RESUMO

O carnaval é sem dúvida um dos maiores eventos festivos do Brasil, traz alegria e diversão para muitas pessoas, movimenta milhões de reais e fomenta o turismo em diversos lugares. Mas, existe algo maior por trás dessa festa.

O carnaval é uma expressão cultural que faz parte da identidade do Brasil. E pode ser uma grande arma para a valorização e respeito pela diversidade cultural e étnica do país.

O objetivo é apresentar dois pontos sobre o carnaval, um negativo e outro positivo. Abordaremos a apropriação cultural e como o carnaval pode influenciar e ajudar na reparação histórica de grupos historicamente marginalizados.

Desenvolvemos o trabalho a partir de pesquisas exploratórias e como resultado construímos um verbete sobre o tema dessa pesquisa, que será disponibilizado no Wikimedia.

Palavras-chave: Carnaval, Apropriação cultural e Reparação histórica

Qual a origem do Carnaval?

O Carnaval é uma festa que surgiu, durante a Idade Média, em relação direta com o cristianismo. Alguns historiadores, no entanto, buscam encontrar as origens mais remotas que nos ajudem a entender algumas de suas práticas. Assim, o Carnaval pode ter surgido oficialmente na Idade Média, mas alguns elementos da festa foram herdados de celebrações da antiguidade.

Esses elementos antigos foram herdados de celebrações de diferentes povos, destacando-se os mesopotâmicos, gregos e romanos. A ideia que marcava o Carnaval medieval era a do “mundo de cabeça para baixo”, isto é, um mundo no qual a ordem das coisas foi invertida temporariamente, sendo essa característica encontrada em uma festa mesopotâmica. Gregos e romanos realizavam festas em homenagem a Dioníso (Baco, para os romanos), e essas festas promoviam bebedeiras e outros prazeres carnais.

Quando o Carnaval chegou ao Brasil?

O Carnaval foi trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses. Os historiadores afirmam que a festividade estabeleceu-se no país entre os séculos XVI e XVII e teve como primeira prática o entrudo. Essa brincadeira fixou-se primeiramente no Rio de Janeiro e era realizada dias antes do início da Quaresma.

O entrudo manifestava o clima de zombaria pública que regia o Carnaval e foi uma brincadeira muito comum até meados do século XIX. A sua manifestação mais tradicional era conhecida como “molhadelas”, nelas as pessoas jogavam líquidos malcheirosos umas nas outras. Alguns dos itens usados eram água suja, lama e urina.

No entrudo também eram usadas águas aromatizadas, e ele era realizado tantos pelas classes altas quanto pelas camadas populares. Além disso, era um momento de flertes, sobretudo quando mais privado, isto é, entre famílias.

O primeiro bloco de carnaval de rua registrado no Brasil foi o Cordão da Bola Preta, fundado em 1918 no Rio de Janeiro. O bloco foi criado por um grupo de amigos que se reuniam para brincar o carnaval e se vestiam com roupas de bola preta, que eram comuns na época.

1. CONTEXTO

O Carnaval é uma das manifestações culturais mais importantes e representativas do Brasil, celebrado em diversas partes do país, com destaque para as grandes cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo. É uma festa popular que ocorre geralmente em fevereiro ou março.

Sua origem remonta a tradições europeias, mas, no Brasil, se transformou em um evento único, misturando elementos africanos, indígenas e portugueses.

Suas principais características são os desfiles das escolas de samba, blocos de rua, fantasias vibrantes e alegorias. A música, os ritmos e as cores são elementos essenciais da festa, com uma grande participação da população. O carnaval é importante por ter um significado cultural profundo, por ser exibido a diversidade do povo brasileiro, sua capacidade de reinventar e a criatividade. Além disso, é uma expressão de resistência cultural, pessoas de diversos grupos sociais se reúnem para celebrar, acontecem a valorização das tradições locais, relação com a luta social.  E economicamente, o evento gera empregos, movimentando o turismo, a indústria da moda, música e o comércio local.

Ele é um dos maiores exemplos de como uma manifestação cultural pode atuar como um espaço de inclusão, solidariedade e valorização das diferenças.

Porém as classes abastadas têm ocupado um espaço cada vez maior no carnaval, criando camarotes, festas privadas, convites caros, excluindo pessoas e a sua origem popular.

Além disso, traz questões como apropriação cultural, já que muitos elementos relacionados à festa são provindos da cultura afro-brasileira e indigena, e que muitas vezes, são consumidos e utilizados de forma inapropriada e sem contextualização, desvalorizando as culturas.

2. METODOLOGIA

Foram realizadas, exclusivamente, pesquisas exploratórias sobre o tema, visto que os integrantes do grupo possuíam superficial conhecimento sobre o assunto.

O objetivo deste trabalho além de apresentar o tema da pesquisa é que seus integrantes desenvolvam proximidade com o assunto pesquisado.

3. RESULTADOS

Foram encontrados diversos artigos sobre a história do carnaval, sobre suas características. Percebemos, também, que a maioria das reportagens e matérias disponíveis na mídia convencional focam, principalmente, no quesito entretenimento e na cobertura dos desfiles das escolas de samba. Embora, seja facilmente encontrado assuntos mais profundos sobre questões sociais que envolvem o carnaval, a quantidade é infinitamente menor, levando a pensar que o público pode ser induzido ou não simplesmente não desejam observar o carnaval de outro ponto de vista, visto que pode ser um escape, um momento de prazer, onde momentaneamente, ele sinta que faz parte de algo maior.

Ademais, percebeu-se que a apropriação cultural acontece constantemente e pode ser uma resposta às desigualdades que existem no país. Os elementos de origens afro-brasileiras, indígenas e comunidades periféricas, são explorados e consumidos pelas classes mais altas, que não se comprometem e não se interessam por melhorar a questão da desigualdade social.

4. VERBETE

O carnaval é uma importante festa cultural que é realizada em diferentes países ao redor do mundo, mas é no Brasil que ele se destaca.

Conhecido por fantasias, desfiles e ritmos que chamam a atenção, o carnaval faz parte da cultura brasileira e tem a capacidade de apresentar sua grande diversidade cultural.

O Brasil, desde a sua formação, sempre recebeu pessoas com experiências culturais diferentes, influenciando na formação da sociedade, transformando o Brasil em uma mistura de ritmos, culturas e etnias. Essa capacidade de absorver tantas diversidades, trouxe uma imensa riqueza cultural para o país.

O carnaval, deixa a questão da diversidade mais evidente, pois é mais que uma festa, ele tem a força de trazer para perto das pessoas toda essa riqueza cultural e diversidade de expressões culturais, pois são assuntos frequentemente abordados e funcionam como temas centrais da manifestação, trazendo pontos positivos e negativos.

Ele é capaz de proporcionar inclusão e, ainda, de dar voz àqueles grupos que são silenciados. Tem a força de aproximar pessoas de diferentes classes sociais e resgatar historias que devem ser lembradas, inclusive, durante as celebrações, pode agir como um forte agente para reparações históricas, revelando temas importantes como o racismo, escravidão, desigualdade social e justiça.

Porém, o carnaval, pode trazer diversos pontos negativos, incluindo a elitização de uma festa popular e diversos casos de apropriações culturais, onde ambos os casos estão relacionados. É comum, durante as celebrações, pessoas que se apropriam de símbolos relacionados às comunidades afro-brasileiras e indígenas, sendo utilizado, inclusive, como adereço para fantasias, gerando grandes debates.

Conclui-se, então, que embora existam muitos pontos negativos em torno dessa celebração (influências políticas, apropriações culturais etc.), o carnaval tem um grande poder de disseminar, valorizar e conscientizar pessoas sobre a importância de proteger e respeitar a diversidade de expressões culturais, que junto com seu povo é o maior tesouro do brasil.

6. REFLEXÕES

Foi uma pesquisa que trouxe um novo olhar sobre o carnaval, além da festa.

O carnaval mostrou-se uma atividade ambígua, ao mesmo tempo que aproxima as pessoas, também separa. Traz a ideia de respeito à diversidade mas também se apropria dela. Da esperança e tira. Luta contra a desigualdade mas é desigual.

Mesmo com todas essas contradições, o carnaval continua forte e é sempre recebido de braços abertos pelos brasileiros. É uma expressão cultural grandiosa que faz parte do Brasil e da identidade de seu povo. E, talvez, seja justamente suas contradições que o mantém vivo.

Diante disso, é necessário apresentar um outro olhar sobre o carnaval, pois pode ser uma ferramenta de reconhecimento e reparação histórica, inclusão e ajudar a construir um país mais igualitário.

BLOCOS MAIS FAMOSOS: Banda de Ipanema

A Banda de Ipanema faz parte da história do Carnaval do Rio de Janeiro. Declarada patrimônio cultural carioca em 2004, é o primeiro bem imaterial contemplado com esse reconhecimento!

Cordão da Bola Preta

O Cordão da Bola Preta já é um bloco centenário, natural do Rio de Janeiro. Fundado em 1918, é o nome mais tradicional quando pensamos no Carnaval carioca. Desfilando na avenida com as cores brancas e pretas, a banda é formada por percussão e metais. O Bola Preta já levou mais de 2 milhões de pessoas para a festa de rua.

Mulheres de Chico

O Mulheres de Chico é um dos blocos que mais atrai foliões no carnaval do Rio de Janeiro! Seu desfile já é uma tradição nas areias da praia do Leme, seguindo o estilo “concentra mas não sai”, com muita alegria ao som das canções de Chico Buarque de Holanda.

7. REFERÊNCIAS

FREIRE, J. R. B. Carnaval: A Cultura Popular no Brasil.

REIS, J .J. O Carnaval e Suas Histórias.

SOIHET, Rachel. Reflexões sobre o carnaval na historiografia — algumas abordagens. Disponível em: http://gladiator.historia.uff.br/tempo/artigos_livres/artg7-8.pdf