DC-UFRPE/Licenciatura Plena em Computação/AspectosHumanose Soc. naComputaçãoDC (60) EAD/ Desafios éticos da Bioengenharia

Desafios éticos da Bioengenharia editar

A Biotecnologia é o estudo e desenvolvimento de organismos geneticamente modificados e sua utilização para fins produtivos. Ela surgiu com o intuito de melhorar nossas vidas e seus estudos criam aplicações para importantes áreas como medicina, agricultura, indústria alimentícia, além do meio ambiente.

Quando foram descobertas formas de manipular a molécula de DNA, a Biotecnologia ganhou relevância e diversas áreas científicas também evoluíram significativamente, como a microbiologia, a bioquímica e a genética.

O termo Biotecnologia é bastante atual, mas as suas aplicações práticas começaram há muito tempo, com uso de microrganismos  para fermentação na produção de pães e vinho, há mais de 4.000 anos. A grande diferença é que não se sabia ao certo de que forma as transformações ocorriam, eram processos que aconteciam às cegas.

O melhoramento genético de plantas, de maneira geral, vem sendo constituído em aspecto mais curto, econômico e duradouro em se tratando da sustentabilidade da agricultura.

O melhoramento genético das plantas vem apresentando um crescimento significativo, já que, dentro de um plano de agricultura sustentável possui grande importância, pois, seu desempenho é mais curto, econômico e duradouro.

Mesmo assim, esquemas de cruzamento e seleção dos melhores genótipos são selecionados de forma que prevaleçam as características adequadas, ou seja, a escolha dos genes será aguçada, cada vez mais, a fim de torná-las mais diretas e menos aleatórias neste processo de obtenção (GANDER et al., 1996).

Entretanto, apesar da vantagem comparativa na obtenção de ganhos genéticos de seleção dos genótipos, devem ser levados em consideração os organismos transgênicos devem ser submetidos a procedimentos de biossegurança, com descarte daqueles indivíduos que possam estar fora do padrão estabelecido, que possam interferir na qualidade de vida e saúde dos consumidores ou até mesmo causar efeitos maléficos ao meio ambiente (VALOIS, 2001).

Bioética editar

A palavra Bioética, como termo definido, é uma junção dos radicais “bio”, que advém do grego bios e significa vida no sentido animal e fisiológico do termo (ou seja, bio é a vida pulsante dos animais, aquela que nos mantém vivos enquanto corpos), e ethos, que diz respeito à conduta moral. Trata-se assim de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o Direito e os campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta dos seres humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida. A bioética não deveria impor limites ou ditar normas segundo suas origens, mas encontrar o pluralismo moral na sociedade em que tais pesquisas, estudos e avanços pudessem acontecer sem atingir ou impactar de forma negativa na própria sociedade. O surgimento dos desafios acerca desses estudos na sociedade sempre caminham em uma balança: Até onde isso é bom para a saúde humana (como exemplo o transplante de órgãos) ou faz mal? (como o surgimento dos alimentos transgênicos). De fato, os desafios e impasses não surgem como barreiras ou limites, mas para gerar o debate de até onde o ser humano deve chegar e de como isso irá impactar em toda a humanidade.


A bioética não é pautada em proibições, limites ou vetos, e muito menos na necessidade imperiosa que alguns vêem de que tudo seja regulamentado, codificado, legalizado. Pelo contrário, baseada no respeito ao pluralismo moral, para ela, o que vale é o desejo livre, soberano e consciente dos indivíduos e das sociedades humanas, desde que as decisões não invadam a liberdade e os direitos de outros indivíduos e outras sociedades ( GARCIA, 1995).

A bioética está, exatamente, em libertar-se dos paternalismos que se confundem com beneficência. Historicamente, a humanidade vem carregando o peso do maniqueísmo entre o “certo” e o “errado”, entre o “bem” e o “mal”, entre o “justo” e o “injusto”. Para a bioética laica, o que é bem, certo ou justo para uma comunidade moral, não é bem, certo ou justo para outra, já que suas moralidades (mores: costumes) podem ser diversas. Desta maneira, ao invés de pautarem-se em proibições, vetos, limitações, normatizações ou mesmo em mandamentos, ela atua afirmativamente, positivamente. Para ela, portanto, a essência é a liberdade, porém, com compromisso, com responsabilidade (MACHADO, 1982).

A bioética caracteriza-se, assim, por proceder à análise processual dos conflitos a partir de uma ética minimalista que possa proporcionar - na medida do possível - a mediação e a solução pacífica das diferenças. Em situações nas quais “estranhos morais” cheguem a posições inconciliáveis no contexto de temas situados nas últimas fronteiras do diálogo, como o aborto, por exemplo, e em alguns momentos o tema dos transgênicos, nos quais provavelmente durante um bom tempo ainda se estará trabalhando para a construção de um consenso universal, as únicas saídas parecem ser o diálogo e a tolerância (GARRAFA, 1998).

O diálogo exaustivo e a tolerância, exercidos com responsabilidade são assim algumas das categorias utilizadas pela bioética para possibilitar a construção de convívio pacífico entre indivíduos e coletividades de visões e posturas morais diferentes (SFESZ, 1996).

No ver de mediar uma melhor interação entre a comunidade científica e a população, no Decreto de número 6.041, o Governo Brasileiro instituiu a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia no Brasil, e cita no primeiro artigo a sua relação com a bioética: ‘ Bioética: assegurar que as questões e os desafios de natureza ética vinculados a biotecnologia sejam considerados na Política de Desenvolvimento da Biotecnologia”. Assim, ficou definido que o Estado tem autoridade para estabelecer as condições do desenvolvimento biotecnológico de um ponto de vista ético-social.

Outras entidades, como os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) também atuam com o propósito de averiguar e garantir que as ações e objetivos dos pesquisadores sejam baseados em princípios éticos. Os comitês contribuem para a qualidade dos trabalhos científicos nas áreas em que se aplicam, avaliando desde a adequação da proposta da pesquisa, incluindo objeto, finalidade até os materiais e métodos usados. Os CEP atuam de maneira independente e realizam diversos encontros, nos quais documentos e declarações importantes sobre Ética em Pesquisas são consolidados, por exemplo, a declaração de Helsinque, primeiro documento a propor protocolos em pesquisas com seres humanos!

Bibliografia editar