Práticas Corporais 2014/Aula 11
11 de Novembro de 2014,
Editor: Caio Bastos Messias, Luana Farinazzo e Raphael Barone de Andrade
I. Tema e Objetivo da Aula
editarTema:
Práticas chinesas: Auto massagem, massagem em grupo e conceito da circulação do teech.
Objetivo:
Ter a experiência de realizar uma auto massagem, e uma massagem em grupo e através dela buscar a percepção do teech.
II. Materiais e Espaço Utilizado
editarEspaço utilizado:
Sala de ginástica do Clube de Regatas Saldanha da Gama e sala de aula da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista - unidade Ponta da Praia
Materiais:
Tatames/colchonetes, espaço de aproximadamente 30m² e retroprojetor
III. Método Didático
editarA aula foi ministrada em duas partes pelo professor Vinícius Terra. A primeira parte foi sobre práticas mais físicas e concretas, e ao final exercícios mais sutis. Realizada no Saldanha
- Roda de conversa com o professor
- Auto-massagem
- Massagem em grupo
A segunda parte foi ministrada em sala de aula
- Aula teórica sobre práticas corporais chinesas
IV. Fotos
editarV. Descrição das Atividades
editarInício da aula:
Todos sentados em roda no tatame, e o professos começou a fazer a introdução sobre o tema da aula.
Falas do professor:
- Algumas práticas o indivíduo consegue ter percepções máximas e mínimas de calor, e esta prática que vamos experimentar.
- Automassagem: É para ser feita no período da manhã, pois ativa o iang que é uma energia masculina, que joga para fora, acorda, pois isso os médicos pensaram neste tipo de massagem para o período da manhã.
Auto-massagem:
Todos os alunos deitaram no tatame para dar início a massagem.
1º: Mão esquerda no esterno e mão direita em cima do esterno, com movimentos descendentes e fazendo peso, os alunos fizeram 9 movimentos, no descendente é uma fricção e o ascendente é mais aéreo.
2º: Mão a 5 dedos abaixo do umbigo e com uma espiral excêntrica, os homens fazem os movimentos da direita para a esquerda e as mulheres da esquerda para a direita.
3º: Os alunos fizeram uma fricção nas mãos para esquentar [1] e colocaram sob os olhos e sentiram o calor. (foto: auto-massagem 1)
4º: Massagem capilar, os dedos deslizando pelo crânio, com puxões de cabelo ativando a circulação. [2]
5º: com os dedos em pinça, começamos a mexer na orelha por toda a sua volta e no final dos movimentos tapamos com o dedão, e ele ficou tapado por alguns segundos. (foto: Auto-massagem 2)
6º: com os braços estendidos ao lado do corpo, fizemos 3 respirações bem profundas, sentindo o ar e orçando a expiração. (foto: Auto-massagem 3 e 4)
7º: Sequência da boca: 36 mastigações até juntar saliva ( para os chineses a saliva matinal, é quase que uma vacina) * pesquisar o porque [3]
6 movimentos com a língua para direita e 8 para esquerda, contornando os dentes. [4]
Finaliza a sequencia com 3 extensões de cervical, e em cada extensão engolimos gradativamente a saliva que juntou durante a sequencia de cervical. [5]
8º: Os alunos passaram a fazer uma fricção dos braços até sentir o calor emanando, passam para as mãos e dedos. [6]
9º: Nos membros inferiores, todos dobraram as pernas fazendo um 4, e repetindo a mesma fricção dos braços . A massagem ocorreu na parte da tíbia, da fíbula, em posições confortáveis, onde não haviam outras dores, ou incômodo tirando a distração. [7]
10º: ainda nos membros inferiores, começamos a trabalhar no pé, começando pela base do hálux, e passando para a base de todo o pé. Micro círculos com o olho/base da mão realizavam a massagem. [8]
11º:com as pernas flexionadas e os dois pés de apoio, uma das pernas projeta o calcanhar para cima simulando chutes para o teto. Enfatizando os movimentos de extensão, cada perna realiza 6 movimentos. (foto: Auto-massagem 5 e 6)
Após estes exercícios o professor pediu para cada aluno tentar reconhecer a energia do teech, ver sua circulação, formigamento ou calor, pois ele tem várias formar de se manifestar.
Lentamente todos levantaram-se e começaram a se unir para realização da massagem em grupos de 5 pessoas.
Massagem em grupo:
Na massagem em grupo, foi realizada a seguinte sequência:
- Um membro do grupo deita no tatame;
- Os outros 4 membros se posicionam próximos a um dos membros do aluno deitado (braços e pernas);
- Todos colocam as mãos próximas à cicatriz umbilical fazendo pressão sobre a região e permanecem por alguns segundos; (foto: massagem 1) [9]
- Afastam as mãos do aluno e as mantêem perto para que o aluno possa sentir o calor vindo das mãos dos demais;
- Fazem compressão sobre o esterno do aluno e permanecem por mais alguns segundos; (foto: massagem 2)
- Afastam as mãos repetindo a troca de calor que dependerá da sensibilização do aluno para perceber essa diferença;
- Vão para a região da cabeça e realizam apenas a aproximação das mãos para a percepção do calor e permanecem por mais alguns segundos; (foto: massagem 3)
- Cada um dos 4 alunos vão se afastando do tronco do aluno massageado e vao percorrendo o membro ao qual se posicionaram mais próximo, mantendo as mãos próxima do corpo durante o trajeto para estimular a sensibilização do aluno; (foto: massagem 4)
- Começam a massagear os membros da partes distal para a proximal de forma lenta e explorando e movimentando as articulações pelas quais forem passando (os responsáveis pelos membros inferiores podem fazer um pouco mais de força ao massagearem as coxas); (foto: massagem 5 e 8)
- Chegando no tronco, retornam as mão para o entorno da cicatriz umbilical e repetem a pressão e sensibilização (foto: massagem 1)
- Realizar a série com todos os alunos do grupo
Atividade em sala:
No início da aula em sala, o aluno Mário Augusto Medeiros Lucas começou apresentando a aula que ele passou para a wikiversidade e. após o término de sua apresentação, o professor Vinícius Terra passou a ministrar a aula teórica sobre as práticas corporais chinesas.
Essas práticas tentam pensar e atuar sobre o corpo antes que a doença apareça. A chegada das andorinhas nos telhados das cassas para fazer os ninhos, é o sinal para os chineses começarem a plantar, mostrando que eles conseguem relacionar e ler o corpo/ambiente de uma maneira diferente. eles observam muito como a natureza age e relacionam co o corpo. Percebem como as estações do ano influenciam as pessoas e relacionam isso com os ritmos de cada indivíduo.
O órgão é não só ele mas sim seu movimento, elemento, levando a propensão de acumularmos energia em determinados lugares, desenvolvendo várias doenças nesse lugar. Isso é explicado pela cosmologia, onde a energia é tudo relacionado a Yin e Yang, desde pessoas, horas do dia, céu e terra, paz e guerra, mulher e homem. Cada órgão está relacionado à um sentimento/emoção, e o coração é o responsável pelo movimento entre estes. A energia acumulada em certo órgão é o que mostra qual sentimento vai ser mais aflorado na pessoa. Pelo coração ser o órgão central, por ser o responsável por movimentar as emoções, é o governante sendo assimilado ao elemento fogo. Ele é o que reina sobre todos os outros órgãos.
VI. Fichamento do texto
editarO SEGREDO DA FLOR DE OURO
O ocidental tem muita dificuldade de compreender o oriental. Isso se deve aos diferentes tipos de ciências existentes. A ciência europeia é muito objetiva e não admite a religiosidade interferir na sua diretriz evolutiva. Mas a ciência oriental não deve ser menosprezada, pois a ciência deve servir e o erro ocorre quando ela exige o privilegio de construir uma única maneira correta de aprendizado. Não existe apenas uma forma de compreensão, e é errado achar que a ciência é detentora da verdade. O Oriente nos traz uma compreensão mais ampla e profunda, a compreensão da vida. Culturalmente, nos apegamos ao método e esquecemos da maneira que iremos empregá-lo. Segundo um provérbio chinês: “Se o homem errado usar o meio correto, o meio correto atuará de modo errado". Além de escolhermos nossas ações e a direção do nosso caminho, é necessário também sabermos de que maneira iremos atuar nesse caminho, assim expressando seu verdadeiro “eu”. Quanto mais se da valor ao intelecto e menos para a moral, mais se exacerba o instinto e essa unilateralidade é um sinal de barbárie. A mudança paulatina que se inicia no Ocidente contra o intelecto e a favor do Eros ou da intuição constitui um sintoma de progresso cultural. Ainda assim, essa parte mais consciente está muito mais avançada na cultura oriental. Por isso é um erro o ocidental tentar imitar o oriental, cada um está num estágio e tem uma forma social de agir que vem sido construída há milênios. O Ocidente deve permanecer fiel a si mesmo e não renegar-se para imitar o Oriente. Através da ideia do inconsciente coletivo a psicologia moderna abre outra possibilidade de compreensão. Como existem as características físicas anatômicas que está em todos, independente da raça ou do sexo, existe também uma identidade psíquica, inerente ao ser humano que é o inconsciente coletivo. Isso explica a identidade da fala e dos símbolos nas sociedades, além da compreensão humana em geral. Trata-se de representações e ações conscientes que foram desenvolvidas através desse inconsciente e continuam ligadas a ele. Quando a consciência não atingiu um maior grau de clareza, esse indivíduo depende mais do instinto do que da vontade consciente, por isso não está preparado para a prática de ioga chinesa. Esse tipo de prática deve ser iniciada em pessoas a partir dos 35 ou 40 anos de idade, pois esses tem a consciência mais elevada e mais ampla, tendem a ter maior autonomia. Quanto mais poderosa e independente se torna a consciência, mais o inconsciente é empurrado para o fundo, alcançando assim a liberdade, podendo chegar a uma situação de atrofia do instinto ou até da oposição dele. Chegando ao objetivo, livre de opostos (Nirdvandva). O texto promete "revelar o segredo da Flor de Ouro do grande Uno". A flor de ouro é a luz, e a luz do céu é o Tao (caminho, essência, sentido da vida). A flor de ouro é um símbolo mandálico, é uma formação que irrompe do fundo da obscuridade, em cores luminosas e incandescentes, desabrochando no alto sua flor de luz (num símbolo semelhante ao da árvore de Natal). Esse símbolo refere-se numa espécie de processo de purificação e de enobrecimento. A flor de ouro desabrocha da escuridão, essa que gera a luz. Quando isso ocorre o inconsciente torna-se consciente, através de um processo de crescimento, unificando a consciência e a vida.
VII. Discussão e Dúvidas dos Alunos
editarPela percepção ao decorrer da aula, as técnicas de auto massagem foram bem incorporadas pelos alunos, porém a percepção do teech foi algo mais complexo e difícil de conseguir adquirir a percepção.
houveram algumas dúvidas sobre como era o calor, e como saber se de fato estávamos conseguindo reconhece-lo. Da mesma forma já comentada pelo professor, onde esta percepção é adquirida através de muito treino e concentração, não conseguimos ter respostas para as dúvidas, uma vez que também participamos das práticas e de fato as variações da percepção de calor não são facilmente detectadas, e quando são detectadas, em muitos momentos na aula, os alunos não conseguiam afirmar de quem estava emanando a energia, ou se não estava sendo confundida com o calor da fricção da massagem.
Mas em suma, quando o professor começou a responder sobre as diversas forma que manifestação que o teech poderia ter, ficou mais fácil de buscar a detecção.
VIII. Temas Interdisciplinares
editarA aula se relaciona com diversas matérias vistas durante o curso tais como as biológicas: MAC, MTS, biomecânica e cinésiologia, onde podemos relacionar a parte do conhecimento do corpo humano e seus componentes biológicos com a sensibilização das partes corporais. Outro módulo que pode se relacionar é o de doenças Crônicas, quando temos que as práticas corporais chinesas visam evitar as doenças e associam o acúmulo de energia em determinadas regiões com o aparecimento das doenças.
IX. Material Relacionado
editarLivros:
I-Jing (livro das mutações)
Dao de Jing (livro do caminho e da virtude) [10]
Huang Di Nei Jing (Cânone do Imperador Amarelo)
X. Conclusão
editarPara os chineses, quando centralizamos a energia, excesso ou falta no local, vai causar o adoecimento. Com isso, pessoas muito ansiosas ou muito calmas, podem ser classificadas como muito próximas por estarem com acúmulo de energia em certos locais. Sensibilizar o corpo para que possamos reconhecer pontos de acúmulo de energia não é fácil, mas perceber onde do corpo está mais quente, é importante para a prevenção de adoecimento, por significar que há mais sangue/tensão naquele lugar.
XI. Comentários sobre a última aula
editarA última aula, apresentada pelo Mário Augusto, foi muito bem apresentada, composta por um número grande de imagens e links que relacionavam os temas trabalhados com imagens e vídeos explicativos, o que serviu de inspiração para o estruturamento dessa aula.
XII. Referências Bibliográficas
editarJUNG C.G.; WILHELM R., O SEGREDO DA FLOR DE OURO - Petrópoles: Vozes, 1988 (p23-45).
Avaliação do Professor do Caderno Colaborativo Aula 3
editarNOTA 8,5
A avaliação do caderno será feita conforme os seguintes critérios e valores:
1) realizar a leitura obrigatória de modo aprofundado (0,5)
2) apresentar a leitura no começo da aula conforme roteiro de orientação enviado (2,0)
3) apresentar perguntas sobre a leitura para a turma (0,0)
4) registrar sua leitura/apresentação/perguntas na plataforma colaborativa wikiversidade (1,0)
5) registrar a aula daquele dia (relatório multimídia) (1,0)
6) publicar a aula daquele dia na plataforma colaborativa wikiversidade em forma de texto + imagens e inserir links para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento (como youtube) (2,0)
7) revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer comentários (1,0)
8) cumprir o prazo de uma semana para realizar todas as etapas, ou seja, publicar tudo até a aula seguinte (1,0)