Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 13

  • Identificar a matéria:  

A reportagem do Estadão, realizada por Ricardo Brandt e desenvolvida por Carol Rozendo e Fabio Sales, foi produzida com o intuito de analisar o avanço e o impacto nos estados de saúde causados pelo crack, com foco nas cidades interioranas de São Paulo. Além de investigar as consequências da droga na vida social e na saúde dos usuários.

O especial de grandes temas do Estadão apresenta a série de matérias: “Crack” (http://infograficos.estadao.com.br/especiais/crack/index.html). Composta por, além de uma apresentação, nove capítulos (sendo eles respectivamente: “A invasão da droga nos rincões do sossego”; “Geografia da droga: um desafio sem dimensão”; “As casas de consumo e os ‘noias’ invisíveis”;  “Prazer maior que fazer sexo faz viciado fumar até morrer”;  “R$ 1 milhão em drogas: da mansão à pitada de R$0,60”; “Das fronteiras do tráfico internacional à rota caipira”;  “A ‘rapadura’ que estraga mais que cachaça”; “Rede pública sem leito para tanto dependente”; “Quem trata precisa atrair usuário como traficante”; “Histórias de recomeço depois da vida no lixo” ).

A reportagem levou 4 meses para se dar como completa. De modo que foram necessários 6,6 mil quilômetros, 28 agentes públicos, especialistas e profissionais da área, além de 50 ex-usuários, usuários, moradores e parentes. Durante toda a matéria é apresentado ao leitor como se deu o processo de obtenção e apuração da informação.

A divisão dos capítulos é realizada de acordo com subtemas. É possível citar: a influência da droga na violência, impactos na saúde dos usuários, as rotas do crack e sua origem, entre outros. Ao todo, o especial do Estadão possui cerca de 230 parágrafos e aproximadamente 116900 caracteres. O tamanho dos capítulos variam e graças a multimidialidade presente na reportagem a leitura é bastante fluida.

A reportagem apresenta a multimidialidade em todos os capítulos. Sendo eles caixas de texto, mapas, linhas do tempo, áudios (4), infográficos, vídeos (cerca de 11), imagens (40 aproximadamente, sendo elas feitas, assim como os vídeos, por Robson Fernandjes) ou hiperlinks. Como principais formatos utilizados é possível citar os infográficos (29 no total, sendo todos eles da FIOCRUZ/SENAD) e os hiperlinks (26), os quais direcionam o leitor para páginas que apresentam conteúdos mais aprofundados sobre o assunto citado ou apenas ilustram aquele tópico.

  • Resumir a pauta, em até 300 toques:  

Esta reportagem trata do avanço do crack pelo Estado de São Paulo, partindo dos moradores de rua nos centros urbanos para altas classes sociais e pequenas cidades interioranas. A reportagem busca analisar a maneira como a droga atinge a saúde e a vida social destes usuários, e com que intensidade ela se espalha.

  • Descrever a apuração, em até 2.000 toques:

Para a produção da reportagem intitulada “Crack: a invasão das drogas nos rincões do sossego”, o jornalista Ricardo Brandt consultou diferentes fontes para discutir os efeitos do crack na sociedade brasileira contemporânea, com foco especial no Estado de São Paulo. Durante quatro meses, Ricardo Brandt percorreu cidades interioranas, como Campos do Jordão, Ibitinga e São Roque, para coletar dados e fazer levantamentos sobre a temática em questão.

Ao longo do processo de apuração, esteve em 13 municípios que apresentaram alto ou médio problema com o crack, segundo o mapa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Entrevistou autoridades federais, estaduais e municipais; conversou com especialistas e profissionais que atendem dependentes e ouviu o depoimento de usuários, familiares e pessoas que têm contato com o universo das drogas no interior do Estado. Visitou clínicas, comunidades terapêuticas, ambulatórios especializados e pontos de consumo.

Além de buscar diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto, o jornalista também procurou dados e estimativas de instituições e órgãos públicos que dessem credibilidade ao conteúdo da matéria. Ricardo Brandt consultou arquivos disponíveis no acervo do Estadão e analisou artigos e documentos que acrescentassem informações na sua pesquisa.

  • Descrever formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques:  

A reportagem “Crack” utiliza diferentes formatos no decorrer de seus nove capítulos. A maior parte se encontra em texto, dividido por alguns subtópicos. Ao longo da leitura algumas frases são colocadas em maior evidência em caixas de texto. Logo em seu início, é possível ver a imagem de capa, que mostra um homem fazendo o uso da droga. A foto é tirada do ângulo de cima sem identificar a pessoa, como a maioria das que são encontradas na matéria. Outra característica em comum nas quase 40 fotos presentes é a forte saturação da imagem, principalmente as relacionadas à droga, ao fogo e aos seus usuários.

Além das fotos, outros formatos audiovisuais são encontrados nos capítulos. Um deles são os vídeos. O primeiro, com aproximadamente onze minutos, trata sobre a invasão da droga no interior. Durante a reportagem, são encontrados vídeos menores, de no máximo um minuto, de personagens já apresentados no vídeo inicial, como usuários, ex-usuários internados e pesquisadores que conversam com aquele trecho do texto. O áudio também é um formato utilizado, em menor escala. Os quatro presentes têm até um minuto e meio de duração, sendo dois de relatos de psiquiatras especializados no assunto e dois de usuários.

No entanto, um dos principais formatos usados na reportagem, são os infográficos. Ao todo são 29 que trazem dados importantes sobre o uso do crack no Brasil e em São Paulo. Em sua maior parte são simples, em formato de  barra ou circular, alguns possuindo fotos para ilustrar as informações. No capítulo três, é possível encontrar, além de um infográfico interativo que mostra como a substância age no organismo, uma linha do tempo, também interativa, contando a história da droga a partir dos acontecimentos mais marcantes. O capítulo dois também possui um formato diferente, um mapa interativo que mostra informações sobre as cidades do Estado de São Paulo e seu nível de preocupação com a droga.  

  • Analisar formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques:  

Analisando mais a fundo cada formato percebe-se que todos são utilizados para dar mais interatividade, chamar atenção para alguns pontos importantes e tornar a leitura mais fácil.

As caixas de textos trazem visibilidade para dados importantes, a forte saturação das imagens traz um ar mais dramático para a matéria, deixando as fotos mais impactantes, os vídeos e áudios servem para que o leitor consiga visualizar melhor as informações que estão sendo passadas na reportagem, mostrando pessoas que já apareceram durante o texto, tornando-as mais reais ao dar um rosto e uma voz ao nome. O infográfico, formato mais utilizado, ajuda o leitor a entender melhor alguns dados que são passados na matéria, dando destaque e tornando as informações passadas mais fáceis de visualizar e compreender.

Apesar de ser muito texto ao longo dos nove capítulos, o jeito em que a matéria foi montada faz com que a leitura seja fácil, pois o leitor está sempre interagindo com a reportagem, o que faz com que a atenção dele seja mantida durante todos os capítulos. Se o Estadão tivesse feito essa mesma matéria sem os formatos, não teria feito tanto sucesso, pois as pessoas assustariam-se ao ver o texto muito longo e largariam a reportagem no meio da leitura. Eles souberam usar os recursos que a internet proporciona para atrair e manter o leitor.

  • Descrever a conexão com redes sociais, em até 1.000 toques:

Ao ler a reportagem Crack, já é possível observar sua conexão e preocupação com as redes sociais. Acima do menu onde é possível acessar os nove capítulos, existem símbolos que levam o leitor para três delas: Facebook, Twitter e Google+. Ter a opção de ser direcionado para uma dessas redes com poucos cliques faz com que o leitor se sinta convidado a compartilhar a matéria de forma mais direta, o que é uma ótima estratégia, já que temas como o problema das drogas e o auxílio aos usuários são problemas frequentemente tratados nesses espaços.

Esta reportagem encontra nas redes sociais não apenas espaço para tratar o tema com extensão e profundidade, coisa que num veículo impresso não seria possível, mas também encontra nelas ambientes favoráveis ao debate e a troca de informações. Este aspecto é muito positivo, pois por se tratar de um assunto de interesse público, é possível atingir um número muito grande de leitores por meio de compartilhamentos e interação dos leitores.

  • A partir de três fontes de "O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?", avaliar a reportagem, em até 2.000 toques:

Através de uma severa apuração, Ricardo Brandt e Robson Fernandes relataram o mais íntimo da epidemia do crack. A matéria realizada pelo Estadão quebra o estereótipo de que a droga é apenas usada nas ruas, mostrando a dimensão que o crack tomou. Sem quebrar a ideia central do jornalismo, a reportagem consegue dialogar com diversos elementos: infográficos, relatos em vídeos, áudios, fotografias e links relacionados no meio do texto, afirmando o posicionamento de Pedro Dias Leite ao dizer que o jornalista, cada vez mais, é responsável por todos os pontos: desde a apuração até a edição de imagem. Hoje, ainda existem equipes responsáveis por cada um desses elementos, mas será o próprio jornalista que terá que realizar todos esses feitos num futuro próximo. Além disso, já não basta apenas produzir um bom jornalismo - com rigorosa apuração, ser imparcial, ouvir todos os lados - é preciso saber termos de audiência e de engajamento com o público.

Mesmo com a vasta quantidade de fundamentos multimídia, não há um exagero, não causa desordem, a informação continua sendo o principal - o que é de extrema importância para Raju Narisetti que prioriza o conteúdo jornalístico para depois a tecnologia vir de forma organizada.

A matéria discute muito o fato de o crack ter ganhado proporções gigantescas, atingindo desde classes baixas até classes altas, capitais e cidades turísticas, metrópoles e cidades do interior. A droga tornou-se um dos principais desafios dos municípios, é uma pauta de importância social, são necessários tantos gráficos, detalhes, números para mostrar a magnitude do problema. Os relatos reais de usuários e de pessoas que estão envolvidas de diversas formas nesse mundo tornam a matéria mais viva, humanizada. O multimídia traz diferentes dados e depoimentos de formas dinâmicas. Segundo Edson Capoano, a tendência do jornalista é escolher a melhor pauta e combiná-la com esses diversos conteúdos para que faça sentido e atinja o público.

  • Expor o que cada estudante fez para a tarefa:
  • Camila Motta: Identificou a matéria e seus aspectos gerais.
  • Camila Miguel: Resumiu a pauta da reportagem e descreveu a conexão que ela possui com as redes sociais.
  • Carolina Ferraz Rodrigues: Leu e analisou a reportagem para fazer a descrição da apuração.
  • Dandara Bianca: Descreveu os formatos usados na reportagem e traçou a conexão que ela possui com as redes sociais.
  • Danielle:  Analisou os formatos usados na reportagem.
  • Lívia: A partir de três fontes avaliou a reportagem.