Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 20

http://especiais.ne10.uol.com.br/educacao-contra-o-abuso-sexual/

.Identificar a matéria:

A Matéria “Educação contra o abuso sexual” foi escrita por Marília Banholzer e publicada no Portal NE10 no ano de 2016, tendo aproximadamente 23.000 caracteres com espaço e um tempo médio de leitura de 22 minutos. Contém 9 fotos (com uma sendo a de capa da matéria), todas retiradas ou online ou do acervo pessoal. Apresenta também 2 vídeos de entrevista com duas profissionais da área da educação, sendo uma delas feita em sua totalidade pela própria autora e a outra a parte técnica ficou a cargo de Luiz Pessoa. O final da matéria contém uma enquete (já finalizada e com os resultados visíveis) e 6 dicas acerca do assunto.

.Resumir a pauta:

A pauta trata sobre abusos sexuais entre crianças, desde o ato até as possíveis causas, focando principalmente na educação sexual como principal arma contra esse problema, ouvindo especialistas das mais diversas áreas da educação, esclarecendo dúvidas e quebrando tabus.

.Descrever a apuração:

A repórter Marília Banholzer, inicia a apuração de sua matéria ao questionar especialistas nas áreas de pedagogia e educação sexual sobre o que levaria uma criança a abusar sexualmente de outra por meio da pergunta: “de quem é a culpa?”.

Tendo como fontes primárias a pedagoga Caroline Arcari, especialista em Educação Sexual pelo Centro de Sexologia de Brasília (CESEX) e autora do livro “PIPO E FIFI: prevenção de violência sexual na infância”; a educadora sexual e autora do blog Erodista, Julieta Jacob e a psicopedagoga Jaidezine Azevedo, com 20 anos de trabalhos com o universo infantil, a repórter apura desde “o que é” e “para que serve” a educação sexual, até “como praticá-la” sem gerar conflitos e dificuldades, através de diálogos responsáveis e jogos sexuais, por exemplo. Apontando que se há algum “culpado” este seria a desinformação.

Para tanto traz os dados da investigação sobre o menino de 9 anos que foi estuprado por cinco colegas em uma escola de Fortaleza (CE), aponta como comprovado o caso pelo Instituto de Medicina Legal do Ceará e declara tanto as posições da mãe do menino como de especialistas em comportamento infanto-juvenil. Apresenta, também, os dados do Disque-Denúncia Nacional, divulgados no Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Em busca de fontes oficiais que trouxessem uma perspectiva institucional, entrevista Inês Dias, assessora técnica da Secretaria Executiva de Política para Criança e Juventude de Pernambuco, que trabalha na área de proteção infanto-juvenil há 25 anos e o gestor de escolas públicas e privadas no Grande Recife com experiência de 36 anos na área, Joel de Carvalho.

Além de especialistas, fontes e dados oficiais, Marília busca também por visões de fontes independentes, como as mães Luana Emerenciano, Alessandra Oliveira e Joselâine Conceição Veras que tratam do assunto diferentemente uma da outra. E ainda promove uma consultoria interativa com os leitores da matéria.

.Descrever formatos usados na reportagem:

A reportagem tem como principal formato usado o texto. A maior parte da história é contada através de pequenos textos. No começo, há uma pequena contextualização do assunto para apresentar ao leitor a complexidade e informações necessárias para entender sobre a questão do abuso sexual na infância.

Dentro do texto, a autora traz diversos pontos de vista e decide colocar em destaque a opinião da pedagoga e educadora sexual Caroline Arcari. A fala dela continua em formato de texto, porém, de uma maneira um pouco diferente, editada como uma entrevista ping pong.

Um outro recurso utilizado são as fotos. Normalmente acompanhando o texto, acabam ilustrando o assunto abordado em cada tópico. Por exemplo, quando a autora decide entrar no ponto sobre jogos sexuais, para conseguir demonstrar de maneira mais clara o que são exatamente esses jogos, há uma foto de dois sapos.

Além desses dois, outro formato seria o de vídeo. É uma forma encontrada para trazer a voz de mais uma especialista e também a opinião de pessoas leigas no assunto para opinar sobre o tema.

Um formato não tão utilizado para contar essa história seriam os hiperlinks. Alguns casos de abusos são citados e para não ter que gastar todo o espaço da reportagem para contar uma história específica, ao clicar nas palavras que se encontram de cor diferente do resto do texto, abre-se uma guia a parte com a notícia mais específica.

Por fim, a autora traz duas maneiras de conscientizar os leitores sobre como lidar com esse tema. Primeiro, há uma série de dicas sobre como explicar sobre sexo e relacionamentos para crianças. E por último, uma enquete ficou disponível por um tempo para saber se os espectadores abordam o assunto em casa, ou não.

.Analisar formatos usados na reportagem:

Como reportagem, o texto tem a natureza de querer informar seu leitor. Marília Banholzer trás em sua matéria uma reflexão sobre a educação sexual, principalmente entre jovens, de uma forma sutil.

Com uma série de entrevistas em sequência, a autora propõe uma discussão sobre este "tabu" e expõe sua opinião em convergência com o que é dito pelos entrevistados. Há uma reafirmação de tudo o que ela diz. A transcrição dos depoimentos é bastante sucinta também. Sempre utilizando aspas ou a terceira pessoa do singular, Marília consegue explicitar os recados que seus entrevistados querem passar.

Outro destaque vai para a disposição de cores. Para chamar a atenção e prender o leitor ao texto, há uma alternância de cores no fundo dos fragmentos e nas letras, dando ênfase à alguns trechos, em especial às entrevistas.

Dois vídeos aparecem para interagir com quem está lendo, e realçar o que as interrogadas estão defendendo. É uma boa estratégia, que evita que a leitura se torne maçante, afinal, a publicação já é bem extensa.

Contudo, a reportagem trás falhas perceptíveis. Erros de ortografia, ausência de crédito e descrição na maioria das fotos e a falta de hiperlinks (citada na descrição do formato) carecem o texto.

De modo geral, Marília Banholzer conduz sua publicação com uma linguagem simples e de fácil interpretação, dando um ar de sutileza sob um tema tão delicado e preocupante. Mesmo com suas deficiências, a leitura é recomendável.

.Descrever a conexão com as redes sociais:

A matéria se encontra disponível para compartilhamento nas redes Facebook e Twitter pelo desktop, com a versão mobile tendo o adicional de poder ser compartilhada via Whatsapp. Porém, apesar de ter recebido o prêmio Andifes de Jornalismo 2017 na categoria “Educação Básica”, não é uma matéria muito engajada nas redes sociais, não sendo encontrada no Twitter e, quando compartilhada pela página do Portal NE10, teve apenas 43 reações, 2 comentários e 11 compartilhamentos, provando que sua repercussão não foi tão grande, mesmo sendo um assunto discutido até os dias de hoje.

.A partir de três fontes, avaliar a reportagem

Para Milia Eidmouni pauta e excelência do trabalho jornalístico devem vir antes da preocupação com formato, o formato não deve limitar a pauta. A matéria analisada consegue apresentar texto denso e longo, o que não é comum para o online, mas o faz aproveitando recursos exclusivos do digital, como enquete, vídeos e a possibilidade de o leitor compartilhar sua experiência. Estas técnicas deixam o conteúdo leve, facilitam a leitura. A divisão do texto em blocos é importante, cada um pode ser lido individualmente e dá ao leitor a sensação de término rápido de apreensão da informação. Entendemos que isso é essencial à medida que o tempo de concentração do leitor é cada vez menor, bem como o tempo disponível para dedicar a leitura de reportagens.

Pedro Dias Leite também acredita que as principais características de um bom jornalista permaneçam as mesmas, porém, diferente de Milia, ele sugere que é sim aceitável e mesmo necessário que haja algum tipo de adaptação do texto para que ganhe mais visibilidade no meio digital, como ele mesmo exemplifica, as matérias precisam ser medidas em termos de sua performance, distribuição, engajamento e recirculação.

De certa forma a crítica de Milia Eidmouni está no fato de que muitas matérias produzidas com um poder estético que apela ao leitor possuem conteúdo fraco, contudo não se pode negar que estas matérias ganham visibilidade graças aos artifícios que usam. Nada mais justo então que o bom jornalista, comprometido com sua pauta se empenhe para que a informação seja bem divulgada fazendo uso de todas as ferramentas disponíveis.

Edson Capoano também entende ser necessário o desenvolvimento de competências técnicas. Ele menciona ainda que o jornalismo cidadão e independente irá ganhar espaço e isto é justamente o que ocorreu com a matéria de Marília Banholzer, produzida para um veículo regional, o qual em tese não teria grande alcance, contudo, devido ao excelente trabalho da jornalista, esta reportagem ganhou visibilidade nacional.

.Expor o que cada estudante fez para a tarefa:

  • Identificar a matéria: Raphael
  • Resumir a pauta, em até 300 toques: Raphael
  • Descrever a apuração, em até 2.000 toques: Rodrigo
  • Descrever formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques: Stephanie
  • Analisar formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques: Rafael
  • Descrever a conexão com redes sociais, em até 1.000 toques: Raphael
  • A partir de três fontes de "O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?"avaliar a reportagem, em até 2.000 toques: Renata