático, causa consequências mais que informacionais, humanas. As famílias, que possuem a criança com a doença, necessitam a todo instante de uma pressão social para que assim recebam todo o suporte preciso para garantir uma maior qualidade de vida ao seu pequeno, como podemos notar na matéria o Brasil não possui uma maior estrutura para fornecer tratamento igualitário para todos os tipo sociais e locais de enfermos.

Já no ponto de vista de Edson Capoano saber escrever para qualquer tipo de plataforma e saber selecionar e recombinar conteúdos para então convergir o trabalho com essa organização. Do ponto de vista técnico e estrutural da matéria apresentada, encontra-se uma facilidade para variar na leitura do texto, uma vez que, as histórias estão dividas em tópico e não necessariamente precisam de uma ordem pré- estabelecida para sua leitura, não atribuindo nenhum tipo de hierarquia entre uma narrativa ou outra.

Para completar, o entrevistado Carlos D’Andrea cita a importância de dados para que o texto tenha credibilidade, ao abrir a página do conteúdo notamos uma sequência de gráficos, dados e imagens que se completam entre si e, até mesmo, certa comparação entre os números, organizados por regiões do país, o que mostra que a apuração foi feita com grande cautela e detalhadamente mostrando embasamento técnico para dar voz a tal assunto.

  • Expor o que cada estudante fez para a tarefa

Aline - desenvolveu os tópicos “Resumir a pauta” e “A partir de três fontes de ‘O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?’, avaliar a reportagem”.

Ana Clara - desenvolveu os tópicos “Identificar a matéria” e “Analisar formatos”

Anna Beatriz - desenvolveu os tópicos “Descrever formatos” e “Descrever conexão com as redes sociais”

Arthur - desenvolveu o tópico “Descrever a apuração”