Sociologia e Comunicação/Estudo 1

Depois dos primeiros contatos com a discussão sobre a linguagem, a realidade e a memória, vamos refletir sobre as citações abaixo.


O Universo não é feito de átomos, mas de histórias

The Speed of Darkness by Muriel Rukeyser from Don Yorty on Vimeo


A realidade é um belo lugar para se visitar (filosoficamente) mas ninguém nunca morou lá.

Marshall Sahnlins. Esperando Foucault, ainda.


"É impossivel não se comunicar: Todo o comportamento é uma forma de comunicação."

(Paul Watzlawick)


"A memória é uma ilha de edição!

(Wally Salomão)


"Essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi... "

(Renato Russo/Legião Urbana - Índios)


"As histórias não são apenas essenciais para a forma como entendemos o mundo – elas são a forma como entendemos o mundo. (…) Nós tecemos e buscamos histórias em todos os lugares, desde uma visualização de dados até o desenho das crianças ou a hegemonia cultural."

(Maria Popova. Blog Brain Pickings)


Virtualmente toda experiência humana é mediada – pela socialização e em particular pela aquisição da linguagem. A linguagem e a memória estão intrinsecamente ligadas, tanto ao nível da lembrança individual quanto ao da institucionalização da experiência coletiva. Para a vida humana, a linguagem é o meio original e principal de distanciamento no tempo e no espaço, elevando a atividade humana além da imediatez da experiência dos animais. A linguagem, como diz Lévi-Strauss, é uma máquina do tempo, que permite a reencarnação das práticas sociais através das gerações, ao mesmo tempo em que torna possível a diferenciação do passado, presente e futuro.

(Anthony Giddens. Modernidade e Memória)


Conhecemos a tendência da mente de remodelar toda experiência em categorias nítidas, cheias de sentido e úteis para o presente. Mal termina a percepção, as lembranças já começam a modificá-la: experiências, hábitos, afetos, convenções vão trabalhar a matéria da memória. Um desejo de explicação atua sobre o presente e sobre o passado, integrando suas experiências nos esquemas pelos quais a pessoa norteia sua vida. O empenho do indivíduo em dar um sentido à sua biografia penetra as lembranças com um “desejo de explicação”.

(Ecléa Bosi. Memória e Sociedade)



O Guardador de Rebanhos (IX)

Sou um guardador de rebanhos

O rebanho é os meus pensamentos

E os meus pensamentos são todos sensações.

Penso com os olhos e com os ouvidos

E com as mãos e os pés

E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto.

E me deito ao comprido na erva,

E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

Sei a verdade e sou feliz.

(Alberto Caeiro)